Programas e projetos
Não há diferenças nas propostas eleitorais dos candidatos e os três (Serra, Dilma e Marina) estão identificados pela cautela com que abordam os itens polêmicos como o aborto, casamento gay, juros, políticas assistenciais, meio ambiente, segurança pública, saúde e educação. Afinal todos têm as mesmas origens, a esquerda, e dois integraram o governo vigente. O presidente Luiz Inácio da Silva, por sua vez, foi um artista nestes quase oito anos e conseguiu adiar, sem solução, temas como as reformas política, tributária e agrária, sempre citadas nos palanques mas nunca viabilizadas no Congresso. Os candidatos seguem no mesmo diapasão e evitam o confronto nestas preliminares do jogo político.
O controle da mídia, a taxação de grandes fortunas, redução da jornada de trabalho tem avanços, e recuos a reforma agrária, nos moldes comunistas de um limite de 500 hectares para as propriedades rurais, sejam elas de empresa ou de famílias, ameaça o agro-negócio como nunca, e não são aprofundados por envolverem contingentes eleitorais expressivos que farão a diferença na hora da apuração dos votos.
Os setores evangélicos, por exemplo, têm posição definida em aspectos da vida civil como o aborto e o casamento gay, endossados pela igreja católica, a mais tradicional e numerosa mas nem por isso mais coesa em torno de ideários. Há até poucos dias, a CNBB, braço político e ideológico, não recomendava o voto na sra. Dilma Rousseff, devido suas conhecidas Iligações com a extrema-esquerda.
Neste clima de se preservarem para não perder votos, os aspirantes vão centralizar suas propostas nos temas comuns a todas as campanhas e a todos os programas, evitando tropeções com as confissões religiosas, os empresários e pecuaristas, os trabalhadores sem terra e o operariado citadino, os militares e civis servidores da União, as classes produtoras, a mídia etc, etc.
Em nossa história recente, dois candidatos apresentaram programas de governo definidos. Jânio da Silva Quadros, que pretendia acabar com a corrupção e adotou a vassoura como sinal de limpeza dos quadros públicos, e Collor de Mello, ‘o caçador de marajás’. Ambos foram defenestrados pelo que classificaram de ‘forças ocultas’. O atual prometeu muito, cumpriu pouco e transitou de carona nas políticas econômicas e sociais de antecessores. Se deu bem...
Deixe o seu comentário