Notas do repórter - 25 de setembro

sexta-feira, 25 de setembro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Governo contra o livro

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caminha para seu encerramento sem que tenha ocorrido um fato relevante e perene na área cultural que incentivasse a criação de bibliotecas, edições de livros, certames literários ou que simplesmente avaliasse o potencial editorial dos escritores e poetas brasileiros. O país regrediu na publicação de livros e o Ministério da Cultura passou a ser sinônimo de pasta política, sem verbas e sem quadros, desprovida de importância e mera moeda de troca na hora de dividir o bolo nacional. Uma espécie de prêmio de consolação de quem os cardeais eleitorais passam ao largo. Para citar algumas ‘realizações’ do ministério, figuram algumas peças de teatro e filmes classe ‘C’ que apenas engordam a conta bancária dos afortunados patrocinados. Sempre correligionários ou simpatizantes ideológicos.

No derradeiro ano desta fase política (a Era Lula) entre várias invencionices malogradas, entre projetos que serviram apenas para desviar a atenção dos temas que realmente interessam aos burocratas de plantão partem para a criação de mais um imposto, desta vez destinado às editoras e sob a alegação de incentivo à cultura, coisa não feita nos sete anos precedentes, tentam impor uma tunga nos setores produtivos. Na minuta reza o seguinte: - “Fica instituído o Fundo Pró–Literatura sob a forma de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) que será dirigido pelo Ministério da Cultura”. Mais uma vez o Estado ingerindo na livre iniciativa, arrecadando e aplicando os recursos arbitrária e politicamente, desvirtuando objetivos em favor de interesses eleitorais, como tem sido feito e constatado com recursos das estatais, inclusive da Petropbas, motivo de uma CPI no Senado que até as criancinhas sabe como vai terminar.

A situação do livro como objeto de consumo está dramática e por extensão as editoras atravessam fase crítica. Em 2008, por exemplo, foram vendidos 77 (setenta e sete) milhões de exemplares a menos que em 1998 e a queda este ano vai se aprofundar a vingarem os propósitos oficiais de reviver a CPMF e criar o Cide. O brasileiro lê pouco e o presidente de forma perversa já informou que nunca leu um livro. Encarecendo o produto o governo começa sua campanha contra o livro e provocará o fechamento de muitas pequenas editoras. E desemprego no setor já tão afetado pelas modernas tecnologias de editoração.

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