Na Copa Rio, Friburguense terá novamente o comando de Andreotti

Permanência do técnico foi confirmada para próxima temporada. “Casamento” já dura cinco anos, desde que ele chegou com a missão de reconduzir o time à elite do futebol. E conseguiu
sexta-feira, 24 de abril de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Diretoria do Friburguense confirma Gerson Andreotti no comando da equipe para a Copa Rio (Amanda Tinoco/A Voz da Serra)
Diretoria do Friburguense confirma Gerson Andreotti no comando da equipe para a Copa Rio (Amanda Tinoco/A Voz da Serra)

Uma relação que começou em maio de 2011, quando o Friburguense ainda disputava a segunda divisão do campeonato carioca. À época, Gerson Andreotti aceitou o desafio de tentar reconduzir o Tricolor da Serra à elite do futebol estadual, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas pelo clube e pela cidade, que quatro meses antes sofrera com a maior tragédia natural da história do país. Todo esse cenário desfavorável parece ter contribuído para transformar um simples relacionamento profissional em casamento, que deverá completar o quinto ano na próxima temporada.

“O Gerson é um cara que tem a nossa confiança. Além de bom treinador dentro de campo, é uma pessoa fantástica fora dele. Os jogadores gostam muito dele, e ele tem o grupo na mão. Além disso, ainda possui um olhar especial com a base, e dentro da nossa filosofia, é fundamental. A princípio, o Gerson Andreotti permanece no Friburguense para a Copa Rio e Campeonato Carioca de 2016”, garante o gerente de futebol José Siqueira.

Adaptado a Nova Friburgo, Andreotti, de 61 anos, não esconde a satisfação em trabalhar no clube — embora demonstre irritação com a falta de apoio do poder público ao Friburguense. Em diversas entrevistas o comandante do Frizão fala com carinho sobre a cidade, onde já chegou a cogitar a hipótese de comprar uma casa. “É uma cidade que eu gosto muito, bastante tranquila, de pessoas boas. Adoro trabalhar no Friburguense, e com satisfação eu estou aqui todos os dias. O ambiente é muito bom, é um clube família e que trabalha para revelar jogadores. Gosto muito disso”, analisa.

A identificação com o clube e com a cidade e a amizade com o gerente de futebol José Siqueira pesam para a permanência do treinador. Durante o período de nove jogos sem vitórias no estadual, Andreotti sofreu com a pressão da torcida, e chegou-se a especular que poderia haver alguma espécie de “racha” no elenco tricolor. Nada disso era verdade. O técnico possui total controle sobre o grupo, e é bastante querido por todos os jogadores.

Outro fator determinante é o olhar diferenciado de Gerson Andreotti para as divisões de base. Sem recursos para fazer grandes investimentos, o Friburguense aposta nos valores criados no próprio clube, e o treinador da equipe principal costuma acompanhar os juniores e demais categorias. Nos últimos anos, promoveu jogadores como Luís Felippe e Lucas Cunha, que passaram diretamente do juvenil para o profissional (ambos com apenas 17 anos). Para a Copa Rio, existe o planejamento de integrar novas apostas, como o jovem João Pedro, também de 17 anos.

Balanço positivo

Desde que assumiu a equipe, Gerson Andreotti dirigiu o Friburguense em 136 jogos oficiais. Uma relação de quatro anos, cada vez mais rara no futebol brasileiro, mas que mantém a tradição de trabalhos longos no Tricolor da Serra — com exceção da passagem de Edson Souza, em 2011, que durou pouco mais de cinco meses. O retrospecto de Andreotti no comando tricolor é positivo: são 56 vitórias, 41 empates e 39 derrotas. 

Em meio a algumas turbulências — como a eliminação para o Crack na série D, vice da Copa Rio e o jejum no estadual deste ano —, Andreotti jamais correu riscos de demissão no clube. A estabilidade e o aval da diretoria proporcionam a tranquilidade necessária para o treinador escolher os jogadores com os quais trabalha. Às vésperas de sua quinta temporada pelo Tricolor da Serra, admite que é preciso avançar. O principal objetivo é consolidar o Friburguense no cenário do futebol nacional.

“Nós subimos para a primeira divisão, e participei desse processo. Eu estou muito satisfeito com as campanhas, mas sempre queremos algo mais. Precisamos estar na série D, e futuramente conquistar o acesso pra C. Por outro lado, na questão técnica, fico satisfeito. Estamos sempre chegando perto, na parte de cima da tabela. A exceção foi agora, no estadual. Mas fizemos bons jogos e a bola não entrou. O comportamento do grupo, o comprometimento, a parte técnica e tática estão dentro do que eu quero”, avalia.

De férias até o dia 10 de maio, o Friburguense começa a planejar o segundo semestre. Embora exista a possibilidade de participar do Campeonato Brasileiro da Série D — em caso de alguma desistência —, o clube trabalha com foco na disputa da Copa Rio. Alguns jogadores foram emprestados, a exemplo de Jorge Luiz e Marcos, que disputarão a série B estadual pelo Sampaio Correa, de Saquarema. O volante Damião vai defender o Goytacaz na mesma competição. O trio retorna logo após o término da segunda divisão. Já o atacante Caíque negocia com o Macaé, que vai jogar o Campeonato Brasileiro da série B. Caso acerte, o jogador retornaria apenas para a disputa do Carioca em 2016.

Os números de Andreotti no Friburguense:

- Jogos: 136

- Vitórias: 56

- Empates: 41

- Derrotas: 39

- Principais resultados: Vice-campeão da Copa Rio (2011), Vice-campeão Carioca série B (2011), 6º Campeonato Brasileiro Série D (2012), Vice-campeão da Taça Rio (2014)

- Maiores vitórias: 

12/02/2011 – Friburguense 6x0 Portuguesa, Eduardo Guinle

26/08/2012 – Friburguense 6x0 Guarani-MG, Eduardo Guinle (Série D)

- Maior derrota: 

26/01/2014 – Vasco 6x1 Friburguense, São Januário

  • Amizade fora de campo e confiança no trabalho: direção do Friburguense mantém Andreotti no comando

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  • Querido pelos jogadores, treinador conta com o respaldo dos líderes do elenco

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TAGS: Copa Rio | Friburguense | Gerson Andreotti
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