Nos esportes e na vida pai e filho são a melhor parceria

Para Mathews, a medalha de ouro vai para... o pai — Victor Puga
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
por Ana Borges
Nos esportes e na vida pai e filho são a melhor parceria

Em tempos de Olimpíada, aproveitamos o mote para falar de pais e filhos que praticam esportes juntos. Para representá-los, convidamos Mathews Puga para falar de sua parceria com o pai, através da prática de mountain bike. O pai, Victor Puga, 51 anos, cirurgião-dentista, é jovem, saudável e pratica esportes desde a infância, principalmente os que são praticados ao ar livre. “Realmente, formamos uma boa dupla de pai e filho em meio à natureza”, resume Mathews. Ele acredita que a mistura de montanhismo e ciclismo é perfeita porque alia atividade física e autoconhecimento. Nesta entrevista, produzida para homenagear os pais, Mathews, 23 anos, fala da importância de exercícios físicos, meio ambiente, esportes, Olimpíada e de sua forte ligação com o pai. 

Desde quando vocês praticam montanhismo e ciclismo juntos?
Acredito que aos 9 anos de idade realizei as primeiras atividades junto a meu pai, ao ar livre. Porém, somente a partir dos meus 15 anos, começamos a praticar com maior frequência.

Quem começou? De quem partiu a ideia de praticar juntos?
O gosto pelas atividades outdoor vem desde o berço, logo, de meu pai. Ele sempre fez caminhadas, montanhismo e mountain bike, e ainda criança realizamos as primeiras atividades “pai e filho” em meio à natureza.

O que veio primeiro: o ciclismo ou a vontade de se exercitar, independente da modalidade?
Não posso responder por nós dois, mas acredito que a prática do mountain bike seja uma união de atividade física com a oportunidade de autoconhecimento. As estradas acidentadas, percursos desconhecidos, populações tradicionais, locais históricos e de interesse ecológico nos fazem sair do automático, clarear a mente e ter, a cada dia, uma perspectiva diferente.

Vocês fazem alguma dieta especial para manter a forma, se cuidam? 
Não somos atletas. Quando participamos de alguma competição, especialmente ele, o cuidado é redobrado. Existe a escolha mais apropriada para os alimentos que serão ingeridos antes, durante e após as atividades. Mas o grande benefício é que este e outros esportes nos induz a uma vida mais regrada, de forma natural.

Como é a sua relação com a natureza, com o meio ambiente?
Desde criança via meu pai com o sonho de residir em um sítio, e há cerca de quatro anos vivemos esta vida alternativa. Pra ele, que é o verdadeiro ciclista da casa, é ótimo, pois seus percursos estão a 10 metros do sítio. Já no meu caso, que sou mais voltado para o montanhismo, procuro sempre estar envolvido em unidades de conservação, onde a natureza é mais preservada e a atratividade é singular.

Vocês têm um objetivo específico ao se dedicar a essa prática esportiva?
Imagino que em nosso caso seja a saúde mental, a sociabilização, o conhecer de novos lugares. Muito além da performance ideal, quando se é buscada, está o objetivo de ter uma vida mais ativa, que nos mova do cotidiano, da zona de conforto, mas que nos energize para as obrigações do dia a dia.

Qual dos dois é o mais motivado?
Sem dúvidas, o “coroa”. Ele leva uma vida invejavelmente simplista, sabe como tirar o máximo de aproveitamento de uma mesma estrada todos os dias. Eu já gosto de expandir horizontes, conhecer novos lugares, mesmo que na Região Serrana, e como nem sempre podemos viajar, acabo me restringindo mais por isso. Acho que nessa comparação, ele é o aventureiro de 23 e eu o de 51!

Alguém aí já sentiu uma “preguicinha” de sair pedalando?
Isso acontece. Acho que a filosofia desta atividade, para nós que não somos atletas, é a isenção de compromisso - exceto quando estamos inscritos em competições ou vamos realizar atividades de maior dificuldade técnica e física. Essa liberdade torna a prática mais prazerosa, ainda mais nos ápices do inverno e do verão, assim como num dia posterior a um happy hour com amigos e família.

Fazer esporte é uma necessidade física, mental?
Apesar de não haver fórmula exata para todos, acredito que possa afirmar que o Homem não nasceu para viver parado, automatizado, cercado de métodos. Ter tempo é questão do que se irá priorizar, e em algumas fases da vida, ambos tivemos que nos afastar do esporte em parte ou por completo, seja por trabalho ou por estudos. E foi justamente nestas fases que compreendemos a importância de uma atividade física e relacionada com a natureza.

Qual o maior prazer que um pai e filho podem ter em praticar esportes juntos?
O esporte é um dos maiores vetores para o bem estar social, para a união de pessoas, respeito às outras culturas, o que, aliás, estamos vendo nas Olimpíadas. Quando se tem a oportunidade de praticá-lo com quem amamos, estamos criando novos momentos memoráveis, histórias para se lembrar, cooperativismo, passando tempo juntos. Acredito que qualquer hobby entre pai e filho traga benefícios, aprendizados, prazeres... e mais, o esporte pode trazer maior compreensão quanto ao outro, e em última instância, união entre povos.

Maratona Mountain Bike

Nosso homenageado no Dia dos Pais, Victor Puga, vai comemorar a data... pedalando. Neste domingo, 14, ele participa da 1ª Route MTB Fribourg 2016. A largada será às 9h na Casa Suíça - Queijaria Escola, na RJ-130, altura de Conquista (Campo do Coelho), percurso de 60 quilômetros, na modalidade mountain bike maratona XCM. A competição faz parte da comemoração pelo dia nacional da Suíça, celebrado dia 1º. Os ciclistas vão passar por Dona Mariana, distrito de Sumidouro, e retornarão à Casa Suíça. Informações no site www.montanhasports.com.br.

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