Morre o jornalista Aristélio Andrade

segunda-feira, 08 de março de 2010
por Jornal A Voz da Serra

* 18/03/1934 + 04/03/2010

A imprensa brasileira está de luto. Depois de muito tempo sofrendo de câncer, faleceu na madrugada desta sexta-feira, 5, o jornalista Aristélio Travassos de Andrade, figura muito conhecida nos meios políticos e jornalísticos brasileiros. Aristélio morou em Nova Friburgo durante muitos anos e foi grande amigo colaborador de A VOZ DA SERRA, assinando a coluna Entre Linhas,

Natural de Timbaúba, no interior de Pernambuco, Aristélio veio para o Rio de Janeiro com sua família aos 3 anos de idade. Começou seus estudos no Instituto Teológico Adventista (atual Colégio Petropolitano de Ensino), mais tarde cursou contabilidade, trabalhando durante o dia na Casa Turuna, no Rio de Janeiro. Depois que se formou contraiu tuberculose e foi morar em São José dos Campos (SP). Um ano depois, já com a doença controlada, entrou para o Centro Tecnológico da Aeronáutica. Em seguida se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual nunca se afastou.

Trabalhou durante vários anos na Petrobras. Durante o regime militar, devido a seu engajamento político, ficou detido no presídio da Frei Caneca. A prisão trouxe um novo rumo a sua vida profissional. Graças aos contatos feitos nesse período, começou a trabalhar como jornalista, destacando-se como um dos mais competentes e respeitados profissionais da imprensa brasileira.

Aristélio trabalhou no Jornal dos Sports, Correio da Manhã, nas sucursais cariocas dos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, assim como em O Globo. Depois foi para São Paulo, trabalhando em diversas revistas da Editora Abril, entre elas, Realidade e a enciclopédia em fascículos Conhecer. Entre seus méritos está o de ter fundado, junto com Maurício Azêdo, José Trajano e outros, a revista Placar.

Após a trajetória de sucesso em São Paulo, acabou voltando para o Rio de Janeiro, indo trabalhar na extinta TV Manchete. Dois anos depois regressou à Petrobras. Quando Fernando Collor foi eleito presidente, em 1990, Aristélio pediu demissão e se mudou para Nova Friburgo. Foi o primeiro diretor de jornalismo da antiga TV Serramar, atual InterTV. Nessa época abriu o restaurante japonês Kyori, no Cônego, tendo sido precursor deste gênero gastronômico na cidade.

Paralelamente, engajou-se na diretoria da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Aqui em Nova Friburgo se filiou à Associação Friburguense de Imprensa (AFI) e foi empossado como membro da Academia Friburguense de Letras (AFL). Nesse período, candidatou-se a prefeito de Nova Friburgo pelo PCB, conquistando oito mil votos, o que correspondeu a 7% da votação. Também foi candidato a deputado estadual.

Aristélio era casado há mais de 40 anos com Marly, fiel companheira de todas as horas e lutas. Deixa os filhos Alexandre e Sylas e netos.

A direção e equipe de A VOZ DA SERRA enviam aos familiares os mais profundos votos de pesar.

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