Horas depois de o site de A VOZ DA SERRA veicular reportagem denunciando a baderna e a desordem nas noites de sexta-feira na Rua Monte Líbano, no Centro, uma operação conjunta foi realizada no local. Participaram do choque de ordem as polícias Militar e Civil, a Guarda Municipal, o Conselho Tutelar, a Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu), a Subsecretria de Posturas e a Secretaria Municipal de Política Sobre Drogas.
Segundo informações passadas pelo comando do 11º BPM neste sábado, 17, “a operação se desenrolou muito bem, não houve alterações e desta vez foi possível orientar a todos quanto às possíveis infrações que possam estar sendo cometidas naquela localidade”.
Um frequentador contou que, às 23h, a Guarda Municipal fechou a Monte Líbano: ninguém entrava nem saía. Enquanto isso, a PM cercava os entornos: as ruas Augusto Spinelli, a Farinha Filho e a Monsenhor José Antônio Teixeira (antiga São João). Reboques foram vistos na região. "Pela manhã, a quantidade de lixo na rua por volta das 8h era muito menor do que no sábado passado", disse ele.
Segundo a PM, durante o choque de ordem, os agentes trabalharam para coibir irregularidades cometidas no trânsito, como o estacionamento em fila dupla. Também foi verificada a possibilidade de venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos e o consumo de drogas. Apesar de a baderna estar na rua, bares e comércios também foram fiscalizados, a fim de verificar seus alvarás de funcionamento.
A PM não informou se durante a operação foram fiscalizados veículos com som alto e motos com escapamento barulhento, dois problemas recorrentes e alvo de queixa de moradores e comerciantes das imediações.
Ainda de acordo com o comando do 11º BPM, ninguém foi preso e nada foi apreendido durante a ação. No entanto, outras operações semelhantes serão realizadas com frequência nessas e em outras ruas de Nova Friburgo, segundo o batalhão.
Jovens sem documento serão levados à DP
Na página da 151ª DP no Facebook, o delegado titular, Henrique Pessoa, informou que a delegacia também participou da operação de sexta-feira e avisou que reprimirá a falta do porte de documentos por parte dos jovens que frequentam a Monte Líbano - expediente frequentemente usado por menores para omitirem a idade. Segundo Pessoa, jovens sem documentos serão levados para a delegacia, de onde só serão liberados mediante a presença dos pais.
"Da parte da Polícia Civil, as operações ocorrerão de forma sistemática, visando a restituir a ordem no local, sendo certo que em breve instauraremos procedimento para apurar fatos ali ocorridos. Ressaltamos a incidência de jovens fazendo uso de bebidas alcoólicas, como também deixando de portar documento legal, o que implicará no recolhimento dos mesmos para a delegacia, quando só serão liberados com a presença dos pais e apresentação do respectivo documento. Portanto, senhores responsáveis, orientem seus filhos a portarem documentos para evitar transtornos", informou a postagem.
A VOZ DA SERRA denunciou o problema horas antes
Na reportagem veiculada pelo site de A VOZ DA SERRA no início da noite desta sexta-feira, 16, e na edição impressa deste fim de semana, (RELEMBRE AQUI) moradores e comerciantes da Rua Monte Líbano se queixam do tormento causado por verdadeiros bailes ao ar livre promovidos por jovens, entre eles menores de idade, sobretudo nas noites de sexta.
“É uma baderna. Eles ocupam o local com som alto, fazem um baile funk no meio da rua até altas horas da madrugada. É uma gritaria. Motociclistas disputam qual escapamento é mais barulhento. Dificultam a passagem na calçada e na rua”, disse um morador de um prédio na esquina da Monte Líbano com a Rua Augusto Spinelli, que pediu para não se identificar. “Já fui reclamar com eles e me ofenderam. Fizeram sinais obscenos. Não respeitam os moradores. Liguei para a polícia, mas me disseram que os agentes não podem tirar as pessoas da rua. Eu só queria que diminuíssem o barulho”, apelou.
Lojistas também reclamam da sujeira deixada na calçada onde acontecem os encontros do grupo. Uma comerciante, que também pediu anonimato, contou que toda manhã de sábado precisa retirar latas e garrafas de bebida que os jovens deixam na porta da loja. “Fica um cheiro de bebida insuportável. Às vezes até urinam na porta. Funcionários da prefeitura costumam vir limpar a rua. É um transtorno”, disse a comerciante.
Repercussão nas redes sociais
A reportagem provocou forte repercussão na página do AVS no Facebook (https://www.facebook.com/avozdaserra/). Muitos leitores comentaram que o problema do excesso de barulho à noite e de madrugada não é exclusividade da Monte Líbano e ruas próximas, mas de todo o Centro da cidade.
"Trabalho na Rua Monte Líbano e chega uma certa hora que nem marco mais cliente por conta dessa baderna. Não dá para atender assim. Engraçado que quem para em fila dupla para esperar uma vaga na rua é multado, e aí, à noite, fica essa baderna toda", criticou uma leitora.
Outra sugeriu: "Se a polícia ficasse encostada lá, pedindo documento de quem bebe e de quem está dirigindo, isso acabaria rapidinho".
Outra leitora comentou que passa pela Monte Líbano todo sábado pela manhã para ir para o trabalho e enfrenta a rua fedendo a urina e bebidas, além do risco de se cortar tamanha a quantidade de lixo e garrafas quebradas.
Alguns comentários, no entanto, saíram em defesa da liberdade de se divertir de graça na rua, ao que uma leitora respondeu: "Moro aqui e acreditem: dá vontade de chorar não ter direito a ouvir a sua própria televisão; suas janelas tremerem e seu coração acelerar de minutos em minutos quando algum carro com som para ali embaixo; quando você está saindo para trabalhar e pessoas bêbadas urinaram tanto no seu portão que escorreu para o corredor e o prédio todo está fedendo; quando você chega exausta depois de ter trabalhado 12 horas e tem uma galerinha sentada no seu portão. A maioria desconhece a expressão "'com licença" e os conceitos de "semancol" e gentileza... Isso todo dia é muito desagradável, chega a ser perturbador".
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