Os moradores de Amparo são unânimes em afirmar que o maior problema do 4º distrito é a saúde. O atual posto de saúde é insuficiente para atender a população: pequeno (em imóvel alugado), com poucos profissionais, sem ambulância, sem carro para que a médica de família possa fazer suas visitas, poucos equipamentos. Para solucionar o problema os moradores começaram a ganhar um presente: uma nova unidade básica de saúde (UBS), logo na entrada do distrito. Mas o que seria uma solução acabou virando outro problema: a obra, prevista para terminar em março passado, está parada.
SEM ATENDIMENTO DE SAÚDE - A situação se agrava à medida que há doentes acamados sem assistência. Quando a pessoa piora ou alguém passa mal os vizinhos prestam socorro e encaminham o doente para o Hospital Raul Sertã. A comerciante e trovadora Hermelina Schuenck é uma das que se queixam da situação. Ela tem uma irmã doente que não recebe visitas médicas há cinco anos e utiliza o Raul Sertã.
O presidente da associação de moradores local, Valtair Maya, e seu sobrinho e também diretor Jânio Maya, concordam com os demais moradores e dizem que a obra da UBS está parada por causa da burocracia e esperam que a obra seja retomada. Enquanto isso não acontece, Valtair frisa que a agente de saúde, dentro do possível, tem feito visitas a pé. Mas os doentes de lugares mais distantes ficam sem atendimento. Para atender todo o distrito seriam necessárias três equipes e a associação está pleiteando pelo menos duas. Contatos têm sido tentados pela associação de moradores com a Fundação Municipal de Saúde, mas não são respondidos.
DEMAIS SERVIÇOS - O Rio São José também é motivo de reclamações. Segundo críticas dos diretores da associação de moradores, o serviço da draga foi mal feito, o leito foi apenas alargado sem ser aprofundado, continua assoreado e precisa ser novamente dragado, de forma correta. As pontes, destruídas durante a tragédia climática de janeiro de 2011, foram refeitas pelo moradores, porque o governo não deu apoio, segundo Valtair e Jânio, que se mostram preocupados — como toda a comunidade — com a chegada da nova estação chuvosa a partir de outubro.
De acordo com os diretores da associação de moradores, as duas escolas municipais de Amparo — Hermenegildo Gripp, no centro do distrito, e Tiradentes, no loteamento do mesmo nome — foram reformadas e estão fisicamente em boas condições. Mas pecam pela falta de professores e pessoal de apoio, problema crônico no distrito. A creche está sem merendeira e a própria diretora faz a merenda das crianças.
A associação pleiteia junto às autoridades e Faol mais horários de ônibus. O primeiro horário Amparo-Centro é às 4h40 e outro é reivindicado às 4h20; o segundo, às 5h, e a reivindicação é que haja outro às 4h50. O último horário Centro-Amparo é às 11h20, com pedidos de outro às 11h40. Entre 17h e 20h os intervalos são grandes e os coletivos trafegam lotados.
O policiamento é bom, até pela presença do posto de policiamento ostensivo (PPO) local. E também há rondas pelo distrito. O comércio é pequeno e satisfaz as necessidades básicas dos moradores. As indústrias também são pequenas. E poucas. Em Amparo fica o Aubergue Suisse, responsável pela circulação de turistas pelo distrito.
A água não falta, mas fica turva, barrenta, quando chove. O esgoto acaba no Rio São José. A energia elétrica é boa, o mesmo acontece com a iluminação no centro, porém deficiente nas redondezas. A associação de moradores reivindica a instalação de iluminação nos lugares mais retirados, como por exemplo, na estada de acesso à localidade de Toledo. O telefone funciona bem e celular só da Vivo — entretanto, com um serviço que gera críticas.
O recolhimento de lixo é bom, porém há moradores que insistem em depositar o lixo nas ruas depois que o caminhão passa, principalmente nos fins de semana. Assim, cães abrem as sacolas e esparramam o lixo.
No Barroso a dificuldade dos moradores é circular sem calçadas, dividindo espaço com os carros. O local precisa de quebra-molas, junto à Igreja Nova Jerusalém e no cruzamento com a Rua Gracira Gripp, acesso à antiga Aldeia da Criança Alegre (que, aliás, está abandonada), onde já houve acidentes, inclusive com mortes, devido à alta velocidade dos veículos.
A parte social e esportiva fica a cargo do Amparo F. C., que tem um bom campo, com escolinha de futebol e jogos de adultos, veteranos e bengalinhas. O time principal foi o terceiro colocado da recente Copa SAF, inclusive com o artilheiro da competição.
ADMINISTRAÇÃO LOCAL – Lugar tranquilo e aparentemente bem cuidado no centro, Amparo esconde outra realidade. A administração local não dispõe de máquinas e equipamentos. O caminhão é pequeno, uma retroescavadeira faz falta e são seis funcionários para cuidar de todo o distrito. Fazem todo o serviço no braço. Sem dar conta de tudo, os buracos se proliferam nas muitas estradas de chão, que estão em condições precárias.
O administrador Eroildo Moraes (Guidão) é elogiado pelos moradores. No centro, as ruas e o rio estão limpos dentro do possível, mas os buracos das estadas precisam ser consertados, especialmente no Jardim do Edem e Tiradentes. A Estrada José Henrique Emmerick precisa ser pavimentada, pois há muitas casas ao longo da via e não há transporte coletivo. Uma van leva os alunos às escolas, mas quando chove o serviço é suspenso e os alunos ficam sem estudar.
Valtair atribui à burocracia a paralisação da obra da UBS
Valtair está à frente da associação há três anos e haverá eleição em dezembro próximo. Ele pensa em se candidatar à reeleição a fim de dar seguimento aos seus planos, como cursos e atividades. Ele já tem promessa de dez computadores do Aubergue Suisse, para cursos de informática. Uma das lutas atuais da AM é o tombamento de 25 imóveis da Rua Antônio Lugon, no centro, incluindo o Cine-Theatro.
PREFEITURA FALA SOBRE A PARALISAÇÃO DA OBRA DA UBS – A gerente de Atenção Básica de Saúde da Fundação Municipal de Saúde, Viviane Medeiros, cita que a obra da UBS de Amparo está paralisada porque está sem os repasses de verba do Ministério da Saúde, através do PAC 2, que representa 80% da obra.
A construção da UBS foi iniciada em 2011 e o atual governo já a encontrou em fase de paralisação, mas está envidado esforços junto ao Ministério da Saúde para que os repasses sejam feitos e a obra possa ser reiniciada.
Deixe o seu comentário