Escadas com degraus podres, falta de rampas para acesso de deficientes, sujeira e má conservação. Essas são algumas das reclamações de quem visita o Parque de Furnas do Catete (km 91 da RJ-116) e sente seu lazer e diversão prejudicados. Uma das queixas sobre a falta de infraestrutura do local teve grande repercussão nas redes sociais e motivou a Defesa Civil de Nova Friburgo a realizar uma detalhada vistoria na área para avaliar as condições de segurança.
Feita na manhã da última terça-feira, 19, a inspeção foi coordenada pelo secretário municipal de Defesa Civil, coronel João Paulo Mori, e contou com apoio das subsecretarias de Vigilância Ambiental em Saúde e Vigilância Sanitária além do departamento de Posturas da Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana. “Em função de denúncias no Facebook e WhatsApp sobre o mau estado do parque decidimos fazer essa vistoria com foco na garantia da segurança dos frequentadores”, disse Mori.
Acompanhado de técnicos e engenheiros da Defesa Civil, Mori fez uma detalhada avaliação da infraestrutura do parque e detectou alguns problemas. “O responsável foi notificado para que faça algumas adequações como a troca de dois degraus podres, a melhor fixação de guarda-corpos e a instalação de tela e cerca em um dos lados do mirante. Essas adequações não comprometem a segurança dos usuários do parque e sim visam assegurar a minimização de riscos”, destacou Mori.
A vistoria durou toda manhã e as demais equipes participantes analisaram outros aspectos relativos ao funcionamento do parque. A Vigilância Ambiental não encontrou focos de dengue no local. A comercialização de alimentos e bebidas está dentro dos padrões da Vigilância Sanitária, porém, a lanchonete não possui alvará de funcionamento. Segundo informações do departamento de Posturas, o empresário foi notificado e tem um prazo para requerer e apresentar a documentação.
Um símbolo de Nova Friburgo que chegou a ser interditado em 2002
Considerada a mais bela constituição rochosa de Nova Friburgo, com 1.111 metros de altitude, a pedra do Cão Sentado é o principal símbolo turístico do município e surgiu em decorrência de um acidente geográfico ocorrido três mil anos a.C. A imponente rocha ganhou destaque após vistoria do governador Roberto Silveira — que localizou e fotografou de helicóptero toda a área, tornando o Cão Sentado um patrimônio do estado do Rio. Em 1960, ele deu início às obras do Parque Furnas do Catete, que acabaram sendo interrompidas por conta de seu falecimento. O parque foi inaugurado em 1962, por seu substituto, Celso Peçanha.
Durante décadas, o parque foi referência turística da região principalmente para os amantes da natureza. Caminhadas por trilhas com mata preservada, pontes rústicas e grutas exóticas atraíam muitos turistas ao lugar, também cercado de espécies da fauna e flora — bromélias, orquídeas e animais silvestres como micos, cachorro do mato e belíssimos pássaros. Ao longo dos anos, entretanto, o parque foi sofrendo com a falta de manutenção e chegou a ser interditado em 2002 pela TurisRio por falta de infraestrutura e abandono.
Em julho de 2003, o parque foi privatizado numa parceria dos governos estadual e municipal e passou a ser administrado por um empresário, que realizou várias obras de melhorias na época e passou a cobrar uma taxa para visitação do ponto turístico, no valor atual de R$ 12 (turistas) e R$ 10 (friburguenses).
Passados quase 13 anos da privatização, turistas e friburguenses têm se decepcionado ao visitar o outrora cartão-postal, situado às margens da RJ-116 próximo à praça de pedágio (Nova Friburgo-Bom Jardim). “Fiquei chocada quando fui ao parque, que está cheio de sujeira e problemas como escadas podres e falta de rampas para cadeira de rodas. Tive que entrar com minha avó por um portão feito com tela de galinheiro e o chão de terra”, desabafa a jovem Jade Matsume Katsumoto.
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