Moradores de Granja Spinelli se dizem abandonados e reclamam de falta de infraestrutura no bairro

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Moradores de Granja Spinelli se dizem abandonados e reclamam de falta de infraestrutura no bairro
Moradores de Granja Spinelli se dizem abandonados e reclamam de falta de infraestrutura no bairro

Amine Silvares

A população da Granja Spinelli sofre há anos com administradores públicos, que só vão ao bairro para pedir votos e pouco fazem para melhorar a vida dos moradores. A localidade foi bastante afetada pela tragédia de janeiro de 2011 e as marcas ainda estão espalhadas, juntando-se aos antigos problemas e novos riscos que surgem com as chuvas deste ano.

Por todo o bairro as barreiras que cederam no ano passado não receberam qualquer tipo de contenção. Foram retiradas e algumas vias limpas, mas os resquícios ainda estão presentes. É bastante óbvio para quem passa pelo bairro que novos deslizamentos podem acontecer com qualquer chuva mais forte. Na terça, 3, uma grande barreira bloqueou a passagem para o bairro durante várias horas, e os moradores ficaram sem ônibus. Para sair do bairro e chegar ao Centro era necessário pegar um desvio que sai na RJ-130, próximo ao Córrego Dantas.

O atalho também foi alvo de críticas dos moradores da Granja, que também sofrem com as péssimas condições do asfalto, colocado há mais de dez anos. “O fluxo aumentou demais com o desvio e não tem manutenção”, relatou um dos moradores. O asfalto antigo está cheio de buracos e rachaduras, e quando chove as ruas ficam cheias de lama, e sem o transporte público, é preciso descer a pé. “A gente não tem escola e nem médico. O mais perto fica no Suspiro”, conta uma moradora. Os parcos horários dos ônibus também são motivo de queixa.

A iluminação pública também deixa a desejar no bairro. Os moradores afirmam que nem todas as ruas têm postes e que vários deles estão com as lâmpadas queimadas já há algum tempo. O serviço de coleta de lixo, o único elogiado no bairro, também sofre com o péssimo estado de conservação das estradas no local. Apesar disso, o entulho se acumula pelas vias, junto com restos de móveis e lixo. “Se cair uma barreira, eles demoram pra tirar. Aí, o lixo fica acumulado nas calçadas”, relatou um dos moradores.

O local onde ficava uma quadra de esportes, a única área de lazer do bairro, foi destruído na tragédia do ano passado. Pedras ainda estão lá, próximas a fossas com tampas quebradas. A escola que serve de ponto de apoio está toda pichada e fica próxima à enorme barreira que derrubou uma igreja no bairro. Quando chove, as próprias professoras pedem aos alunos que não compareçam à aula por causa dos riscos.

As obras das casas populares da Granja estão paradas. Algumas manilhas estão quebradas, enquanto tijolos, areia e pedras ficaram esquecidos no tempo. O local também serve como criadouro do mosquito da dengue, já que quando chove, a água se acumula formando grandes poças. A placa do governo municipal informa a construção de 54 casas populares em 180 dias, a partir do dia 14 de fevereiro de 2011, mas o lugar está praticamente abandonado.

Em relação às reclamações, a Prefeitura foi contatada, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição.

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