Cícero Schott Monnerat (in memorian)
Ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal. O dicionário ainda explica que ética “é a parte da filosofia que estuda os deveres do homem para com Deus e para a sociedade”.
Deploravelmente, o progresso aliado aos avassaladores meios de comunicação está levando a comunidade para um comportamento indócil, desregrado, desrespeitador, sendo a juventude desta virada de milênio, a maior vítima pela plasticidade de seu caráter.
Temos assistido a bombas em escolas, a homicídios coletivos em colégios, a tráfico de drogas no ambiente escolar, a confrontos e brigas físicas e verbais, praticados por nosso jovens que serão em breve membros de nossa sociedade, de nossa comunidade, de nossa cidade que gostaríamos de viver. Viver em paz! Viver de maneira sadia?! Como?
Como educadores somos corresponsáveis pela situação, não que propaguemos o mal, mas, muitas vezes, nos tornamos alheios àquilo que nos rodeia, cerrando os olhos, como se tudo fosse uma fatalidade, uma avalanche incontida, um modismo infrene. Lastimoso engano! Realmente, não iremos lapidar, burilar o mundo. Contudo podemos e devemos sim, formar um minúsculo núcleo atuando numa reduzida comunidade. Se encaminharmos nossos jovens pela vereda correta, estamos abstraindo centenas de pessoas de uma rede maligna.
Com tristeza e apreensão, acompanhamos a degeneração dos costumes. Estão se tornando arcaísmos palavras como: muito obrigado, por favor, dê licença, para não catalogar e mencionar inúmeras outras atitudes e procedimentos antiéticos.
Nosso trabalho será homeopático, sem resultado imediato. A persistência será nossa arma. Basicamente, de nós há de partir o exemplo. Só podemos cobrar respeito se soubermos respeitar.
Devemos estar atentos em reeducar os jovens, habituando-os a usar maneiras elegantes de expressão, agradecendo, pedindo licença, solicitando um favor: acostumá-los a usar uma linguagem educada para com o educador e colegas; corrigir-lhes atitudes tortuosas, como a maneira de sentar-se, de fazer certos gestos, de subtrair objeto alheio, de danificar sua escola ou sua faculdade, de sujar salas, pátios etc.
Aí, sim, sentiremos orgulho imenso de praticar o bem, de conduzir nossos jovens dentro da ética, da verdadeira educação para uma nova comunidade de amor, que possa reverter esse quadro atual. Educador, está aí o desafio! Você é capaz?!
(hoje faz um ano de ausência do professor Cícero Schott Monnerat. Esse texto, inédito, é uma homenagem de toda a família, de seus eternos alunos do CEM/Pontinha de Sol e seus colegas educadores pelo legado de seus valores e atitudes.)
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