Nem é verão e já triplicam os casos de chikungunya em Friburgo

Período epidêmico da doença começou este mês. Ministério da Saúde lança campanha para combate ao Aedes
sábado, 17 de novembro de 2018
por Alerrandre Barros (alerrandre@avozdaserra.com.br)
Fechamento de caixas d'água é medida importante (Foto: Daniel Marcus / PMNF)
Fechamento de caixas d'água é medida importante (Foto: Daniel Marcus / PMNF)

O verão nem chegou e dados epidemiológicos já apontam um aumento de 175% nos casos de febre chikungunya em Nova Friburgo. Em 2017, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 54 suspeitas da doença, mas somente oito foram confirmadas. Já este ano, de janeiro a outubro, as notificações saltaram para 131 casos, sendo que 22 pacientes de fato contraíram a doença.

Esse significativo aumento de casos na cidade reflete o que ocorre em alguns  estados, como o Rio de Janeiro, que teve, até outubro, aumento de 720% nos casos de chikungunya, passando de 4.293 casos em 2017 para 32.245 no mesmo período de 2018. Os números dispararam o alerta no Ministério da Saúde, que na última terça-feira, 13, lançou mais uma campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Os meses de novembro a maio são considerados o período epidêmico para as doenças transmitidas pelo vetor, porque o calor e as chuvas são condições ideais para a proliferação do mosquito. “É o momento em que todos devem ter maior atenção e intensificar os esforços para não deixar a larva do mosquito nascer. No caso da população, além dos cuidados, como não deixar água parada nos vasos de plantas, é possível verificar melhor as residências, apoiando o trabalho dos agentes de endemias”, disse o coordenador do Ministério da Saúde, Divino Martins.

Segundo Martins, atitudes simples de vistoria a casas, apartamentos e espaços abertos, que levam cerca de dez minutos, podem ajudar no combate ao mosquito. Confira as dicas abaixo. “Os agentes de endemias estão nas ruas vistoriando todos os espaços em todo o país. Contudo, a população pode se empoderar também dessas técnicas e se antecipar à visita dos agentes”, disse o coordenador.

Além da campanha, o Ministério da Saúde prevê divulgar no fim deste mês o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), ferramenta utilizada para identificar os locais com focos do mosquito nos municípios. Com base nas informações coletadas, os gestores podem identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito.
 

Dengue e zika

Não é só a chikungunya que preocupa. A dengue e o zika vírus, também transmitidos pelo Aedes, vêm sendo monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde. Em Friburgo, os casos de dengue caíram 52%. Foram notificados 704 suspeitas em 2017 e confirmadas 38. Este ano, até outubro, foram 566 notificações, mas somente nove casos confirmados. As suspeitas de zika, em grávidas, também caíram de 33, em 2017, para 18 em 2018. Nenhum caso foi confirmado até outubro.

No estado do Rio de Janeiro, houve aumento de 41% nos casos de dengue, passando de 9.715 casos em 2017 para 13.765 em 2018. Já em relação ao zika, houve redução de 12%, passando de 2.378 casos em 2017 para 2.072 neste ano.

Em nota, o Ministério da Saúde garante que tem repassado recursos aos estados e municípios para ações de vigilância em saúde, incluindo o combate ao Aedes aegypti. As verbas cresceram, de acordo com a pasta, de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,93 bilhão em 2017. Neste ano, porém, o orçamento destinado para as ações de vigilância das doenças transmissíveis, entre elas dengue, zika e chikungunya, é menor, R$ 1,9 bilhão.

O que fazer para combater o mosquito

- Manter bem tampado tonéis, caixas e barris de água;
- Lavar semanalmente com água e sabão tanques utilizados para armazenar água;
- Manter caixas d'água bem fechadas;
- Remover galhos e folhas de calhas;
- Não deixar água acumulada sobre a laje;
- Encher pratinhos de vasos com areia até a borda ou lavá-los uma vez - por semana;
- Trocar água dos vasos e plantas aquáticas uma vez por semana;
- Colocar lixos em sacos plásticos em lixeiras fechadas;
- Fechar bem os sacos de lixo e não deixar ao alcance de animais;
- Manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo;
- Acondicionar pneus em locais cobertos;
- Fazer sempre manutenção de piscinas;
- Tampar ralos;
- Colocar areia nos cacos de vidro de muros ou cimento;
- Não deixar água acumulada em folhas secas e tampinhas de garrafas;
- Vasos sanitários externos devem ser tampados e verificados semanalmente;
- Limpar sempre a bandeja do ar condicionado;
- Lonas para cobrir materiais de construção devem estar sempre bem esticadas para não acumular água;
- Recolher sacos plásticos e lixo do quintal.

 

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