Nos seus 104 anos, Friburgo F.C. homenageia ídolos do nosso futebol

Odigir Rapizo, Catita, Miguel Ruiz, Leone (representado por Eduardo Valentim), Titiu e Juca receberam medalha e diploma
segunda-feira, 30 de abril de 2018
por Vinicius Gastin (esportes@avozdaserra.com.br)
Homenageados ao lado do presidente Bachini: personagens que fizeram história no futebol amador
Homenageados ao lado do presidente Bachini: personagens que fizeram história no futebol amador

Uma noite para recordar e reviver tantas outras datas. Todas elas são parte da bicentenária história de Nova Friburgo e tiveram influência direta na formação sócio-cultural do município. Por esse motivo, valorizar os momentos vividos significa eternizar o passado que sempre estará presente. Na noite da última quinta-feira, 26, foi promovida a solenidade em comemoração aos 104 anos do extinto Friburgo F.C, com direito a bolo e toda nostalgia para muitos daqueles que viveram os tempos de glória do futebol em Nova Friburgo.

Os presidentes do conselho diretor do Nova Friburgo F.C., Luiz Fernando Bachini, e do conselho deliberativo do clube, Carlos Arnaldo Bravo Berbert, o Juca, comandaram o evento na sede social do clube, na Rua José Eugênio Muller, no Centro, onde seis personalidades do saudoso clube rubro foram homenageadas. Odigir Rapizo, Clóvis Freitas, o Catita, Miguel Ruiz, Leone (representado por Eduardo Valentim), Gualter Moraes, o Titiu, e Juca receberam uma medalha e um diploma, cada. Álvaro Bachini também recebeu um certificado durante o evento.

“Estamos trabalhando para voltarmos mais forte, nos filiando à Federação de Futebol do Estado e disputando competições com os nossos garotos. Estamos apenas concluindo os últimos detalhes no nosso Centro de Treinamento de Conselheiro Paulino para que isso aconteça. Temos que dar continuidade, mesmo em dificuldades, à história que vocês começaram a escrever”, declarou o presidente Bachini durante discurso aos homenageados.

Um pouco da história

No início do século 20, estudantes de várias partes do país migraram para Nova Friburgo e trouxeram na bagagem a bola de futebol. O esporte ainda engatinhava no país, mas não demorou a conquistar os friburguenses. Os moradores do bairro Vilage passaram a frequentar o Colégio Anchieta e as tradicionais “peladas” (partidas amistosas de futebol) foram disputadas no campo da escola. Estes foram os primeiros registros de esporte na cidade. A brincadeira tomou proporções maiores e acompanhou o iminente crescimento do futebol no estado.

As famílias Sertã, Spinelli e Van Erven estreitaram as relações e passaram a organizar os jogos. No dia 26 de abril de 1914, uma reunião no Hotel Salusse fundou oficialmente o Friburgo Futebol Clube, alterando o nome Friburguense Futebol Clube, utilizado até então por aquele grupo de jogadores. Durante os primeiros anos, os duelos eram realizados na Avenida Galdino do Valle e na Rua Oliveira Botelho. Em 4 de setembro de 1922, o Friburgo passou a utilizar o estádio Raul Sertã, um espaço de nove mil metros quadrados, na Rua José Eugênio Muller.

O esquadrão vermelho e branco tornou-se o time a ser batido. Em 1915, o Friburgo goleou o União pelo placar de 11 a 0 e os dirigentes, insatisfeitos, responderam à derrota com a criação do Esperança Futebol Clube. Em meados de 1918, o futebol amador passou por grave crise financeira e de interesses. As divergências dentro do Friburgo levaram alguns componentes a deixar o clube e fundar o Fluminense A.C., em 1921.

Quatro anos depois, formou-se a primeira Liga de Futebol de Nova Friburgo e o azulino, como era conhecido pelos torcedores, conquistou a maioria dos títulos em disputa. Em 1930, o Friburgo conquistou o primeiro título e formou um dos grandes times de sua história, que seria tetracampeão naquela década.

Nos primeiros anos da década de 1940, o domínio foi esperancista, mas a partir de 1945, o Friburgo reagiu formando um grande time em 1949, comandado por Larry e Paulo Banana. O hexacampeonato conquistado entre 1946 e 1954 foi o prenúncio de um feito histórico no ano de 1960: o Friburgo foi campeão em todas as categorias e passou a pensar no profissionalismo.

O time vermelho e branco disputou alguns jogos em torneios profissionais, mas não acompanhou o novo momento vivido pelo futebol na década de 1970.

A decadência do futebol amador impulsionou mudanças e fez surgir a ideia de fusão com o Friburgo Futebol Clube. As conversas tiveram um ano de duração para acertar os últimos detalhes de nome e cores, por exemplo, e o negócio foi concretizado.

A união entre os clubes derrubou a intenção inicial de fundir todos os times de futebol da cidade em uma equipe apenas. O presidente do Fluminense, Antônio Felippe Deccache, percebeu a dificuldade, abandonou a ideia e partiu para a fusão com o Serrano. Do mesmo modo, Esperança e Friburgo uniram forças.

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