A vitória dos corruptos
O ano de 2009 teve uma característica infeliz para o Brasil pois demonstrou que práticas anteriormente detectadas como o suborno de políticos e a propina a parlamentares continuam vicejando na vida pública brasileira. A reedição do mensalão, desta vez armado pela oposição (DEM - Partido dos Democratas) no governo de José Roberto Arruda de Brasília e a copiosa sequência de imagens de secretários de Estado, deputados distritais, jornalistas e assessores escondendo volumes de dinheiro nas meias e nas cuecas levados ao ar em cores só não convenceu o presidente Lula que também não acredita no mensalão I, o do PT (Partido dos Trabalhadores). O governador Arruda e cúmplices esperneiam para não sair do poder e a caixinha advocatícia está em milhões de reais.
2009, na área policial foi um engodo só, com muita televisão, holofotes, fotos em jornais e só estão presos, mesmo, alguns traficantes de cocaína e maconha. A mais famosa das operações da Polícia Federal, por exemplo, a Satiagraha contra o banqueiro Daniel Dantas, denunciado pelo Ministério Público Federal, com “provas insofismáveis” por um elenco de crimes do colarinho branco foi encerrada melancolicamente. O policial que prendeu o banqueiro, delegado Protógenes Queiroz (PF) foi desautorizado publicamente, repudiado por seus superiores devido ao uso de métodos ilícitos na investigação e hoje perambula pelos corredores do Ministério da Justiça e ninguém o recebe para definir sua situação. Peregrinou pelo PSOL e foi se aninhar no Partido Comunista onde pretende obter legenda para tentar cargo eletivo. O juiz De Sanctis, que condenou Dantas teve sua sentença anulada e carregará em seu currículo a tentativa de prejudicar um inocente.
Corruptos de todos os níveis, governadores, deputados e, senadores cassados ou renunciantes como Jackson Lago (MA), Cássio Cunha Lima (PB), Joaquim Roriz (DF) e outros que escaparam de punição e os que não foram indiciados devido a conchavos como Sarney (MA), Renan Calheiros (AL) e dezenas de fichas-sujas do segundo e terceiro escalões voltam-se confiantes para as urnas com a certeza que o dinheiro amealhado desonestamente garantirá o mandato e a impunidade.
Por tantos motivos, 2009 não foi um ano feliz para a moralidade pública em nosso país. Na verdade este termo está se tornando grotesco, sem aplicação e fora de moda. Não há como conjugar a moral com a política, pelo menos em nossos arraiais. E 2010, por ser ano eleitoral, tudo indica, será muito pior ...
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