Na Semana Mundial do Diabetes, prevenção e alerta contra a doença

sexta-feira, 12 de novembro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Henrique Amorim

Uma verdadeira epidemia mundial. Assim pode ser considerada a evolução do diabetes que acomete cada vez mais pessoas em todo o planeta. Um levantamento da Federação Internacional de Diabetes (FID) e Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que aproximadamente 240 milhões de pessoas (6% da população mundial e aproximadamente dez milhões de pessoas no Brasil) tenha a doença caracterizada por alterações na taxa de açúcar (glicose) no sangue. A pesquisa revela ainda que o diabetes está mais presente em 7,6% dos homens e mulheres entre 30 e 69 anos. E o pior, é que as expectativas não são nada animadoras.

A FID estima que em 2025, pelo menos, 350 milhões de pessoas sejam portadoras de diabetes em todo o mundo. Por dia são identificados até 500 novos casos da doença. Por isso, está mais que na hora de mudar hábitos de vida e alimentares para ajudar o organismo a não desenvolver a doença que ainda não tem cura, mas não inibe o paciente de levar uma vida normal, desde que tenha alguns cuidados. Portanto, atenção: é hora de prevenir-se contra o diabetes.

Esta necessidade, cada vez mais urgente, mobilizou autoridades e instituições que vem promovendo diversas ações de prevenção e combate a doença durante a Semana Nacional do Diabetes que termina neste domingo, 14, tido como Dia Mundial do Diabetes. Em Nova Friburgo, as atividades acontecem hoje, 12, das 9h às 13h, na Praça Dermeval Barbosa Moreira, no Centro com panfletagens, orientações com nutricionistas a cargo do Departamento de Hipertensão e Diabetes da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e medição da glicemia sanguínea em parceria com a Associação dos Diabéticos de Nova Friburgo (Adinf).

Os exames serão realizados através de aparelhos manuais que revelam na hora a taxa de glicose a partir de uma pequena amostra de sangue obtida com uma picada na ponta do dedo. Vale lembrar que os níveis normais de glicose no sangue (em jejum) são de 70 a 99 miligramas por litro de sangue. Durante as atividades os diabéticos deverão estar vestindo alguma peça de roupa azul, que representa a união.

Uma equipe de voluntários da Adinf também dará orientações à população sobre como prevenir a doença, evitando alimentos gordurosos e excesso de doces e carboidratos, além da necessidade de seguir à risca a dieta determinada pelo nutricionista e medicar-se corretamente de acordo com orientações de um endocrinologista. “É importante ressaltar que a medicação indicada para um paciente nem sempre serve para outro diabético, portanto é necessário visitar regularmente o endocrinologista que irá fazer o acompanhamento correto da evolução da doença”, destaca Gustavo Botelho, da Adinf (telefone 2527 6313).

Ele lembra ainda que a instituição oferece periodicamente palestras e orientações com médicos, psicólogos e nutricionistas, medição da taxa de glicemia sanguínea em jejum às segundas e terças-feiras e pós prandial (verificação da glicose no sangue até duas horas após o almoço) às quartas-feiras. Em parceria com o Rotary Suspiro são distribuídas regularmente na Adinf, kits de medição de glicose para crianças diabéticas, sem contar as terapias multidisciplinares, tratamento odontológico e acompanhamento dos pés dos diabéticos (membro do corpo mais vulnerável a baixa irrigação sanguínea devido a alterações da glicemia, podendo desencadear complicações e até mesmo amputações.

Como conviver bem com o diabetes?

De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o diabetes é uma doença ocasionada pela deficiência na produção da insulina, hormônio regulador da glicose no sangue ou até mesmo a não produção da insulina pelo pâncreas. O diabetes se manifesta através dos tipos 1 e 2. O primeiro acomete pessoas de qualquer idade e acontece quando as células produtoras da insulina são destruídas e o organismo passa a reconhecê-las como corpos estranhos. Já o tipo 2 é mais comumente de origem hereditária e se apresenta em paciente obesos (60% a 90% deles) e sedentários.

No caso do diabetes tipo 2, o pâncreas produz a insulina, mas as células não a absorvem fazendo com a que a glicose não seja corretamente metabolizada, permanecendo em níveis maiores que o necessário na corrente sanguínea. O tratamento nos pacientes com diabetes tipo 1 é mais comumente feito com a aplicação injetável de insulina em doses diárias a critério médico, combinada com medicação oral e dieta balanceada sem ingestão de açúcares. Aos diabéticos tipo 2, o controle geralmente é feito com medicação combinada com dieta e exercícios físicos. Os sintomas da doença são vontade excessiva de urinar, muita sede, fome, formigamento nos pés, cansaço e dificuldade de cicatrização em feridas.

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