Notas do Repórter - Bolsonaro ataca novamente... - 9 a 11 de abril 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Personagem já característica de uma facção da sociedade brasileira que nos vários mandatos recebidos da população do Rio de Janeiro provocou polêmicas, celeumas e até conflitos devido a declarações e pronunciamentos, o deputado federal Jair Bolsonaro mais uma vez assume a posição radi­cal e mesmo preconceituosa de parlamentar inconformado com gays, comunistas, marginais para os quais manifesta, sempre, soluções discutíveis.

Ocorre que este é o ponto de vista do representante reiteradamente eleito justamente devido a tais opiniões. Assim, correr para cassar seu mandato atinge o princípio da imunidade do deputado na liberdade de expressão, fundamento básico do desempenho parlamentar.

O Movimento Arco-Íris, que defende os homossexuais, já penalizou Bolsonaro, incluindo no Facebook a campanha "Fora Bolsonaro", em virtude das declarações do deputado contra o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por casais de homosexuais, sejam gays ou lésbicas e cerca de 25 grupos, espalhados pelo país e alguns internacionais já aderiram movendo feroz campanha de fundo político contra as ideias conservadoras do parlamentar.

Até aí tudo bem. É o debate ideológico, prática que sedimenta a Democracia e que institucionaliza o contraditório estabelecendo a premissa de que prevalecerá, sempre, a decisão da maioria. Para isso votamos e a Sociedade como um todo entrega o Poder ao ungido pelas urnas.

A critica é livre, na tribuna da imprensa e no legislativo e do debate das teses surge a resposta que melhor se adapta às necessidades sociais.

Criticar o deputado, refutar seus pronunciamentos, discordar de seus projetos, apresentá-lo como desatualizado e inconformado com os atuais gestores do país tudo bem. O que não se pode, sem violentar a liberdade de expressão, é partir para a solução de cassar um mandato por não concordar com o que ele representa.

No Congresso Nacional têm assento profissionais liberais e peões de obras, palhaços profissionais e lutadores de boxe ou jogadores de futebol, fazendeiros e camponeses, empregados e patrões, homens e mulheres politicamente de centro, de direita ou de esquerda. Não há possibilidade de uns começarem a cassar mandatos de outros por discordarem entre si e acharem estapafúrdias as ideias dos adversários...

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