O ministro das Comunicações, André Figueiredo, reconheceu na última terça-feira, 17, na posse do novo presidente dos Correios, Giovanni Queiroz, uma defasagem no valor das tarifas cobradas pela estatal na entrega de cartas e boletos. Ele disse que um aumento de 8,9% nas tarifas está sendo “pactuado” com o Ministério da Fazenda e não envolve encomendas. O aumento ajudaria a empresa a reverter o prejuízo, que poderá atingir a marca de R$ 900 milhões neste ano, o primeiro resultado negativo em 20 anos.
“Uma recomposição de 8,9% já daria um acréscimo de arrecadação em torno de R$ 700 milhões por ano. Estamos dialogando com a Fazenda. Está se estudando se existe algum impacto inflacionário. Já apresentamos estudos (demonstrando) que não implicam nenhum impacto e mostram ainda que, mesmo com reajuste de 8,9%, a taxa dos Correios ainda será uma das mais baratas do mundo”, disse Figueiredo, em breve entrevista coletiva após a posse.
Uma carta comercial enviada por pessoa jurídica via Correios custa a partir de R$ 1,40 atualmente. Dependendo do peso, a carta de pessoas físicas tem tarifa a partir de R$ 0,95. Com o reajuste dessas tarifas básicas, as demais tendem a acompanhar o aumento. Figueiredo defendeu ainda que, como empresa, os Correios precisam ter resultados operacionais que não comprometam sua solvência. Ele lembrou que a estatal tem 120 mil empregados e, portanto, 120 mil famílias que vivem dos Correios e que precisam ser preservadas.
“Como toda empresa, os Correios também estão sofrendo os efeitos de uma crise econômica que diminuiu a produção industrial. Consequentemente, o setor de logística também sofre com essa crise”, observou Figueiredo. O ministro lembrou que os salários da alta direção dos Correios foram recentemente reduzidos de forma significativa. Há, segundo ele, outras medidas relacionadas ao fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis, que poderão colaborar com a retomada do lucro. De acordo com o ministro, o Postalis foi um dos principais motivos para o prejuízo deste ano.
Em seu discurso na solenidade, o ex-presidente dos Correios Wagner Pinheiro reconheceu que a empresa está na UTI - uma analogia feita por Queiroz há poucos dias -, mas disse que a empresa poderá ser revitalizada. Já Queiroz disse que os caminhos para isso já estão traçados e que não fugirá do desafio de trazer a empresa de volta ao lucro.
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