“O Natal nos países africanos de língua portuguesa é semelhante ao de Portugal, uma vez que foram os portugueses que levaram a celebração para a África. Cada país - onde há grandes comunidades cristãs que festejam o nascimento de Jesus - criou as suas próprias tradições, fazendo do Natal uma de suas festas mais alegres”, explicou Ilma Santos, presidente da Colônia Pan-Africana e do Centro Cultural Afro-Brasileiro Ysun-Okê.
“No continente africano não há a cultura de consumo que se vê no resto do mundo, especialmente na Europa e EUA. Por lá, a única coisa que se costuma comprar ou estrear é um vestido ou um terno novo. O que não impede uma pessoa de presentear a família, caso tenha condições e queira.
Cada família celebra o Kwanzaa (nome derivado da frase “matunda ya kwanza”, que significa “primeiros frutos” em suaíli, língua de origem queniana), da sua própria maneira. Mas todas, em geral, incluem canções e danças, batucada com tambores africanos, leitura de histórias e poesias e uma grande refeição tradicional. A celebração dura sete dias, iniciando no dia 26 de dezembro e encerrando no dia 1º de janeiro.
Em cada uma das sete noites, a família se reúne ao redor da luz das velas no Kinara (castiçal) para discutir os 7 princípios da Kwanzaa - valores da cultura africana que contribuem para a construção e reforço da comunidade. A cada dia uma vela de cor diferente deve ser acesa num altar onde são colocadas frutas frescas e uma espiga de milho correspondente ao número de crianças que houver na casa.
Depois de acesa a vela (a preta deve ser na primeira noite), todos bebem de uma taça comum em reverência aos antepassados, e saúdam exclamando “Harambee”, que tanto significa “reúnam todas as coisas” como “vamos fazer juntos”. A culminância da celebração se dá em 1º de janeiro, quando há fartura de comida, muita alegria e onde cada criança deve ganhar três modestos presentes: um livro, um objeto simbólico de referência africana e um brinquedo.”
Presidente da colônia Pan-Africana: Ilma Santos
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