Nova Friburgo vem sofrendo com o aumento do número de moradores de rua, que podem ser vistos em diversos pontos do município. O problema é mais crítico nas ruas do Centro e no entorno da rodoviária norte, em Duas Pedras, onde um grupo de desocupados vinha perturbando o sossego de moradores e comerciantes. A gravidade da situação veio à tona com a morte de um homem vítima de agressão durante uma briga ocorrida no último dia 29, próximo ao prédio do Detran. O fato preocupou friburguenses, apreensivos com a dimensão que o problema vem ganhando.
Apesar de ter endereço fixo, o guardador de carros João da Silva Dias, de 36 anos, acabou dormindo na rua no dia em que foi agredido, nas imediações do Detran. A causa do espancamento foi o fato de ele ter mexido com uma mulher acompanhada. Além de socos, João recebeu uma pedrada na cabeça e ficou internado por uma semana no Hospital Municipal Raul Sertã, vindo a falecer no dia 3. O casal agressor tem endereço fixo, mas era visto com frequência no bairro bebendo junto aos demais desocupados, que vinham provocando tumultos na área. O outro homem envolvido no espancamento é um morador de rua, que também era visto constantemente no local. O trio já foi ouvido pelo núcleo de homicídios da 151ª DP e o inquérito está sendo concluído.
Após o crime, o grupo de desocupados deixou a área, conforme relatam moradores e comerciantes de Duas Pedras. Apesar de aliviada, a comunidade está chocada com o desfecho trágico da briga, uma das muitas que acontecia no local, principalmente à noite. “É um absurdo chegarmos a esse ponto. Só após essa morte violenta é que voltamos a ter sossego no bairro. Não podemos tolerar esse tipo de barbárie. É preciso algum projeto para tirar essas pessoas das ruas. Muitas são alcoólatras e vivem à margem da sociedade”, disse um morador do bairro, que preferiu não se identificar, temendo represálias.
A redação de A VOZ DA SERRA vem recebendo uma série de reclamações sobre o aumento do número de desocupados nas ruas do município. Algumas das queixas se referem a um grupo que costuma ocupar a Rua Comendador Giuseppe Mastrângelo e o Largo do Encontro, no Centro. Alheios ao fato de estarem em via pública, os desocupados falam palavrões, urinam, brigam entre si e usam a calçada como dormitório, prejudicando a passagem dos pedestres. Sem falar na sujeira que deixam no local. A ocupação está conferindo um aspecto de abandono aos tradicionais endereços da cidade.
Vale destacar que o combate ao problema dos moradores de rua vem sendo uma das prioridades da Secretaria Municipal de Assistência Social. A equipe da secretaria, através de diversos programas criados pelos governos federal, estadual e municipal, vem buscando soluções para a questão. Por meio do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), sempre que possível tem sido feito cadastramento dos moradores de rua, para ajudá-los, dentro das possibilidades, oferecendo banho, alimentação, roupas e calçados, quando necessário, além de terapias ocupacionais. “Para que o trabalho obtenha resultados satisfatórios é imprescindível também que o morador de rua queira se cuidar e ser cuidado”, disse o secretário interino de Assistência Social, Diogo Celles Cordeiro Silva, em palestra realizada na última semana.
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