No clima do Mundial, Copa Intercolegial Edmo Zarife reúne escolas do município

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra
No clima do Mundial, Copa Intercolegial Edmo Zarife reúne escolas do município
No clima do Mundial, Copa Intercolegial Edmo Zarife reúne escolas do município

Receber uma Copa do Mundo depois de 64 anos representa um momento marcante para o esporte brasileiro. O Brasil receberá 32 seleções e oito destes países ajudaram a construir a história de Nova Friburgo através dos colonos. 

O tema inspirou a realização da Copa Friburgo Intercolegial Edmo Zarife, promovida pelo Colégio Nossa Senhora das Dores a partir de amanhã, às 17h30, quando acontecem a cerimônia de abertura e a primeira rodada no ginásio poliesportivo Santa Paula Frassineti. Familiares de Edmo Zarife e representantes das colônias homenageadas estarão presentes.

A competição será disputada em fases eliminatórias e as finais estão previstas para o dia 5 de junho. A tabela completa está disponível no site da escola organizadora (www.cnsdfri.com.br). Cada escola representará uma colônia, em uma verdadeira confraternização entre as centenas de jovens de 12 escolas friburguenses. Os times usarão camisas correspondentes às Seleções durante as partidas, proporcionando um ambiente ainda mais parecido ao do Mundial.

O torneio será disputado em duas categorias e modalidades distintas: os atletas sub-15 (nascidos a partir de 1999) jogam um torneio de Futsal (masculino e feminino), enquanto o sub-17 (atletas nascidos a partir de 1997) disputam um campeonato de Futebol Society (apenas masculino). As três primeiras equipes colocadas serão premiadas com troféus e os atletas receberão medalhas.


Um pouco mais sobre Edmo Zarife

Sendo a Copa do Mundo a maior referência do torneio intercolegial, nada mais apropriado que batizar o torneio com o nome de Edmo Zarife. Nascido em Nova Friburgo, marcou época na locução brasileira e construiu bela carreira nos microfones da Rádio Globo. O talento o transformou na "voz padrão” das chamadas e vinhetas da emissora carioca, e comandou atrações como o "Super Paradão”, de segunda a sexta, entre 0h e 3h. A última edição do programa foi na véspera do Natal de 1999. Dois dias antes, Zarife havia sido internado em um hospital na cidade Niterói, e viria a falecer cinco dias depois em virtude de problemas cardíacos.

Embora não esteja presente fisicamente, o país espera ouvir a voz de Edmo diversas vezes durante o Mundial. A famosa vinheta "Brasil-Sil-Sil!” foi interpretada pelo friburguense e virou marca registrada do Sistema Globo de Rádio e da Rede Globo de Televisão. O bordão começou a ser produzido em 1968, quando Mário Luiz, diretor geral da rádio na época, e o narrador esportivo Waldir Amaral procuravam dinamizar as transmissões de futebol. Durante as Eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, a dupla encomendou "um grito de guerra” para a Seleção Brasileira à Edmo Zarife e ao técnico de som José Cláudio Barbedo. Os dois profissionais permaneceram por duas horas dentro do estúdio e testaram várias frases e bordões. Após inúmeros testes, o "Brasil-Sil-Sil!” foi a vinheta escolhida. O tempo mostraria que a decisão foi acertada.


As equipes participantes da Copa Edmo Zarife:

Alemanha – Ciep 480 Luiz Carlos Veronese

Itália 1 – Ciep 123 Glauber Rocha

Itália 2 – C. M. Dermeval Barbosa Moreira

Continente Africano 1 – C.E. Galdino do Valle Filho

Continente Africano 2 – C.E. Tuffy El-Jaick

Portugal 1 – C.E. Zélia Côrtes

Portugal 2 – Colégio Anchieta

Portugal 3 – Colégio Nossa Senhora das Graças

Suíça – Colégio Modelo

Japão – C.M. Odete Penna Muniz

Espanha – C.E. Canadá

Brasil – Colégio Nossa Senhora das Dores

 

Quadra será palco da cerimônia de abertura do torneio, com a presença de familiares de Edmo Zarife


Garra para sempre

Atualmente sem atividades, primeira torcida organizada do Frizão completa 35 anos

Em primeiro de abril de 1979, um grupo de amigos e torcedores do então Fluminense de Friburgo resolveu transformar a paixão pelo Tricolor da Serra em apoio nas arquibancadas. Nascia a torcida organizada Garra Friburguense, fundada oficialmente pelo locutor esportivo das rádios Nova Friburgo AM e Transamérica FM Luiz Fernando Bonan. A ele juntaram-se Marina (já falecida, mãe do antigo lateral direito Cabrita) e Jalmir Saippa.

Organizar as festas e excursões sempre foi um desafio. O trio frequentemente recebia respostas negativas dos comerciantes, políticos e da comunidade em geral. Ainda assim, conseguiram os instrumentos necessários para montar a torcida, e com a colaboração do antigo supermercado Ensa, confeccionaram uma faixa de aproximadamente sete metros e meio, nas cores azul e preto.

E assim, com cerca de 200 integrantes, a Garra compareceu ao estádio Eduardo Guinle para o jogo contra o Vasco da Gama, válido pelo 1º Campeonato Especial do Rio de Janeiro. O placar terminou em 3x0 para o Vasco, mas na preliminar o Fluminense de Friburgo derrotou o Vasco por 2x1, com gol de Jeffinho. O suficiente para a torcida friburguense promover a primeira grande festa.

A torcida sobreviveu em meio às dificuldades. Fretar um ônibus para acompanhar a equipe era uma aventura. A primeira, de tantas vividas pelas estradas durante as viagens. Com o passar do tempo, outras torcida surgiram – FRI-CA-NA, Torcida Jovem, Os Dragões de Friburgo e A Friburguense. Nenhuma delas sobreviveu.

Em meados dos anos 80, por problemas de saúde, Marina deixou a torcida. Poucos dias depois, Luiz Fernando Bonan e Jalmir Saippa também se afastaram. Wagner Faria, atual presidente do Friburguense, assumiu o comando até o ano de 1989, quando passou a atuar também como plantonista esportivo da Rádio Friburgo.

Durante os nove anos sob a gestão de Wagner, a Garra Friburguense percorreu praticamente todos os estádios de futebol do estado e comemorou conquistas como o vice-campeonato da 2ª divisão de 1983. A colocação rendeu o acesso à 1ª divisão após a vitória sobre a Portuguesa por 2x0, no Eduardo Guinle, em 26 de junho. Pouco mais de seis mil torcedores lotaram as dependências do estádio. Após o encerramento do jogo, a festa prosseguiu pelas ruas de Nova Friburgo.

Outra data memorável foi o 12 de julho de 1987. O Friburguense conquistou o 1º turno da segunda divisão estadual acompanhado por uma caravana de 12 ônibus, o bastante para marcar presença no Estádio Atílio Marotti, em Petrópolis. O Friburguense empatou por 0x0 com o Serrano e conquistou o título, ascendendo à 1ª divisão de futebol carioca do ano seguinte. A torcida Garra Friburguense levou aproximadamente 700 torcedores e fez um carnaval pelas ruas da cidade imperial. 

Após a saída de Wagner Faria, Chiquinho ficou à frente da torcida, apoiado por Hélio, João e Walter Freimam. Entretanto, com o passar dos anos, os laços foram desfeitos. Os componentes ainda acompanham o Friburguense, mas a torcida não mais se reúne no setor à esquerda das cabines de imprensa, tampouco organiza excursões. Entretanto, a Garra Friburguense durou o suficiente para tornar-se parte importante da história do Tricolor da Serra.

 

Torcedores comemoram o acesso em 2011: novas organizadas

surgiram ao longo do tempo, mas nenhuma se consolidou

Eduardo Guinle lotado para um jogo do Friburguense na década de 80

 

A Garra Friburguense promoveu festas nos jogos do Friburguense em várias partes do estado








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