Foi um grande jogo, onde uma das velhas máximas do futebol se fez presente ao estádio Giulite Coutinho na tarde do último sábado, 14. O “quem não faz leva” serve para traduzir um jogo onde o Friburguense dominou as ações, abriu 2 a 0 de vantagem no marcador, mas não aproveitou as oportunidades para matar o confronto que terminou com a vitória do América por 3 a 2.
O Friburguense ainda se prejudicou com suspensões e lesões. Já sem Bidu, Sérgio Gomes, Jorge Luiz e Jefinho, o Tricolor perdeu na partida de estreia na Taça Corcovado, Bruno, Damião e até mesmo o goleiro Luiz Felipe por lesão.
Lohan, autor de um dos gols, terminou o jogo com a camisa 12 e luvas. O outro tento foi anotado por Lucas Sales, enquanto para o América, que buscou a virada no último minuto, aos 52 da etapa final, marcaram Crispim, Rafael Carioca e Daniel.
“Quem teve a oportunidade de acompanhar o jogo sabe como foi. Em termos de resultado, lamentamos, mas conseguimos dominar o América, marcar bem e jogar quando tivemos a bola. Fizemos os gols, mas nos últimos 15 minutos aconteceram coisas atípicas, do futebol. Perdemos três ou quatro atletas por lesão. Isso foi fundamental para que perdessemos o jogo. Mas o importante é que o grupo absorveu o que tentamos passar e conseguiu fazer um bom jogo. Vamos tentar repetir contra o Santa Cruz e buscar a vitória na quarta-feira”, avalia o técnico Cadão.
O próximo compromisso do Friburguense é o jogo contra o Santa Cruz nesta quarta-feira, 18, às 15h, no Eduardo Guinle. Os ingressos são vendidos nas bilheterias do estádio, a partir de R$ 10.
Pintura de Sales
Concorrente direto, apontado como adversário direto na briga pelo acesso, jogo fora de casa e o Friburguense repleto de desfalques. Familiar? Sim. Essa foi a tônica do Tricolor da Serra nos jogos contra o Tigres do Brasil e Americano, e voltou a ser realidade diante do América. Não bastassem Sérgio Gomes e Bidu suspensos, Cadão ainda não pôde contar com Jorge Luiz. E na quinta-feira anterior, durante o coletivo, perdeu também o meia Jefinho, que voltou a sentir lesão. E mais: Vitinho, com problemas na parturrilha esquerda, atuou praticamente no sacrifício.
A tabela da Série B1 e de qualquer outro campeonato, entretanto, não alivia ninguém por desfalque. Pelo contrário, desafia, exatamente no duelo que poderia aproximar o time de Nova Friburgo dos líderes na classificação geral. O Friburguense foi a campo com Murillo pela direita e Dieguinho no meio, assim como já havia atuado diante do Tigres. As notícias boas foram o retorno de Lohan e a presença de Gleison no banco de reservas. Foi exatamente do camisa nove a primeira tentativa de finalização, após bola rebatida na grande área.
Em meio ao equilíbrio e a marcação encaixada, os espaços apareciam para o Friburguense. Aos 12 minutos, Vitinho arrancou de trás do meio-campo, e fez belo passe em profundidade para Dedé. O atacante ajeitou o corpo e bateu, mas não pegou em cheio na bola. O América, por sua vez, só conseguiu levar algum perigo quando Nivaldo aproveitou bola rebatida pela defesa e arriscou, à esquerda de Luiz Felipe. Problema mesmo foi a lesão de Bruno, aos 26 minutos. O zagueiro, que já substituía os suspensos Sérgio e Bidu, deu lugar a Rômulo, com Murillo passando a atuar ao lado de Marcão.
O Friburguense superou todas essas adversidades, seguiu postado, concentrado e foi letal aos 33 minutos: Dedé puxou o contra ataque e rolou para Lohan. O camisa nove apenas escorou para Lucas Sales, na entrada da área, acertar lindo chute no ângulo esquerdo de Rafael e abrir o placar. Sem reação, o América tentou atacar de forma desorganizada e ofereceu ainda mais espaços. Aos 43, Vitinho, por muito pouco, não achou Lohan em condições em marcar.
Frizão não “mata”e sofre castigo
O América mexeu, mas foi o Friburguense quem voltou com tudo para o segundo tempo. Logo no primeiro minuto, Dedé encarou a marcação de Quaresma, passou com bonito drible, invadiu a grande área e bateu cruzado, para a boa defesa de Rafael.
Aos três minutos, novo contra golpe, desta vez puxado por Sales. A bola chegou até Lohan, que arriscou de canhota da entrada da área e contou com a colaboração de Rafael para ampliar o marcador. A oportunidade do terceiro surgiu pouco depois, quando Vitinho acionou Sales. O chute, porém, saiu mascado e sem direção.
Depois dos dez minutos intensos do Tricolor, o América respirou quando Daniel fez boa jogada pelo miolo de ataque e sofreu falta na risca da meia lua da grande área. Na cobrança, Luiz Felipe caiu no canto esquerdo e fez boa defesa. Neste exato minuto, Luisinho lançou Rafael Carioca, mais um atacante na equipe da casa. Ainda antes do tempo técnico veio a terceira alteração.
O controle do jogo, no entanto, era todo do Friburguense. As lesões, como a de Damião aos 18 minutos, incomodavam bem mais que o próprio América. Em campo, Sales teve a chance do terceiro gol, mas não acertou a finalização. A velha máxima do “quem não faz, leva” prevaleceu, e bastou um descuido, aos 27 minutos, para Crispim aproveitar e diminuir o marcador.
O alvirubro entrou no jogo, e pouco depois, Crispim perdeu grande chance, cara a cara com Luiz Felipe, que fez grande defesa. A pressão surtiu efeito, e Rafael Carioca subiu mais que a defesa em cobrança de escanteio para empatar, aos 36.
O drama aumentou porque, neste lance, Luiz Felipe se lesionou e não teve condições de permanecer em campo. Como Cadão já tinha feito as três alterações, Lohan foi para o gol. O América, ainda que desorganizado, conseguiu encontrar o gol da virada com chute de Crispim, desviado por Daniel, em uma das últimas tentativas, aos 52 minutos. Um duro golpe para quem poderia ter deixado o campo com três pontos.
Deixe o seu comentário