A INGESTÃO precoce de álcool é a principal causa de morte de jovens de 15 a 24 anos de idade em todas as regiões do mundo. O dado está no Guia Prático de Orientação sobre o impacto das bebidas alcoólicas para a saúde da criança e do adolescente, lançado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A iniciativa pretende mobilizar entidades, educadores e familiares que atuam com crianças e adolescentes na prevenção do uso de álcool na fase de desenvolvimento e promover hábitos saudáveis entre os jovens.
SEGUNDO estudos científicos citados no guia, quase 40% dos adolescentes brasileiros experimentaram álcool pela primeira vez entre 12 e 13 anos, em casa. A maioria deles bebe entre familiares e amigos, estimulados por conhecidos que já bebem ou usam drogas. Entre adolescentes de 12 a 18 anos que estudam nas redes pública e privada de ensino, 60,5% declararam já ter consumido álcool.
AS PESQUISAS mostram que o tipo de bebida mais consumida entre os jovens varia de acordo com a região. No Norte e Nordeste do país, a preferência é pela cerveja, seguida do vinho, enquanto no Centro-Oeste, Sudeste e Sul há consumo maior de destilados, como vodca, rum e tequila. Essas últimas, geralmente são mais consumidas em “baladas”, onde é comum a mistura de álcool a outras bebidas não alcoólicas, como refrigerantes ou sucos.
OS NÚMEROS acima se referem aos jovens das grandes cidades do país, porém, o problema não diz respeito tão somente a estes. O uso da bebida pelos jovens está em todas as cidades brasileiras. Bebe-se na festinha, em passeios, na casa de amigos, nos barezinhos e biroscas, entre parentes, com a conivência de todos, indiscriminadamente.
EM FRIBURGO o problema não é diferente. Nos finais de semana, então, deparamos com uma verdadeira festa popular que toma conhecidos pontos da cidade e praças. A bebida está diretamente relacionada ao entretenimento e é comum constatarmos a presença de muitos jovens nessas rodas, que deveriam ser, por lei, destinadas apenas aos maiores de idade. Porém, a lei não “pegou”.
A BEBIDA também leva a outros problemas. A embriaguez pressupõe maior probabilidade de riscos de acidentes de trânsito, irresponsabilidade com relação ao sexo, caminho aberto para drogas ilícitas, entre outros problemas. Como se observa, tal hábito requer também uma postura por parte das autoridades governamentais, adotando políticas sociais que desmotivem o uso da bebida na juventude.
MUITAS medidas preventivas são colocadas em prática mas é preciso que se aperfeiçoem as políticas públicas de apoio à juventude. Esporte, educação e cultura formam uma base sólida para o crescimento humano. Que se dê, então, aos nossos jovens oportunidades de crescer, se preparar para a vida adulta com a valorização da sua autoestima. Se não for assim, a bebida será o caminho inevitável dessa juventude perdida.
Deixe o seu comentário