Maurício Siaines
A Sociedade Musical Euterpe Lumiarense promoveu roda de choro coordenada pelo cavaquinista e pesquisador Sérgio Prata, do Instituto Jacob do Bandolim, e pelo também cavaquinista Beto Fonseca no último sábado, 9 de julho, com a presença de mais de 60 pessoas. Além da apresentação de clássicos do gênero — composições de Anacleto de Medeiros (1866-1907), de Ernesto Nazareth (1863-1934), Pixinguinha (1897-1973) Garoto (1915-1955), Jacob do Bandolim (1918-1968), Benedito Lacerda (1903-1958), Waldir Azevedo (1923-1980) —, Sérgio Prata explicou os diferentes momentos da evolução do choro desde meados do século XIX, quando a mistura da polca, originária da Europa Central, e o lundu, vindo da África, fez nascer a nova maneira de tocar e de compor.
O público ouviu chorinho bem-tocado por Fernando Abi-Ramia (violão de sete cordas), Ronaldo Zanon (violão de sete cordas), Uranoldo Fonseca (flauta transversa), Osias Gonçalves (baixo piccolo), Sérgio Prata (cavaquinho), Evaristo Bachini (cavaquinho) e Beto Fonseca (cavaquinho).
Entre uma música e outra, Sérgio Prata contou também algumas histórias do mundo do choro ilustrativas de mudanças da vida social e tecnológica brasileira. Em uma delas, dá conta do primeiro disco, de 78 rotações, gravado por Waldir Azevedo, em 1949. No lado A, o compositor resolveu colocar a música em cujo sucesso ele mais fazia fé, o choro “Carioquinha”. No lado B, depois de alguma hesitação, decidiu-se por uma música em que não acreditava tanto. Esta música do lado B não foi outra senão o choro “Brasileirinho”, que permitiu ao autor sua independência financeira, a música das apresentações de Daiane dos Santos em suas primeiras conquistas esportivas. Explicou também alguns dos recursos usados por Jacob do Bandolim para obter com poucos meios técnicos a sonoridade desejada em gravações, deixando no ar a questão sobre o que não faria aquele compositor se vivesse no mundo do computador.
A Euterpe Lumiarense realizou no dia seguinte, domingo, 10, assembleia com a presença de 52 sócios com direito a voto, em que aprovou algumas alterações de estatuto — entre elas a criação do Conselho Consultivo — e elegeu nova diretoria para completar o mandato do período 2008-2012, em função da necessidade de afastamento por motivos particulares do presidente José Waldir da Costa (Zé Pinto) e de alguns outros diretores. A novas diretoria é composta por Manoel Antônio Spitz Sodré, presidente, Sandra Costa Siaines de Castro, vice-presidente, Deidi Lúcia Mozer, diretora financeira, Edimar Heiderich, diretor executivo e Derci Klein (o Vovô, do bar), diretor administrativo.
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