Notas de de um moleque - 29 de novembro

Daniel Frazão
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Coisas boas e coisas ruins.

Existem muitas coisas ruins. Inúmeras. Domingo. O pior dia da semana. Tão ruim, que devia ser abolido do calendário de uma vez por todas. Não gosto de domingos e não gosto de feriados, mesmo que isso faça com que eu entre na sua lista de coisas ruins. Dizer que não gosta de feriados é a mesma coisa que dizer que não gosta dos Beatles ou que não gosta de ursinhos panda; provoca aquela reação de “OOHHH” na maioria das pessoas. Mas não sou o tipo de cara que liga pra isso.

Funk. Axé. Pagode. Sertanejo. Coloco na minha lista de coisas ruins. Junto com a maior parte do rock. E a maior parte do pop. Na verdade, grande parte da música em geral entra na minha lista de coisas ruins. É mais fácil fazer uma música ruim que um filme ruim. Às vezes, filmes ruins podem ser divertidos. Isso não acontece com a música.

Políticos. Sem comentários.

Panes de computador. Nada pior que estar diante da tela do monitor, no meio de uma tarefa importantíssima, e de repente uma cagada brutal. O tipo de coisa que só acontece em momentos críticos. Impossível entender a lógica dos computadores.

Pessoas chatas. Essas levam o prêmio. Nada mais chato que uma pessoa chata. E é muito fácil ser chato. Aliás, é mais fácil que ser interessante. Ser chato não requer muito talento. Requer apenas tempo de sobra. Coisa que a maioria tem, por mais que digam o contrário.

Por falar em gente, também coloco na lista aqueles que continuam se achando adolescentes depois de burros velhos. Você sabe do que estou falando. As balzaquianas de vestidinho de debutante, os tiozões que são figurinhas fáceis nas boates e points espalhados por aí... e também os vocalistas de bandas MTVnianas, já beirando os quarenta e com cabelinho emo, bonezinho pro lado e tênis Allstar. Eu mesmo já cheguei aos trinta, e aí está o “moleque” e o “desocupado” no título da coluna... embora os meus dias de moleque e de desocupado já tenham ficado para trás.

Chega de coisas ruins. Vamos falar de coisas boas.

Como dinheiro, por exemplo. Dinheiro é uma coisa ótima. Tão bom quanto felicidade. Geralmente é a mesma coisa. E lá vamos nós para o “OOHHH” dos feriados, dos Beatles e dos ursinhos panda... Dane-se.

Mulher. Outra coisa ótima. Quando vem junto com beleza, não há o que se discutir. Quando vem junto com inteligência, às vezes é legal; mas é preciso que a beleza esteja incluída.

Bons livros estão na lista de coisas boas, da mesma forma que os livros ruins estão na lista de coisas ruins. Mais uma vez, é mais fácil fazer uma música ruim que um livro ruim. Vez por outra livros ruins também podem ser divertidos.

Tirando o domingo, o resto da semana vai para a lista de coisas boas, exceto quando associado a qualquer coisa que esteja na lista oposta.

Bem, e por aí vai. Não há fim para as coisas boas e ruins. O que posso fazer é procurar pelas boas e atravessar para a outra calçada quando avistar as ruins. É o que chamo de vida.

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