A médica veterinária Sheila Waligora tem tantas habilidades quanto o trabalho que a comunicação entre espécies requer: uma consciência em contínuo trabalho de expansão, atenta para um conhecimento amplo dos animais, com o objetivo de prevenir desequilíbrios e doenças.
Em 2006 lançou o livro “Eu falo, Tu falas... Eles falam” (após várias reedições, no momento está esgotado), no qual demonstrou ser possível ter acesso a uma linguagem universal originalmente compreendida por todas as espécies. De maneira clara e simples, ela leva o leitor a descobrir como pode, através da comunicação, sentir-se ainda mais unido aos seres e espécies que ama, admira e com quem compartilha alegrias e momentos importantes de sua vida.
Ampliou seus conhecimentos com cursos também na Alemanha enquanto treinava intensivamente. Qiuando Penelope veio ao Brasil, em 2004 para o lançamento de seu livro, Waligora deu início oficialmente aos cursos de comunicação entre espécies. A partir desta formação inicial, ela desenvolveu seu método de ensino até formar as bases da escola atual.
“Minha intenção maior, com este trabalho é promover a cura das relações do ser humano com todos os seres da Natureza para que possamos evoluir juntos e em cooperação. Através da comunicação intuitiva entre espécies, quero influenciar o maior número possível de humanos, no caminho da expansão da consciência, para uma vida em união com todos os seres.
Cada um deles, dos reinos animal, vegetal e animal é parte de nós e nós somos parte deles. Penso que só conseguiremos viver em paz duradoura quando conseguirmos vivenciar este estado de Ser, em união com tudo que existe. A comunicação entre espécies veio ao mundo para promover esta conexão”.
“Desde criança tenho grande conexão com os seres da natureza de todas as espécies e reinos: animais, vegetais e minerais. Na minha memória, os seres da natureza aparecem sempre em primeiro lugar e desde que me lembro de mim, falo com eles!”, conta Sheila.
Médica veterinária formada pela USP, em 1984, durante muitos anos trabalhou na área da medicina veterinária alternativa, comportamento e bem-estar animal, produção orgânica de alimentos, enquanto pesquisava os efeitos da alimentação e terapias para a prevenção e cura de desequilíbrios da saúde humana e animal.
“Penso que meu caminho foi sendo todo construído para que eu desenvolvesse a intuição e telepatia, para um dia estar preparada para formar profissionais nesta área e para acompanhar quem está disposto a atravessar o portal para uma vida em conexão plena e expandida com todos os seres da natureza”, revela.
Após 12 anos de intenso trabalho interno, no início de 2016 Sheila começou a oferecer a formação profissional para comunicadores intuitivos. Atualmente o foco do trabalho está nos cursos de formação, consultas e retiros. Além disso, quando há questões físicas a serem tratadas durante uma consulta, ela utiliza aromaterapia, tratamentos com plantas medicinais, essências florais e orientação em dietas saudáveis.
“O ponto de partida do meu trabalho de comunicadora intuitiva foi no ano 2000, quando encontrei um livro da americana Penelope Smith, pioneira da comunicação telepática entre espécies. Li seu livro “Linguagem Animal” e fiquei literalmente encantada. Reconheci o que eu mesma vinha fazendo instintivamente desde criança e depois profissionalmente como veterinária”.
Decidiu ir até a Califórnia (EUA) para conhecê-la, e acabou estudar e praticando com P. Smith. Fez seu primeiro curso em abril de 2001 e, “desde o instante em que me reconectei com esta forma de comunicação, decidi que traria esse trabalho para o Brasil”.
Telepatia e intuição
“A base da comunicação intuitiva com animais é a telepatia. A palavra telepatia tem origem grega: “tele” refere-se à distância e “pathos” refere-se à sentimento. Dessa forma, a comunicação telepática envolve a habilidade de transmitir sentimentos, mensagens e ideias à distância. Mas, acima de tudo, a telepatia é uma conexão, uma ligação direta com a essência de um ser vivo. Também podemos acessar a capacidade de comunicação telepática aprendendo a usar os nossos cinco sentidos de forma expandida, que é o que ensino nos cursos.
Todos nascemos com intuição, mas no nosso desenvolvimento vamos deixando ela de lado e reforçando o aspecto mental. Se a pessoa aprende a confiar em sua intuição e começa a usá-la para a comunicação com os animais, o caminho está aberto.
A comunicação intuitiva com os animais é a manifestação da nossa reconexão com os reinos da natureza, uma conexão que nós tínhamos originalmente. Nas tradições ancestrais, os seres humanos tinham a capacidade de se comunicar com todos os seres, de viver em harmonia, respeitando todas as espécies.
A nossa espécie humana atual necessita urgentemente reconectar-se com a sua própria natureza, isto é, com toda a natureza à sua volta, já que tudo é uma coisa só. É um conceito “holístico” no sentido em que eu não posso estar bem e ser feliz, se existem seres sendo maltratados e desrespeitados, sejam quais forem estes seres.
Nós já comprovamos cientificamente que tudo o que acontece para um ser vivo repercute para todos os demais. Por exemplo, como podemos continuar fazendo experimentos científicos que envolvem mutilar animais e mantê-los engaiolados desde o nascimento até a morte? Como podemos manter animais em zoológicos? Como podemos ser tão insensíveis a ponto de abater animais para consumo humano, na frente de outros animais que estão vendo a matança? Como podemos criar animais engaiolados toda uma vida, com a desculpa de produzir alimentos, sendo que a real motivação é apenas lucro?
O ser humano está anestesiado, perdeu a sensibilidade, não consegue perceber a conexão entre todas as formas de vida e esta é a importância da comunicação intuitiva: voltar a viver a partir do coração em união com a mente. Por outro lado, os animais estão totalmente abertos para receber a nossa comunicação. Basta fazermos a nossa parte.
Os animais são capazes de nos entender. Somos nós que precisamos aprender a nos comunicar com eles de forma adequada. Nos cursos, explico que assim como nem sempre um ser humano está disponível para conversar com você, não é porque você resolve se comunicar com um animal que ele vai te responder imediatamente. Mas isso não significa que ele não te ouviu ou não te entendeu. Há inúmeras provas disso em todo o mundo. O humano passou a ter uma comunicação muito mais próxima e efetiva com seu animal.”
Para encerrar, Waligora dá uma dica para quem quer tentar se comunicar com seu bicho de estimação: “Comece a praticar de 5 a 10 minutos de quietude por dia. Simplesmente recolha-se e fique quieta, sem fazer coisa alguma. Preste atenção na respiração e perceba o que está acontecendo dentro de si. Comece a silenciar e a fazer um contato com o seu ser interior, para se conhecer melhor. Muitas vezes na história foi normal o homem se comunicar com animais. Era um contato respeitoso e harmônico com os demais seres vivos. Não só no reino animal, mas também no reino vegetal e no reino mineral. O ser humano vivia em contato muito mais harmônico com toda a natureza”.
Deixe o seu comentário