Depois que a Prefeitura de Nova Friburgo anunciou cortes na folha de pagamento devido à queda na arrecadação de impostos, moradores começaram a ficar preocupados com a possibilidade de a medida atrasar o andamento de obras como a de contenção realizada no leito do Rio Santo Antônio, na altura da Avenida Campesina Friburguense, no Bairro Ypu.
“Eu estou preocupado se os cortes podem prejudicar as obras em andamento. Este buraco na Campesina já tem a idade do meu neto”, disse o aposentado Elias Freitas. Diante das dificuldades econômicas, o prefeito Rogério Cabral assinou decreto, no início deste mês, em que reduz gratificações e salários de funcionários em cargos comissionados. A medida ainda estabelece normas de economia para despesas como luz e comunicação. O chefe do executivo também anunciou a redução das atividades na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Conselheiro Paulino pela metade, como alternativa ao fechamento completo da unidade.
As obras na Avenida Campesina Friburguense foram totalmente assumidas pela prefeitura no início de agosto, depois que o governo do estado parou de fazer os repasses ao município por causa da crise econômica. Desde então, funcionários da Secretaria Municipal de Obras retomaram a construção do muro de gabião às margens do rio que, agora, será financiado somente com recursos da cidade.
“Decidimos assumir a obra porque falta pouco para terminar a construção do muro. A base está pronta e nossa equipe está construindo sobre ela o muro de gabião, uma estrutura metálica em formato de gaiolas, feitas com telas de aço ou arame e preenchidas com pedras, que fará a contenção do trecho. Por isso, o contrato com a empresa que executava o serviço será rescindido, já que o governo do estado parou de fazer os repasses”, explicou o secretário de Obras, Jeferson Pires Aragão, na ocasião.
A obra começou a ser construída no segundo semestre de 2014, pela empreiteira carioca Engrest Engenharia — quase sete anos depois que o Rio Santo Antônio inundou e desmoronou parte da encosta abrindo uma cratera próxima à igreja de São Bento Abade.
A construção do muro foi orçada em torno de R$ 633 mil e estava sendo paga com recursos do governo estadual (95%) e municipal (5%), por meio do programa Somando Forças, uma parceria para financiamento de obras. Por causa dos atrasos nos repasses do estado, a empresa abandonou o canteiro de obras há cerca de um ano.
Em meio ao impasse, o prefeito Rogério Cabral decidiu retomar a construção do muro depois que o secretário de Obras constatou que a conclusão do serviço não custaria muito aos cofres da prefeitura, pois a estrutura que suportará o muro já está pronta e a prefeitura tem parte dos materiais necessários para o serviço.
Além disso, a secretaria não teria despesas extras com a mão de obra porque ela é própria da prefeitura. O muro deve ser concluído até o fim deste mês, conforme prevê o cronograma de obras.
A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Secretaria de Obras, nesta quinta-feira, 13, para esclarecer a dúvida de moradores sobre os cortes que podem afetar a obra, mas o jornal não obteve resposta por causa do decreto de ponto facultativo. A prefeitura só volta a atender às demandas na próxima segunda-feira, 17.
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