No bairro Vila Nova, obra em execução anima, outra, por fazer, ainda preocupa

sexta-feira, 25 de outubro de 2013
por Eloir Perdigão
No bairro Vila Nova, obra em execução anima, outra, por fazer, ainda preocupa
No bairro Vila Nova, obra em execução anima, outra, por fazer, ainda preocupa

Os moradores do bairro Vila Nova, situado entre o Centro, no final da Rua General Osório, e Duas Pedras, vivem um paradoxo. Se por um lado a construção de uma unidade escolar de educação infantil (creche) é um ponto positivo, por outro, a enorme barreira que deslizou durante a tragédia climática de janeiro de 2011, ainda sem ter sido recuperada, preocupa a todos. E esta é a principal reivindicação, a prioridade número um, como atestam os antigos moradores Tânia Mangia e Gilber Meirelles Rodrigues.

A CRECHE

A construção da unidade escolar de educação infantil está orçada em R$ 1.469.978,15, com verba repassada pelo governo federal. A obra, que se desenvolve durante todo este ano, já está em fase final de construção, em terreno plano, de nove mil metros quadrados. A capacidade é para 90 crianças.

A moradora Tânia comenta que a Vila Nova não tem demanda para tanto e a futura creche abrigará crianças de toda a cidade. Por isso mesmo o movimento de pais levando e buscando seus filhos há de ser grande. Ela já prevê a necessidade de mais ônibus e ainda mais carros circulando pelo bairro, que já registra problemas de trânsito na Rua Prudente de Morais nos horários de pico, com motoristas que pegam seus filhos nos colégios da Rua General Osório e os que tentam se livrar dos frequentes engarrafamentos no eixo rodoviário, em frente ao Sesc. Tânia não sabe o prazo de entrega das obras, mas crê que seja em 2014. Ela soube que a creche seria construída sobre pilotis, o que não aconteceu. Ela, que é vizinha da construção, se preocupa porque na tragédia de 2011 a Vila Nova foi inundada em praticamente um metro, além de a creche estar situada onde passa um valão.

OBRAS DE RECONSTRUÇÃO

E já que se tocou neste assunto, a Vila Nova tem marcar profundas remanescentes da tragédia de 2011. Além da barreira que fez desaparecer dez casas (felizmente os moradores saíram antes), alguns imóveis permanecem fechados, semidestruídos, abandonados. O prédio de número 105 da Rua Prudente de Morais chegou a ficar interditado um ano e meio. Depois desse período, porém, uma vistoria da Defesa Civil, juntamente com outros órgãos, constatou não haver mais risco. Água e luz foram religadas e os moradores puderam retornar. 

Um sobrado, situado ao lado, permanece fechado. Havia sido invadido por 23 pessoas, entre usuários e procurados pela polícia. Era um transtorno para a comunidade. No entanto, uma ação do Ministério Público, Secretaria de Assistência Social e polícia, entre outras instituições, evacuou o prédio, ação que representou um alívio para a vizinhança.

Ambos os prédios se situam ao lado do valão (aquele que mais adiante passa pela área da futura creche), que está tomado pelo mato e fica em frente à barreira desabada. No local, uma grande contenção precisa ser feita e, por enquanto, nem sinal da obra. Nos arredores, como no Morro do Ademir e Vila Carmélia, várias casas estão interditadas. Algumas até foram marcadas para demolição, o que não ocorreu até agora. Uma casa da Rua Prudente de Morais poderia ser recuperada, desde que a contenção da encosta fosse feita. A subida da antiga Fundação Getúlio Vargas está interditada por uma enorme queda de barreira. O acesso, inclusive para algumas casas, está sendo feito por um desvio. E os moradores aguardam a reconstrução da via.

O valão, ao lado do número 105, continua abandonado, tomado pelo mato, e os moradores não sabem se ele está obstruído ou não. Há muita terra solta da barreira e a comunidade teme que com as chuvas desça mais terra e obstrua o valão de novo, como na tragédia, principal responsáveis pela inundação no bairro.

MOBILIDADE

Como citado anteriormente, a Vila Nova registra grande movimento de veículos, principalmente nos horários de pico. Para melhorar a situação, os moradores reivindicam melhorias no pavimento, tanto da pista quanto das calçadas, onde, junto às árvores, também há desníveis gritantes, um perigo iminente de quedas para qualquer pessoa, principalmente crianças e idosos.

PREFEITURA RESPONDE

A assessoria da Secretaria Municipal de Educação informou que a futura creche da Vila Nova terá capacidade para 90 crianças, já está em fase final de construção e a previsão de entrega é para 2014, após as obras do entorno, cuja licitação já está pronta e dever ser feita ainda este ano.

O secretário municipal de Obras, José Augusto Spinelli, disse que a contenção da encosta da Vila Nova já foi licitada pelo governo estadual e o contrato está para ser assinado com a construtora Marpa, através do Programa Somando Forças. Segundo o secretário, outros três lugares do bairro também terão intervenção para contenção, incluídos na mesma licitação. Outros detalhes, como prazos de início e entrega das obras, entre outros, ainda não são do seu conhecimento.

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