Uma triste notícia surpreendeu todos os desportistas brasileiros, especialmente os de Nova Friburgo, no final da tarde deste domingo: a morte do piloto Swian Zanoni Coelho Gomes, 23 anos, na cidade de Orizânia (MG), após sofrer um acidente com sua moto, durante apresentação para o público da Festa da Primavera daquela cidade, região onde nasceu. Ele era uma das principais personalidades do motocross nacional.
Nascido em Divino (MG), Swian era piloto desde os oito anos de idade e atualmente fazia parte da equipe Honda Racing. A morte de Swian deixa enlutada sua terra natal, mas principalmente o motociclismo nacional, não só pelos títulos que ganhou, mas também pela ousadia de suas performances que lhe exigia perfeita forma física e apuro técnico.
O motociclista tinha uma legião de fãs—pode-se dizer que era um ídolo, uma pessoa querida por todos. A família era o pilar de sua carreira. Sua dedicação ao esporte chamava a atenção de colegas, concorrentes e público, notadamente nas vésperas de alguma prova. Seus hobbies eram motocross, videogames e filmes; em termos de alimento, adorava massas; curtia vários gêneros musicais, exceto pagode e samba; seus ídolos eram Jesus Cristo e Ayrton Senna. Swian disputava pelas categorias RF 250 e CRF 450.
Ele começou a disputar aos oito anos, mas possuía moto desde os três anos, quando se interessou por fazer trilhas. O motociclismo era a principal base de sua vida, como ele mesmo afirmou em entrevista para A Voz da Serra, antes da final do campeonato brasileiro de 2010: “Respiro a modalidade 24 horas por dia, porque um bom atleta tem que estar sempre em perfeitas condições. Procuro estudar, pesquisar, fazer contatos e me aprimorar sempre”, destacou Swian.
As vitórias começaram com as primeiras disputas: foi campeão da Copa Hing Vision de Supercross 2003; 20 vezes campeão carioca de Motocross e Supercross; vencedor de todas as etapas do Campeonato Capixaba de 2004; vice-campeão brasileiro do Supercross de 2007; vice-campeão do Arena Cross de 2007; vice-campeão brasileiro do Supercross de 2008; vice-campeão do Arena Cross de 2008 e 2009; 3° lugar no Supercross de Dortmund (Alemanha), em 2008; vice-campeão latino-americano de Supercross da Costa Rica, em 2008; melhor brasileiro no Campeonato Mundial de MotoCross, categoria M2, em 2009; ganhador do Troféu Guidão de Ouro como melhor piloto de 2009, pela revista Dirt Action; ganhador do troféu dos campeões de 2009 pela Federação Mineira, nas categorias MX2 e Força Livre; ganhador do troféu da Femerj em 2009, categorias Supercross e Especial.
O título mais recente foi o de campeão do Arena Cross de 2010, na categoria Pro, em outubro do ano passado. Ele era o principal favorito para a conquista do título da Super Cross de 2011.
Na final do Campeonato Brasileiro, disputada em Nova Friburgo, ele foi aplaudido de pé por mais de 40 mil pessoas que lotaram o Motódromo de Conquista, quando ele afirmou: “Não nasci em Friburgo, mas escolhi esta cidade para disputar minhas provas. A bandeira dessa cidade é um dos orgulhos que tenho na vida e ganhar o principal campeonato brasileiro aqui dentro é um fator preponderante na minha carreira”, revelou.
Com a morte de Swian, o motociclismo brasileiro perde não só um simples piloto, mas um talento excepcional com grande potencial para conquistas internacionais futuras. À família enlutada, a equipe e a direção de A VOZ DA SERRA enviam os votos de pesar e a certeza que Swian está com Deus.
De cabeça erguida, Frizão juvenil luta, busca empate, mas cai nos pênaltis contra o América
Foi sofrido, suado. Decidido na cobrança de penalidades, com direito a castigo dos deuses do futebol e uma pintura de Elielton. Após empate por 1 x 1 no tempo normal, o time juvenil do Friburguense levou a pior nos pênaltis na partida contra o América, (5x3), realizada sábado passado no Estádio Eduardo Guinle. Apesar da eliminação, o time do treinador Luiz Mendonça sai invicto e de cabeça erguida da competição.
O objetivo da partida, por si só, já era digno de motivação. Friburguense e América entraram em campo para definir o finalista da série especial estadual. Em casa, o tricolor não perdeu tempo e demarcou território. Após boa troca de passes, a bola chegou para Matheus na grande área. O camisa nove limpou três marcadores, bateu cruzado e a bola passou por toda a extensão da pequena área, perigosamente.
Presença constante no campo ofensivo, o tricolor reclamou pênalti em Thayllan depois de cobrança de escanteio, ignorado pelo árbitro. O chute de Lucas, aos nove minutos, balançou as redes pelo lado de fora. Ao marcar com eficiência a saída de bola do adversário, o time de Mendonça não permitiu ao América chegar ao gol de Afonso.
O primeiro chute aconteceu apenas aos 30 minutos com Lisboa, sem perigo. Veloz nos contragolpes, o Frizão esbarrou no goleiro Bruno na tentativa de abrir o placar. Na primeira, o arqueiro defendeu chute de Rainer. Em seguida, salvou finalização de Matheus com desvio, cara a cara, aos 34. A bola ainda tomou a direção do gol, mas Julio Silva tirou antes que pudesse entrar. Nos instantes finais, o tricolor esboçou pressão em sequência de bolas alçadas à grande área. No entanto, quase foi surpreendido em contragolpe, aos 43 minutos. Paulo Eugênio recebeu pela esquerda e bateu para intervenção segura de Afonso. O maior volume de jogo do Friburguense não se traduziu em gols na primeira etapa.
A postura ofensiva se manteve nos minutos iniciais: Rainer bateu falta em direção à grande área e Bruno cortou de soco. O camisa 10 voltou a aparecer ao descolar Elielton com belo passe às costas da defesa. Forte demais, no entanto. Diferentemente do primeiro tempo, o América mostrou estar disposto a arriscar mais.
Depois de tabelar com Diogo, Lisboa finalizou com perigo, à esquerda de Afonso. Não demorou e Mendonça mexeu na equipe, promovendo a entrada de Túlio na direita. Contudo, foi pela esquerda, em cruzamento de Vitinho, que o Frizão quase chegou ao gol. Bruno antecipou a chegada de Pierre e impediu o cabeceio. No momento em que o tricolor parecia dominar a partida, os deuses do futebol aprontaram.
Felipe recebeu pela esquerda e cruzou. Pablo cabeceou na trave e a bola sobrou limpa para Paulo Eugênio completar: 1 x 0 América aos 19 minutos. Instantes depois, Matheus teve em seus pés a oportunidade para empatar e mandou por cima. Em busca do resultado, o Frizão foi pra cima e deixou espaços na retaguarda. O alvirubro quase tirou proveito em chute de Lisboa, por cima da meta. A última cartada de Mendonça foi queimar duas últimas alterações de uma só vez. Luiz Fellipe e Cleiton foram a campo e o Friburguense passou a pressionar. O resultado foi uma pintura de Elielton! De perna direita, uma bomba no ângulo de Bruno, indefensável, aos 39 minutos. E a decisão da vaga seria decidida nos pênaltis.
Na disputa de pênaltis, Rainer, Cleiton e Thayllan marcaram para o Friburguense. Afonso defendeu penalidades, mas não foi suficiente. O América venceu por 5 x 3 e agora avança à grande final. O Frizão, de maneira digna e invicta, se despede do torneio.
FICHA TÉCNICA - Friburguense 1 (5) x (3) 1 América.
Árbitro: Cristiano Bernardo de Lima; assistente 1: Fábio Cerqueira; assistente 2: Gilcimar Conceição.
FRIBURGUENSE: Afonso, Romário (Túlio), Bruno, Thayllan e Vitinho; Pierre, Renan (Cleiton), Luiz Felipe e Ranier; Elielton e Matheus (Luiz Felippe). Técnico: Luiz Mendonça.
AMÉRICA: Bruno, Edivaldo, João Victor, Júlio Silva e Felipe; Gabriel, Paulo Victor, Pablo e Diogo; Paulo Eugênio e Lisboa. Técnico: Jorge Saraiva.
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