A Verdadeira Face
Na década de oitenta fez muito sucesso um filme americano onde o ator principal, um chinês, tinha várias faces no espetáculo que seu circo mambembe apresentava em cidades do interior. As Mil Faces do Dr. No o transformavam de indignado em irônico, de ingênuo em dissimulado, de herói em vilão como por passe de mágica e ninguém ficava sabendo qual era a verdadeira face do dr. No. O presidente, guardadas as devidas proporções, pois ele não é um ator e tampouco o Brasil é um circo itinerante , ao longo de seu governo, nas duas fases, parece ter uma face para cada oportunidade. Quando do mensalão do PT que ele ainda insiste em não acreditar, apresentou um ar revoltado, de traído em seu próprio palácio e o “eu não sabia” ganhou as manchetes dos jornais entrando no anedotário político do país. Nas várias vezes em que afastou ministros envolvidos em falcatruas e assessores do primeiro escalão, após forte pressão, aceitou a ‘demissão a pedido’ com ar compungido de quem estava perdendo um amigo dileto. Os exemplos foram se sucedendo no transcorrer dos anos e o Lula chorão dos primeiros dias foi se transformando em atilado estadista capaz de falar em liberdade de expressão e democracia olhando de frente enquanto via grupo palaciano maquinava maneiras de ‘enquadrar’ a imprensa, dava cobertura a terroristas internacionais e entregava dois atletas cubanos à polícia política de Cuba. Democrata de carteirinha como se intitula compactua com caudilhos tipo Hugo Chaves, Evo Moralês e o insano Ahmadinejad e tem em seu governo, como aliados, situados em altos cargos da República, membros de agremiação que já tentou sublevar os quartéis, assassinando, enquanto dormiam, os que não aderiram ao golpe.
Esta recente visita de cortesia a Cuba, justamente na ocasião da morte de um preso político, o dissidente operário Orlando Zapata Tamayo, em cela de La Cabana, ou que nome tenha agora, mostrou outra face da personagem, a da insensibilidade pelo que acontece na pequena ilha do Caribe sob o governo marxista dos irmãos Castro, Fidel e Raul, que dominam com mão de ferro e há mais de 50 anos. Nos presídios cubanos jornalistas, escritores, sindicalistas, estudantes, artistas, intelectuais, operários, presos sem culpa formada, apenas por delito de opinião, têm um futuro incerto.
O dirigente brasileiro que fala em Direitos Humanos, Democracia e Liberdade de Imprensa ao prestigiar ditadores sanguinários, prepotentes e atribiliários mandatários, genocidas em potencial como o iraniano que quer varrer Israel do mapa empresta sua face ao Brasil e coloca o país, no cenário internacional, como cúmplice de um tenebroso elenco. Qual será a verdadeira face do dr. No?
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