Está aberta a temporada de matrículas para o próximo ano letivo nas escolas da rede particular de ensino de todo o Brasil. Em Nova Friburgo, a exemplo do restante do país, muitos pais estão priorizando o planejamento financeiro para 2016 em função da crise econômica que prejudica a economia brasileira e ameaça empregos. Por conta disso, a negociação tem sido a palavra de ordem na hora de efetuar a matrícula dos filhos. “Este ano, estamos percebendo um aumento no número de pais que já estão procurando as escolas para negociar a renovação de matrícula. Creio que isso aumente ainda mais até dezembro”, observa o diretor regional do Sindicato das Escolas Particulares do Estado do Rio de Janeiro (Sinepe-RJ), Jorge Teixeira de Queiroz.
O percentual de reajuste médio que será aplicado pelas escolas sindicalizadas no próximo ano ficará entre 10% e 12%, segundo Jorge. “Esse aumento não é estipulado por nenhum órgão mas regulado pela lei 9.870, que determina que o índice é definido por cada colégio de acordo com sua planilha de custos. Aqui em Friburgo, a tendência é que esse reajuste não extrapole os 12% para evitar a inadimplência e a evasão de alunos para a rede pública”, esclarece Jorge, há mais de 30 anos atuando como diretor do Sinep-RJ na região.
Além de Nova Friburgo, que conta com 21 instituições de ensino sindicalizadas, outros 11 municípios são abrangidos pela diretoria regional.
A atual conjuntura também é favorável para os pais que estão com dívidas acumuladas e querem regularizar sua situação a fim de encerrar o ano sem pendências junto aos estabelecimentos escolares. O número de famílias friburguenses nessa situação aumentou ao longo desse ano, conforme atesta o diretor local do Sinep-RJ. “A inadimplência está em torno de 10% a 15% e o fim de ano é um bom momento para quem quer negociar e quitar as dívidas", acredita Jorge.
Evasão para escolas públicas também é uma realidade em Nova Friburgo
Aberta no último dia 27 de outubro, a pré-matrícula para o ano letivo de 2016 na rede estadual de ensino já registra recorde de inscrições. Até a última quarta-feira, 11, por exemplo, a Secretaria Estadual de Educação recebeu 135 mil inscrições. Desse total, 18.500 mil são de estudantes oriundos de escolas particulares. Os números indicam que no próximo ano, o número de alunos que deixa a rede privada e vai para as escolas públicas continuará crescendo assim como ocorreu em 2015.
Em Nova Friburgo, não há estatísticas oficiais sobre os índices de migração do ensino particular para o público. Mesmo sem dados precisos, pode-se verificar que o movimento também é uma realidade no município. “Isso ocorre mais entre os alunos do ensino médio por causa do Enem. O exame garante uma reserva de vagas aos alunos da rede estadual interessados em ingressar nas universidades públicas, o que acaba motivando a mudança. Apesar disso, aqui em Nova Friburgo, o índice de evasão para as escolas públicas não está tão alto e chega ao máximo a 5%. Acho que isso se deve ao valor das mensalidades cobradas pelas escolas que ainda têm um custo bem menor do que as cobradas em cidades como Niterói e Rio de Janeiro”, afirma Jorge.
Custos à parte, o diretor regional do Sinepe-RJ destaca a importância de investir na educação dos filhos. “A formação de uma escola particular acaba sendo diferenciada porque não tem problemas como greves e falta de professores. A educação é a melhor herança que podemos deixar para nossos filhos e não pode ser encarada como despesa, e sim como investimento porque será a base para toda uma vida”, conclui Jorge.
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