Saúde é o que os moradores de Theodoro de Oliveira elegem como prioridade. Nos últimos anos, o funcionamento do seu posto de saúde foi ficando precário até que, há quase um ano, parou de vez. Em 2012 o atendimento ficou restrito ao posto de saúde de Mury. Assim mesmo o atendimento só é prestado mediante agendamento. E há que pagar ônibus, o que dificulta para muitos.
O posto de Theodoro funcionava em um imóvel pertencente ao líder comunitário Calixto Lima, que o construiu para esta finalidade e para funcionamento da associação de moradores (que também se encontra inativa). Ele aproveita para solicitar ao novo governo municipal a volta do atendimento médico à comunidade.
ENTRADA DA CIDADE – Calixto fala com muita propriedade que Theodoro de Oliveira é a entrada de Nova Friburgo para quem chega do Rio de Janeiro e, por isso, merecia melhor tratamento das autoridades.
A Rua Gertrudes Stern (antiga linha do trem), a principal do bairro, deveria ter melhor pavimentação, pois serve como alternativa para o tráfego em caso de acidente na estrada RJ-116, como ocorreu há pouco mais de uma semana. Os motoristas pareciam espremer os carros pelos estreitos trechos da rua, em trechos de terra e muitos buracos e pedras, além de um trecho onde desabou uma barreira e a rua ficou mais apertada ainda. E há risco de mais deslizamento no local.
Os moradores de Theodoro já se beneficiaram de uma administração regional, com sede em Mury, que englobava ainda Debossan, Macaé de Cima e de Baixo, Stucky e Alto 50. O atendimento era considerado bom, com capina, roçada e cuidados com as ruas, estradas vicinais e pontes.
Há quatro anos a administração de Mury funciona precariamente e não contempla mais Theodoro. O pouco que é feito fica por conta dos moradores. Em consequência o mato cresce e os buracos se multiplicam.
Outra reivindicação em Theodoro é com relação a uma creche. A mais próxima fica em Debossan, que já está operando com sua capacidade máxima. Para levar e trazer os filhos os pais pagam passagens de ônibus ou algum tipo de transporte, encarecendo as despesas.
A escola mais próxima fica em Debossan, a João Vicente Valladares, da rede municipal. Muitos alunos de Theodoro estudam lá e se deslocam de ônibus. Os pais se preocupam com a travessia da estrada RJ-116. Não há no bairro nenhuma área de lazer, praça, jardins, quadra de esportes e as pessoas, principalmente crianças e adolescentes, não têm muitas opção de divertimento.
Os moradores clamam pelos títulos de posse dos imóveis. Ninguém tem. Desde os menores até os maiores, simples e pomposos. Todos têm energia elétrica; a água é das nascentes e a coleta de lixo é feita três vezes por semana, satisfazendo a comunidade; o transporte coletivo e o policiamento são serviços bem prestados.
ASPECTO TURÍSTICO – Como porta de entrada de Nova Friburgo, os moradores esperam a construção do pórtico, de muitas promessas, nunca cumpridas. Poderia ser um ponto turístico, inclusive com geração de empregos, com informações aos turistas. No próprio bairro e arredores há rios, cachoeiras e lugares para caminhadas, corridas e passeios de bicicletas. O comércio do bairro é pequeno, com bares e mercearias, muitos à margem da estrada RJ-116, que poderiam ser integrados ao projeto do pórtico.
A rua de acesso ao camping se encontra com o pavimento precário. O camping ainda funciona e, por isso mesmo, merecia estar em melhores condições. Outra via, de acesso a Serra Nevada, também está com o pavimento muito ruim.
As entregas de correspondência e de gás são feitas sem problemas; os táxis também atendem os moradores do bairro e a captação de sinais de TV é tranquila; há também uma prestadora de serviços de internet; na Rua Gertrudes Stern há apenas um orelhão, em uso. Os celulares também funcionam no bairro sem problemas.
SAÚDE, ESPORTE E LAZER – Os moradores Célio Hottz Ramos e Raoni Francdene Santos Aragão abordaram questões como saúde, esporte e lazer como prioridades.
Para Célio o fechamento do posto de saúde prejudicou bastante os moradores de Theodoro. E reivindica o retorno do atendimento. Ele critica o abandono do bairro e cobra providências das autoridades. Já Raoni lamenta não haver uma quadra de esportes no bairro. “A garotada não tem o que fazer e acaba fazendo o que não deve”, salientou.
Prefeitura fala sobre problemas do bairros
Os moradores de Theodoro de Oliveira vão precisar de muita paciência quanto à suas reivindicações junto à Prefeitura. O posto de saúde não poderá ser reaberto por enquanto e os cuidados com o bairro também dependem da reorganização da Secretaria de Obras.
De acordo com o coordenador dos postos da Estratégia de Saúde da Família, médico Leandro Silveira, Theodoro de Oliveira não tem contingente mínimo (população) para manutenção de um posto do setor e, por enquanto, os atendimentos continuarão prestados na unidade polo de Mury. Além disso, a equipe da Secretaria de Saúde está reduzida, como os motoristas, por exemplo, o que dificulta o deslocamento dos funcionários. Segundo Leandro Silveira, no momento a reivindicação dos moradores de Theodoro não poderá ser atendida. No entanto, ele ficou de estudar o caso posteriormente.
Já o secretário de Obras, Clauber Domingues dos Santos, disse que sua secretaria está com muito serviço em todo o município e também com a equipe reduzida. O secretário comentou que o novo governo está fazendo uma reestruturação de sua secretaria, inclusive está para ser criada a Coordenação Centro-Leste Friburguense, que englobará Theodoro de Oliveira. Ele espera que, assim, os serviços ligados à sua secretaria possam melhorar nesse bairro.
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