Morre uma das mulheres queimadas por homem em Friburgo

Já Alessandra Vaz segue internada em estado gravíssimo. Ex está preso em presídio em Benfica
quarta-feira, 09 de outubro de 2019
por Jornal A Voz da Serra
Daniela Mousinho: morte aos 47 anos
Daniela Mousinho: morte aos 47 anos

A direção do Hospital Estadual de Traumatologia e Ortopedia da Baixada Fluminense Vereador Mechialdes Calazans confirmou que Daniela Mousinho da Silveira, de 47 anos, morreu na manhã desta quarta-feira, 9. Produtora rural, Daniela estava na casa da amiga artista plástica e estilista Alessandra Vaz, no condomínio Parque dos Alpes, na estrada Mury-Lumiar, em Nova Friburgo, incendiada na noite da última segunda-feira, 7, pelo ex-companheiro de Alessandra, Rodrigo Marotti, de 30 anos. Rodrigo foi preso em flagrante e confessou o crime.  Alessandra segue internada no CTI de um hospital particular em Nova Friburgo, com 90% do corpo queimados. Segundo médicos, seu estado é gravíssimo.

Segundo a polícia, Rodrigo ateou fogo à casa de Alessandra por volta das 22h30, após uma violenta discussão. Ele trancou as duas amigas e ateou fogo. Segundo o telejornal RJ InterTV, durante a briga Rodrigo chegou a dar estocadas de tesoura nas mãos e nas nádegas de Alessandra. A casa teria marcas de sangue.

Vizinhos ouviram os pedidos de socorro e acionaram o Corpo de Bombeiros. As duas mulheres foram levadas para o Hospital Municipal Raul Sertã. Já Rodrigo fugiu em um carro.  No percurso, contudo, ele se envolveu em um acidente e foi detido pela polícia. Nervoso, acabou confessando aos agentes que havia ateado fogo à casa. Ele foi levado para a 151ª DP. 

Em depoimento na delegacia, o homem contou que tinha uma sociedade com Alessandra - ela é dona de uma galeria de arte e moda em Mury,  às margens da RJ-116 - e foi à casa da vítima cobrar a parte que lhe cabia na sociedade. Rodrigo afirmou que eles discutiram e ele acabou “perdendo a cabeça”.

Vizinhos contaram, em depoimento, que Rodrigo e Alessandra (foto) mantinham um relacionamento amoroso conturbado. Eles estavam em processo de separação. Rodrigo não teria aceitado o fim da relação. 

Rodrigo foi levado para um presídio em Benfica, na Zona Norte do Rio. Ele deve ser indiciado por feminicídio e tentativa de feminicídio. O caso é investigado pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). 

Feminicídio: pena de 30 anos de prisão

Feminicídio é o assassinato de uma mulher com discriminação de gênero, ou seja, devido à condição da vítima de ser do sexo feminino, podendo estar associado ou não a violência doméstica. A Lei do Feminicídio é de 2015. Ela classifica o homicídio contra a mulher como crime qualificado, o que implica aumento da pena, e como crime hediondo, o que faz com que o réu seja submetido ao julgamento por um Tribunal do Júri, mais conhecido como júri popular. Enquanto um homicídio simples pode acarretar penas de 6 a 20 anos de reclusão, um feminicídio pode levar o condenado a cumprir de 12 a 30 anos.

A VOZ DA SERRA tenta ouvir a defesa do acusado.

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