“Uma árvore, um animal, a água, todos são igualmente sagrados"
Os recursos recebidos pela Associação dos Amigos do Santuário dos Reinos são direcionados, exclusivamente, para as necessidades dos mais de cem animais, todos vítimas de abandono e maus-tratos, acolhidos no Santuário, que mantém um trabalho diferenciado ao tratar de cada um deles como ser individual que necessita de respeito e amor para seu desenvolvimento. Venho pedir auxílio para a reparação da estrutura da casa, o conserto do telhado e de tudo o que está danificado, a fim de que eu volte a ter condições de moradia e, com isso, possa voltar a ter uma noite de sono adequada, em benefício de minha saúde física e mental. Algo fundamental para dar prosseguimento a esta tarefa de proteção aos animais, às florestas, às nascentes, enfim, aos Reinos da Natureza que existem e coabitam no Santuário. Gratidão a todos.”
O texto acima, de autoria de Carla Freire, explica a vaquinha online que a ativista de proteção animal e ambiental se viu obrigada a lançar, num grito de socorro. O Santuário dos Reinos começou a receber animais feridos, órfãos e desenganados logo após a tragédia de 2011. Hoje abriga espécies variadas como cavalos, pôneis, jumentos, porcos, ovelhas, e bodes, que convivem em harmonia com gatos, cachorros e a natureza.
Ali, milagres acontecem a todo momento. Como o cãozinho Pepê (de “perebento”), que teve o nome alterado para Anjo depois que se livrou da severa sarna que o acometia. Foi encontrado quase morto no meio do mato, durante uma roçada, e levado para as mãos abençoadas de Carla, tornando-se um “pet de vitrine”.
Outro que viu sua sorte mudar no Santuário foi um pônei que chegou a cair na rua, de tanto sofrimento, durante uma cavalgada de São Jorge em Conselheiro Paulino, anos atrás. Também ganhou uma nova vida o cão apelidado de Fraterno, encontrado amarrado a uma árvore, com sete cadeados, em Conquista. Ou Inocência e Redenção, duas jumentinhas que eram submetidas a jornadas e cargas de peso excessivas na Praça do Suspiro. Cada animal ali, se falasse, teria uma bela história para contar; mas agradece apenas com o olhar.
Pedagoga por formação e seguidora do mestre José Trigueirinho Netto, Carla Freire diz que vive um dia de cada vez e encara sua vida, renunciando a tudo e devotada integralmente à ajuda, sem trégua nem férias, aos animais como missão. “Eles sentem por nós a mesma coisa que sentimos por Deus. São seres em evolução e merecem ser tratados com respeito, até reverência”, define Carla, que não faz distinção entre bichos, gente, árvores, terra, água.
O Santuário é um lugar onde todos os seres são sagrados e tratados de forma digna. “Uma árvore, um animal, a água, todos são igualmente sagrados e têm o mesmo valor. O mundo é belo e espiritual. Árvores, rios e montanhas são templos de grande força a serem preservados com reverência e admiração”, acredita.
As benfeitorias na fazenda, mantida por doações, são feitas por voluntários, com material reaproveitado. Todas as casinhas dos bichos, cocheiras e cercas são construídas com cascas de eucalipto. Os nichos levam nomes igualmente encantadores: Espaço Fraterno, Espaço Gaia, Espaço Melodia, Espaço Alegria, Espaço do Bem - este ainda em construção. “Procuramos unir nosso amor e criatividade com as necessidades dos animais que vivem nesses espaços”, explica Carla.
A vaquinha online (clique aqui para acessar) está no ar e visa a arrecadar recursos para a reforma básica da casa da fazenda, que está sem condições de habitação, cheia de goteiras, e com a estrutura comprometida. Quem quiser contribuir diretamente para a Associação dos Amigos do Santuário dos Reinos (CNPJ 22.760.111/0001-39), a conta corrente é 68.090-7 da agência 0335-2 do banco do Brasil.
Como lembra Carla, “sua doação nos permite aliviar o sofrimento de muitas vidas, acolhê-las e envolvê-las em um mundo de compaixão, um mundo que você ajuda a criar através do seu apoio”.
Veja na galeria abaixo mais fotos do Santuário e o contraste entre as instalações dos animais e as condições da casa principal, que necessita de reforma urgente.
Carla Freire
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