Durante três meses, dezenas de alunos dos diversos cursos da Oficina-Escola de Artes de Nova Friburgo e muitos outros anônimos mergulharam na livre criação artística coletiva que gerou um grande e inusitado trabalho de artes plásticas e multicultura: o Mosartes (Mosaico de Artes & Gente), criado pelo músico Gui Mallon. A manifestação cultural de crianças, jovens e adultos, que criaram mandalas, desenhos abstratos, desenvolveram histórias e poesias, promoveram esquetes teatrais, vídeos, músicas e um mosaico com 36 folhas de papel ofício com cerca de dois metros de largura ao todo, resultou na edição de um livro com coletânea dos trabalhos e de um DVD com o resumo do projeto que ganhou até uma página na internet (www.mosartes.org).
A iniciativa inovadora contou ainda com o apoio da Fundação Nacional de Arte e Cultura (Funarte), que conferiu ao Mosartes de Nova Friburgo o prêmio Interações Estéticas, viabilizando a edição do livro. Tão importante conquista desdobrou-se ainda no lançamento do livro e do DVD coroando o êxito do projeto no último fim de semana na Oficina-Escola de Artes.
“Não poderia ser em outro lugar. Foi aqui que discutimos, nos divertimos, trocamos ideias e experiências, enfim, criamos. Cada um do seu jeito, com sua característica. Com os encontros do Mosartes descobrimos a igualdade em meio a diversidade. Somos diferentes, mas às vezes pensamos da mesma forma e ao final esse pensamento se exprime de forma diversificada”, comentou Gui Mallon, que se dedica ao estímulo da criação coletiva pelo mundo afora há pouco mais de quatro décadas. Tanto é que o primeiro Mosartes, Gui criou em 2007 na Suécia durante participação do projeto cultural denominado Genkland que chamou a atenção por instituir um método livre de criação.
Gui Mallon se diz ainda bastante satisfeito ao constatar que a arte coletiva no Brasil e no mundo “entrou na moda” e começa a ser reconhecida e prestigiada. Prova disso se teve com o apoio de autoridades e educadores friburguenses ao Mosaico de Artes & Gente. O secretário municipal de Cultura, Roosevelt Concy, e a diretora da Oficina Escola de Artes, a professora de artes Rose Borges, se encantaram com a dinâmica do Mosartes, o envolvimento dos estudantes e o resultado obtido. Quem também não conteve a satisfação durante o lançamento do livro e do DVD do Mosartes foram alguns dos autores, os alunos da Oficina-Escola de Artes, que se sentiram como verdadeiros artistas.
“A Oficina-Escola de Artes segue o exemplo inteligente de centenas de escolas europeias que se situam dentro de patrimônios históricos centenários, colaborando para o estímulo do estudo das artes, como também para o cultivo da cidadania”, observou Gui Mallon, satisfeito com a conquista do objetivo: causar uma tempestade cerebral (como definiu o artista plástico Raimundo Peres, um dos integrantes do Mosartes) nos participantes do projeto resultando em diversificadas formas de manifestação artística.
A criação coletiva do Mosartes continua
A arte em conjunto, mas com traços específicos de cada participante não se esgotou com o lançamento do livro e do DVD do projeto no fim de semana. Quem prestigiou o coroamento do projeto pode levar para casa, além do livro e do DVD, é claro, um mosaico a ser colorido e que deverá ser devolvido à Oficina Escola de Artes para a montagem de um grande mural artístico, cultural e anônimo que certamente expressará as muitas e diversificadas visões de arte para uma nova exposição no grande Pontão de Cultura friburguense.
Além de Gui Mallon, dos alunos da Oficina Escola de Artes e muitos anônimos, o Mosartes teve ainda a colaboração do professor de teatro Gero Band ; da professora de dança Vanessa Tozetto, do professor de mídias digitais Diego Sayeb, da professora de história Érika Marquet, do artista plástico Raimundo Peres e da poetisa Joana D’arc e do radialista Erlinto Pinheiro.
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