No km 14 da estrada que leva ao Stucky, bem em frente à entrada que vai dar em Macaé de Cima, à esquerda da RJ-142, fica o Sítio Correto Produtos Naturais, um pequeno vale cercado de parte de Mata Atlântica, em área de proteção ambiental. Parece complicado chegar lá, mas não é. Basta perguntar pelo Conrado ali na loja Bambu Rio e arredores, que "todo mundo” o conhece.
É de lá que saem os produtos que os irmãos cariocas Conrado Squadrito e Samantha Caldato comercializam na Região Serrana e Rio de Janeiro, com o compromisso de promover a integração entre alimentação saudável e sustentabilidade. E numa diversificada produção orgânica, são respeitadas as mais estritas normas orgânicas e agrobiológicas.
No sítio são preparadas as mudas para a empresa Paisagismo Comestível, instalada na antiga Fábrica da Bhering (Santo Cristo, Rio). Neste tipo de “feira”, um verdadeiro ponto de encontro de aficionados, também estão disponíveis objetos, móveis, mudas e estufa de micro-saladas, além de produtos como shiitake, ovos, entre outros — com os devidos certificados —, que abastecem residências particulares, restaurantes, hotéis e o programa Bela Cozinha (GNT), da Bela Gil, no Rio. 
Impregnados pelos cheiros, sabores e cores da natureza, Conrado e Samantha se fizeram ‘jardineiros’ — algo como personal horta —, um serviço de manutenção orgânica com adubos e controle de pestes 100% orgânicos, para manter os jardins comestíveis renovados e bem cuidados de seus clientes. Pois é, o que vem a ser paisagismo comestível?
Segundo Samantha, é você comer o que você planta. A empresa “constrói, planta e mantém hortas orgânicas, para quem queira ter o seu próprio jardim comestível em casa. Não importa quantos metros quadrados você tenha, nem se mora em uma casa ou apartamento. Os projetos são desenvolvidos de acordo com cada espaço e com seus moradores. As hortas podem ser em vasos, módulos verticais, em jardins ou até mesmo na janela”, explica.
Um passeio na floresta
Entre estufas, canteiros, hortas, pomares e galinheiro, Conrado percorre o sítio conduzindo repórter e fotógrafa num sobe e desce de trilhas. Atravessamos uma pequena ponte (quase uma pinguela) sobre o córrego, com água farta o bastante para girar a roda d’água “que enche a caixa lá no alto”, explica Conrado, apontando a montanha acima de nossas cabeças.
Espalhadas pelo terreno, descobrimos árvores frutíferas, verduras, legumes, hortaliças, folhas, flores, que Conrado identifica e explica como são os processos de cultivo de cada produto. Nas estufas de shiitake, por exemplo, as prateleiras estão repletas de blocos envelopados, em alguns já brotando o fungo, num ambiente sufocante, com controle de temperatura, cujo medidor marca 91% de umidade. Ele acredita que dentro de 30 dias os primeiros cogumelos começarão a surgir, levando até 120 dias para a brotação total. 
“Os blocos chegam da fábrica (em São Paulo) com 40 dias, e estão nesta estufa há mais de 20. Tenho conseguido manter a temperatura no ponto ideal, mas se cair abaixo de 70%, o que pode acontecer durante o verão, principalmente com o calorão desse ano, arrisco perder toda a produção. Como não uso ar-condicionado tenho que ficar molhando os blocos de 2 em 2 horas para manter a temperatura certa. Por outro lado, isso também pode gerar a proliferação de outros fungos, como o trichoderma, que ataca o shiitake”, explica Conrado.
A agricultura orgânica não utiliza agrotóxicos, hormônios, drogas veterinárias, adubos químicos, antibióticos ou transgênicos. É assim no Sítio Correto Produtos Naturais, onde saboreamos diversas frutas enquanto caminhávamos, descartando sementes, caroços, e o que mais quisesse ali mesmo, naquele chão irregularmente fértil. É o adubo natural, é o ciclo da vida, morte e vida, em andamento. Um jardim de sabores.
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