Nós para serem desfeitos no trânsito de Nova Friburgo

segunda-feira, 03 de dezembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Nós para serem desfeitos no trânsito de Nova Friburgo
Nós para serem desfeitos no trânsito de Nova Friburgo

Motoristas confiam na impunidade para cometer infrações


Amine Silvares
O trânsito de Nova Friburgo parece piorar a cada ano. Os engarrafamentos se tornaram comuns, faltam vagas para estacionar, pedestres reclamam da falta de respeito dos motoristas e quem depende de ônibus não está satisfeito com o serviço. Todas estas reclamações fazem parte dos problemas que o novo prefeito, Rogério Cabral, terá que resolver nos próximos quatro anos. 
De acordo com informações divulgadas pela Autran em abril, cerca de cem mil veículos devem estar registrados na cidade até o fim do ano. A quantidade de veículos continua aumentando e a cidade não foi planejada para recebê-los. Durante os horários de maior tráfego, entre 17h e 19h, o trânsito nas avenidas Dr. Galdino do Valle Filho e Comte Bittencourt fica bastante lento. Alguns condutores afirmam demorar cerca de 40 minutos para ir de Duas Pedras até o Paissandu. Os motoristas reclamam sobre a falta de caminhos alternativos para dar vazão ao crescente número de carros, caminhões e ônibus.
A tão falada estrada do contorno ainda não saiu do papel. Existe a esperança de que, como o novo governo municipal está em parceria com o governo estadual, a via finalmente vire realidade para tentar desafogar o trânsito no centro da cidade.
O grande número de veículos tornou a tarefa de achar vagas para estacionar bastante complicada. Os estacionamentos pagos parecem estar se multiplicando e a Zona de Estacionamento Rotativo (Zero), implantada em janeiro de 2009, funciona apenas na Avenida Alberto Braune e algumas ruas transversais. A crise tem feito motoristas desistirem de usar seus veículos. “Eu tenho carro, mas evito usar, pois não tem lugar para estacionar e o trânsito está sempre complicado”, relatou o comerciante José Vicente, que trabalha no Paissandu. A região é provavelmente a zona de tráfego mais complicada da cidade. Apesar das mudanças feitas no trânsito da localidade, os engarrafamentos continuam. 
Fiscalização deixa a desejar
A fiscalização, que poderia ajudar a resolver muitos problemas diários, é insuficiente. Com apenas 16 agentes nas ruas, a Autran obviamente não consegue atuar na maior parte da cidade. O Centro recebe uma atenção maior, mas em áreas mais populosas e com grande fluxo de veículos, como Olaria e Conselheiro Paulino, os moradores reclamam da falta de atenção dos motoristas.
 A imprudência dos condutores muitas vezes passa despercebida pelos fiscais, o que acarreta num aumento das ações ilegais no trânsito. Estacionamento irregular, ultrapassagens perigosas, sinalização sendo desrespeitada, direitos dos pedestres sendo ignorados, motociclistas que passam pelos corredores, além de outras infrações que se acumulam diariamente, tornando o trânsito friburguense cada vez mais complicado. Quem mais sofre é o pedestre, que fica à mercê de motoristas irresponsáveis que têm convicção de que não serão punidos.
Os maus hábitos continuam sendo passados para os novos motoristas. A seta parece ser desconhecida por grande parte dos motoristas. Até os agentes erram. O professor de uma autoescola relatou que durante uma intervenção no Paissandu, os sinais feitos para os motoristas eram conflitantes. “Ele pedia para pararem com uma mão e para seguirem com a outra. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, isso não existe. E não foi a primeira vez que vi isso”, afirmou. Contratar e treinar corretamente os agentes de trânsito é necessário.

Vias precisam de manutenção
As ruas e avenidas da cidade precisam de manutenção constante. Quem passa pela Avenida dos Ferroviários, que começa em Duas Pedras e vai até o Prado, reclama do asfalto. Em outras localidades, o mesmo problema pode ser encontrado. Na Rua Dom Pedro II, no Parque Imperial, os moradores reclamam há anos da falta de calçamento. Quando chove, fica difícil transitar por causa da grande quantidade de lama. Quando o asfaltamento chega ao bairro, a rua continua sendo negligenciada.
Enquanto o novo governo não toma posse e implanta as medidas necessárias para resolver as antigas questões que afligem condutores e pedestres friburguenses, o trânsito continua cheio de nós.

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