O Ministério do Trabalho embargou na última quinta-feira, 19, o corte de eucaliptos na estrada de acesso ao bairro Granja Spinelli. O auditor-fiscal do Trabalho, Júlio César Borges, disse que os operários estavam trabalhando sem equipamentos de proteção e ainda contou que as árvores eram cortadas sem segurança, o que colocava em risco pedestres e motoristas que passavam pela Estrada Sabrina Abreu Aguilera.
“Constatamos o risco grave de acidentes com os trabalhadores e usuários da via. O local de extração da madeira é acima de uma via pública, onde passam pessoas, ônibus, carros e caminhões. A qualquer momento as toras cortadas que estão dispostas nas encostas poderiam rolar e causar o um acidente na estrada”, disse o fiscal.
O flagrante das irregularidades ocorreu pela manhã, durante uma ação conjunta do órgão com a procuradoria regional do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Nova Friburgo, que recebeu uma denúncia sobre o caso no dia 15 de dezembro do ano passado. A informação anônima, registrada no site www.prt1.mpt.mp.br, dizia apenas que as árvores estavam sendo cortadas sem segurança no local.
Borges explicou em entrevista coletiva na sexta-feira, 20, que o terreno de 80 hectares, onde eram extraídos os eucaliptos, pertence a Rosset, indústria têxtil que comprou a antiga Fábrica Filó. A Rosset contratou, em 2015, uma empresa para cortar as árvores, que, por sua vez, terceirizou o serviço. O auditor-fiscal disse que está preparando o relatório sobre o que flagrou no local. A VOZ DA SERRA não conseguiu contato com a Rosset.
“Não havia responsável habilitado para a extração da madeira, faltava também projeto, equipamentos de proteção coletiva e individual e condições adequadas de higiene para os trabalhadores. Estamos apurando quais empresas estão envolvidas nos serviços para saber qual a responsabilidade de cada uma, por isso, ainda não sabemos quantas pessoas trabalhavam no local ”, disse o fiscal.
Borges apurou também que a madeira cortada na Granja Spinelli era vendida para outras empresas. O caso deve resultar em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do MPT com as empresas para regularizar a situação. A extração e o transporte de eucalipto não precisa de autorização especial dos órgãos ambientais, porque a espécie não é nativa da Mata Atlântica.
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