A cientista política friburguense de projeção internacional Ilona Szabó foi nomeada nesta quarta-feira, 27, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, como membro suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. O ato foi publicado no Diário Oficial da União.
Nas redes sociais, porém, a indicação da especialista em segurança pública e diretora do Instituto Igarapé não agradou a bolsonaristas. A hastag #IlonaNão e o nome dela chegaram aos assuntos mais comentados do Twitter, com mais de 60 mil menções até as 17h30.
Ilona apoiou o movimento #EleNão, contra a eleição de Jair Bolsonaro como presidente da República, e já fez críticas a políticas do novo governo, entre elas a flexibilização da posse de armas de fogo. Ilona também tem posições contrárias às do presidente: é contra a redução da maioridade penal e a favor da descriminalização do consumo das drogas e do aborto.
Como suplente do conselho, Ilona Szabó só deve compor o grupo quando algum membro titular deixar o posto. São titulares o advogado criminalista e professor de direito penal da PUC-PR, Rodrigo Sánchez Rios, e os juízes Walter Nunes da Silva Junior, Paulo Eduardo de Almeida Sorci e Danilo Pereira Junior.
Moro e Ilona se manifestam
Segundo o site, "O Antagonista", Sergio Moro não vê razão para tantas críticas em relação à indicação de Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. A interlocutores, ele alegou que Szabó é apenas uma das 26 pessoas que compõem o colegiado, que tem caráter meramente consultivo. "Os conselheiros não têm nem remuneração”, teria comentado.
Ele avalia que o Instituto Igarapé, do qual a ativista é diretora-executiva, “tem boas iniciativas” e que “divergências são normais”. “Em um conselho, são necessárias vozes diferentes”, justificou o ministro a esse interlocutor.
Em nota, Ilona afirmou que atua há mais de 15 anos na área de segurança pública e política de drogas e levará sua experiência e conhecimento para debater diretrizes e contribuir com a elaboração da política criminal com foco na prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária é um órgão consultivo – portanto, sem remuneração e funções executivas no governo – mas relevante na proposição de políticas públicas baseadas em evidências.
O Instituto Igarapé, do qual Ilona é diretora-executiva, elogia na nota o gesto do ministro Sérgio Moro ao pensar em vozes plurais para o conselho e em uma presença feminina, e ao mesmo tempo acredita que, ao aceitar o convite, Ilona Szabó reforça um mandato do próprio instituto: propor políticas públicas baseadas em evidências, promovendo o diálogo com diferentes setores da sociedade. "O Instituto Igarapé desde sua fundação trabalha de forma independente e em parceria com as instituições de segurança pública e justiça criminal contribuindo para a construção de um país mais seguro para todos e todas", concui a nota.
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