Morador de Nova Friburgo poderá se mudar para Marte

segunda-feira, 06 de maio de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Morador de Nova Friburgo poderá se mudar para Marte
Morador de Nova Friburgo poderá se mudar para Marte

João Carlos Leal já começou a pedir apoio para sua candidatura ao projeto Mars One: o leitor pode mandá-lo para o espaço

Angela Pedretti
Mais de 400 pessoas de todo o mundo já tiveram inscrições aceitas para disputar uma das quatro vagas na primeira missão tripulada a Marte, prevista para partir em 2023. Onze delas são brasileiras — e uma mora bem aqui, em Nova Friburgo. Um pousadeiro de São Pedro da Serra, de 52 anos, apaixonado desde criança por questões espaciais, começou sua corrida particular no último dia 1º, quando recebeu e-mail do projeto Mars One anunciando a aceitação de sua ficha. Imediatamente João Carlos Leal recorreu ao Facebook e à sua lista de e-mails e começou a pedir apoio para a candidatura, que precisa ter um mínimo de aceitação para passar pela primeira seleção de candidatos, no início de setembro próximo.
João Carlos iniciou o argumento de sua campanha a partir da idade que tinha no início do programa Apolo — oito anos — e a que terá quando a primeira missão tripulada a Marte pousar no Planeta Vermelho, daqui a dez anos. “Eu passei dos 8 aos 11 anos de olho na TV preto e branco acompanhando cada decolagem. Foram sete missões no total, entre 1969 e 1972. E eram, às vezes, dois pousos por ano na Lua. Parecia tão fácil ir a outro mundo quanto viajar para outro país. E aquelas cenas ficaram muito mais impregnadas na minha cabeça que a própria vitória do Brasil na Copa de 1970. Passei a vida não perdendo um único seriado, filme e documentário sobre o espaço. E, claro, me sentindo uma espécie de órfão das estrelas desde que as missões tripuladas acabaram e apenas sondas robóticas passaram a ir a outros mundos”, conta.
Para João Carlos, ter 62 anos ao pousar em Marte seria o ideal. Ele acha que não é justo enviar pessoas jovens para um mundo desértico, com atmosfera irrespirável, altíssimos e mortais níveis de radiação solar e repleto de poeira tão fina quanto fumaça de cigarro. Um lugar em que as pessoas terão que viver em ambientes fechados e pouco espaçosos e só ir ao ar livre vestidas de astronauta.
“Eu lembro sempre do caso do reator japonês, que começou a vazar depois do tsunami de 2011. Dezenas de pessoas da terceira idade se prontificaram a assumir os trabalhos mais perigosos para evitar que os jovens tivessem a vida comprometida pelos níveis de radiação. Acho que essa aventura marciana deveria levar isso em consideração. Enviar  primeiro os voluntários mais velhos e quando a base estivesse melhor estruturada e com os ambientes bem protegidos levar os jovens para de fato iniciarem uma colônia e criarem família”, defende.
Quem quiser mandar o João para o espaço basta clicar: http://mostre.me/joaoparamarte.

A expedição
O projeto Mars One foi lançado pelo engenheiro alemão Bas Landsdorp em 2011, e as inscrições para disputar uma vaga no projeto foram abertas no início de abril deste ano. Em setembro próximo será feita a primeira pré-seleção, para começar a formar os dez grupos, de quatro astronautas cada, que serão treinados para a viagem. Landsdorp criou uma fundação para receber apoios e doações e, com outros parceiros, também uma empresa que vai comercializar produtos, licenciar marcas e explorar um reality show — os astronautas terão a vida acompanhada em detalhes, desde a seleção ao dia a dia em Marte. Com isso ele pretende reunir os US$ 6 bilhões necessários para todo o projeto. 
No cronograma anunciado por Landsdorp, a colonização de Marte começará com uma série de missões automáticas a partir de 2016, que levarão suprimentos, peças e robôs para iniciar a construção da base. Em 2023 chegará a primeira missão tripulada, com os quatro primeiros colonos. A partir daí, o projeto Mars One pretende enviar outras missões tripuladas, a cada dois anos.

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