Aos mais desavisados, a Praça do Viagra está abarrotada de pessoas com a motivação de trocar figurinhas da Copa do Mundo. Pessoas de todas as idades, ajudando, umas às outras, a completar os seus álbuns. Nada mais cooperativo. Nada que nos ensine tanto nesse momento de extremos de forma tão simbólica.
Para as figurinhas, o único extremo são as figurinhas brilhantes. E, falo por experiência própria. Das que faltam para mim, 95% são das chamadas prateadas para uns, douradas para outros. Prateada, né? Brilhantes, com certeza. Especiais pela dificuldade de consegui-las.
No mercado das trocas, brilhante só se troca por brilhante. Na negociação até dá para trocar uma figurinha brilhante por cinco das comuns ou por um pacotinho fechado. O que daria R$ 2. Melhor que pagar R$ 5, R$ 10 ou até mesmo R$ 20 por uma dessas raridades.
A reclamação quanto à falta de figurinhas brilhantes é geral. Tem gerado, inclusive, reclamações, algumas até engraçadas em sites especializados em reclamações de consumidores. A Panini, empresa que comercializa a coleção, não deu uma resposta geral sobre a questão. Enquanto isso, surge o mercado de cambistas com coleções completas e preços variáveis para figurinhas brilhantes, do Brasil e daquelas consideradas no imaginário ou não como as mais difíceis.
À parte disso, a coleção de figurinhas da Copa anima os donos de bancas que veem suas vendas saltarem. As crianças trocam o lanche pela compra dos pacotinhos da Copa. Os adultos voltam a ser crianças. Pais e avós se unem aos filhos e netos para ajudar na empreitada. Mesmo aqueles que não se bicam muito deixam esquerda e direita de lado para fazerem a troca. As figurinhas nos ensinam que dá para viver de forma melhor em sociedade. Fica a lição.
Deixe o seu comentário