Na Avenida Nossa Senhora do Amparo, o perigo ronda casas, empresas e instituições

segunda-feira, 26 de setembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Na Avenida Nossa Senhora do Amparo, o perigo ronda casas, empresas e instituições
Na Avenida Nossa Senhora do Amparo, o perigo ronda casas, empresas e instituições

Eloir Perdigão

A Avenida Nossa Senhora do Amparo é longa, com início próximo à Chácara do Paraíso e término em Conselheiro Paulino. O movimento do trânsito é grande, com motoristas que buscam uma alternativa à Avenida Governador Roberto Silveira, quase sempre engarrafada. É também opção para Conselheiro Paulino em caso de alagamento da Roberto Silveira. E não há calçadas, expondo os pedestres ao perigo. Tem trechos em paralelepípedos e outros asfaltados, mais largos e estreitos, urbanizados e com barrancos. Neste último caso, o pior trecho fica na altura da Apae, onde houve dois grandes deslizamentos de barreira em janeiro. A pista foi liberada, mas permaneceu muita terra solta e restos de árvores, que estão amedrontando a vizinhança.

Residências, empresas e instituições estão vulneráveis nas imediações, como a Apae, a Escola Estadual Vicente de Moraes, a Creche Colméia do Senhor, o Jardim Escola Letícia Coutinho e o Criaad (ex-Criam). Todos sofreram com a enchente do Rio Bengalas de um lado e a barreira da Avenida Nossa Senhora do Amparo do outro. A pista da Nossa Senhora do Amparo foi liberada pelo DER, mas a barreira continua ameaçadora.

Para Flávio Mello, coordenador de divulgação da Apae, há necessidade de muros de contenção nas partes de cima e de baixo dessa avenida. Enquanto isso não é feito, sugere a drenagem da enxurrada que desce da barreira nesse trecho, a fim de que não caia na Rua Ventura Spargolli, bem em frente à Apae.

MEDO DA BARREIRA – A dona de casa Rita de Cássia da Silva mora há 40 anos no local e nunca havia presenciado uma enchente como a de janeiro. Faltaram dois degraus para a água chegar ao segundo piso de sua casa. Ela e vizinhos perderam praticamente tudo. Nos dias seguintes à tragédia, a rua ficou tomada de lama, entulho e móveis. Muitos móveis, jogados fora, inservíveis. Vivenciaram uma situação aflitiva, com a enchente de quase três metros na frente e abarreira da Avenida Nossa Senhora do Amparo nos fundos.

A principal reivindicação de Rita é a retirada das madeiras da área da barreira. Seu temor é que haja mais deslizamentos no local e essas madeiras caiam sobre sua casa e dos vizinhos. “Eu já pedi na Prefeitura, mas falaram que não têm motosserra”, lamenta. Pequenas limpezas já foram feitas nesse trecho, mas Rita afirma que param pela metade. “Agora, quando chegar a época das chuvas, são troncos enormes que estão na direção da minha casa e se rolarem eu não sei o que pode acontecer. Eu moro debaixo do barranco”, preocupa-se.

Com fachada para a Rua Ventura Spargolli e fundos para a Avenida Nossa Senhora do Amparo, a casa de Rita ficou entre duas barreiras. E ela tem medo de ficar isolada novamente. E uma situação agravante: ela tem uma irmã vítima de derrame e não houve condições de sair com ela de casa em janeiro rapidamente, o que só foi possível mais tarde. “Ela anda, fala, mas numa hora de necessidade a gente fica sem saber o que fazer. É complicado”, frisa.

Na época da tragédia, com tanta lama na rua, escorrida da barreira, os vizinhos se mobilizaram e puseram mãos à obra. A ajuda governamental foi a de emergência, com uma equipe de limpeza da empresa contratada Silthur. E somente esta semana os bueiros foram limpos. “O que mais eu tenho que pedir é que limpem as canaletas e que tirem os troncos de árvores da barreira, para ajudar a gente, porque o verão está aí”, comentou, referindo-se à Avenida Nossa Senhora do Amparo. Rita encerra: “A gente só pede uma coisa: que não escavem de qualquer maneira. Tem que haver uma engenharia boa. Se cavar de qualquer maneira, aí que o barranco vai descer mesmo. A gente pede que tirem aqueles troncos enormes e árvores para amenizar as consequências do próximo verão”.

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