Museu do Trem deve ficar pronto até o bicentenário

Projeto vai transformar área da antiga Estação Nova Friburgo em uma praça onde também haverá um polo para o ensino da gastronomia das colônias
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
por Alerrandre Barros
Museu do Trem deve ficar pronto até o bicentenário

O prefeito de Nova Friburgo, Rogério Cabral, assinou nesta semana o convênio com a Caixa Econômica Federal para a construção da Praça do Trem — projeto que vai transformar a área onde estão antigos galpões do Palácio Barão de Nova Friburgo, atual sede da prefeitura, em um museu para contar a história da ferrovia na cidade e em um polo para o ensino da gastronomia das 10 colônias que contribuíram para a formação e o desenvolvimento do município.

“É uma praça que vai buscar lá atrás a história do trem em Nova Friburgo. Ela será construída entre o Cadima Shopping e a prefeitura. Os recursos já estão liberados e, com o convênio assinado com a Caixa, o novo governo poderá colocar a obra em licitação, no início do próximo ano, para que ela possa ser concluída e inaugurada em maio de 2018, no bicentenário da cidade”​, disse o prefeito.

A construção de um museu do trem na cidade é um sonho antigo que começou a se concretizar em 2013, quando o Escritório de Gerenciamento de Convênios e Projetos (EGCP) da prefeitura começou a desenvolver um projeto para que o espaço, que outrora foi estação de parada do trem (Estação Nova Friburgo), se transformasse em uma área turística, de integração com a história da cidade, e também de formação para geração de emprego e renda com a escola de gastronomia.  

“A ferrovia trouxe o desenvolvimento para a cidade no século 19. O trem fazia o transporte de pessoas e escoava com mais rapidez a produção cafeeira de Cantagalo até o porto, que antes era feita em lombos de burro”, conta o escritor friburguense e especialista em ferrovias, Odirlei Alves da Costa, que vai participar da composição do acervo do museu. Ele escreveu o livro “O Apito do Trem”, obra ficcional, com pitadas de realidade, que conta o fim da era da ferrovia, na década de 1960, em Nova Friburgo.

O projeto da Praça do Trem foi apresentado na última quinta-feira, 21, mesmo dia em que Rogério Cabral assinou o convênio com a Caixa, em seu gabinete na prefeitura. Além da imprensa, vereadores, personalidades e representantes das 10 colônias também foram convidados para conhecer a iniciativa.

“Eu subi de trem em 1957, cheguei a Friburgo, vim para a Leopoldina. Tenho realmente muitas saudades. É muita emoção! É uma coisa nova, e recuperar esse espaço significa devolver às pessoas o sonho de ter subido a serra de trem. Ajuda no resgate cultural e turístico, temos muitas histórias bonitas de pessoas que chegaram a Nova Friburgo de trem”, disse a presidente da colônia húngara, Eva Bitó.  

O empresário e vice-presidente da colônia libanesa, Gilberto Sader, também ficou emocionado com o projeto. “Estou maravilhado com esse projeto, que sem dúvida nenhuma é um caminho para Nova Friburgo avançar no turismo. Posso afirmar que a cidade começa de fato a ter uma retomada turística”, comemorou.

O projeto da Praça do Trem está sob análise da Caixa que, em breve, deve dar o aval para que a prefeitura divulgue a licitação até maio de 2017. A obra será financiada com recursos de uma emenda parlamentar de R$ 1 milhão e 237 mil do deputado federal Índio da Costa (PSD) e R$ 299 mil do caixa do município. O prazo de execução é de um ano.

  • Apresentação do projeto reuniu diversas pessoas na sede da Prefeitura (Foto: Daniel Marcus/Secom)

    Apresentação do projeto reuniu diversas pessoas na sede da Prefeitura (Foto: Daniel Marcus/Secom)

  • A foto histórica, do acervo de Regina Lo Bianco, mostra o local exato onde ficará o museu do trem, à direita

    A foto histórica, do acervo de Regina Lo Bianco, mostra o local exato onde ficará o museu do trem, à direita

  • Estação Friburgo, década de 50

    Estação Friburgo, década de 50

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