As crônicas da Cidade Maravilhosa foram reveladas na noite da última terça-feira, 12, com as observações e inquietações de Mauro Ventura, em PorVentura, seu novo livro. O evento na Livraria Blooks, na Praia de Botafogo, marcou também a estreia do selo 106 Crônicas, da mesma editora, dirigida por Omar Souza, Fernanda Zacharewicz e Gisela Armando. Mais de 300 pessoas compareceram e elogiaram a obra, que traz textos já publicados, além de produções inéditas e exclusivas.
Nas páginas de PorVentura, o leitor é conduzido por um passeio com destinos tão triviais quanto surpreendentes, como ruas, feiras, delegacias, calçadas e, principalmente, pessoas do Rio. O point pode ser a sala de um apartamento em Ipanema ou um beco de uma comunidade esquecida pelo poder institucional; a celebridade pode ser um político conhecido ou um cidadão (in)comum que realiza um projeto social extraordinário.
O autor narra situações e figuras peculiares em textos ora divertidos, ora comoventes, ora cortantes produzidos ao longo de vinte anos de crônicas de grande repercussão publicadas em veículos como Jornal do Brasil e O Globo, entre outros, e, mais recentemente, a internet. Mauro Ventura oferece ainda textos inéditos produzidos com exclusividade para este livro.
Nele, o autor também ironiza suas distrações e dificuldades para guardar nomes e fisionomias, flagra cenas de afeto em meio à aspereza da vida cotidiana, volta-se para seres invisíveis como o talentoso vendedor de amendoim no trem da SuperVia a caminho do subúrbio ou o palhaço que faz seu número no sinal de um cruzamento na Lagoa.
Divide a graça e as agruras de um pai às voltas com os estratagemas dos filhos; denuncia o descaso da sociedade com um casal de catadores de recicláveis ou com um pai de família metralhado pelas forças de segurança de um Estado que deveria protegê-lo; e até visita uma prisão nos tempos do regime militar para narrar a detenção do próprio pai e a visita libertadora de Nelson Rodrigues. Mesmo quando direciona seu olhar para o que está à sua volta, consegue ser universal.
Da sala da própria casa até o gabinete presidencial, Mauro Ventura vai, assim, revelando suas observações e inquietações, de um encontro a outro encanto, ao passo que trafega pela vida, fornecedora da matéria-prima indispensável a toda boa crônica.
Convidados comentam
Entre os convidados: escritora Tânia Carvalho; juíza e escritora Andréa Pachá; cineasta Cacá Diegues; escritor Antônio Torres; escritora e acadêmica Nélida Piñon; Ana Roditi, jornalista e esposa de Mauro Ventura; jornalista, cronista e prefaciador do livro, Joaquim Ferreira dos Santos; jornalista e escritor Jorge Antônio Barros; ator Marcos Palmeira; diretor de jornalismo da Globo e acadêmico, Merval Pereira; jornalista e escritora Miriam Leitão e o marido, cientista político e escritor Sergio Abranches; ex-deputado federal e ex-ministro de Comunicação no governo Lula, Miro Teixeira; publicitário Lula Vieira e esposa, jornalista Silvana Gontijo; e o comentarista da Globonews Octávio Guedes.
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“Quando parece que estamos numa entressafra e que o caso [de amor do Brasil com a crônica] amainou, aparece um Mauro Ventura. E o amor reacende.” (Luis Fernando Verissimo)
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“[A crônica é] uma arte difícil, apesar da ilusória simplicidade, que custa muito trabalho de síntese e ritmo, de densidade e fluidez, para contar histórias curtas da cidade, do cotidiano, do tempo, das emoções humanas. É isso que Mauro Ventura faz muito bem…” (Nelson Motta)
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“A alma do atento contador de histórias, sempre presente nos textos jornalísticos, agora chega inteira na voz do potente cronista. Sorte nossa!” (Andréa Pachá)
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“Jornalista tão sensível quanto talentoso, Mauro Ventura transita pelo cotidiano de um Rio de brutalidade e afeto.” (Flávia Oliveira)
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“Um tanto de reportagem, um tanto de conversa, olhos, ouvidos, coração: muito coração. A mistura funciona.” (Cora Rónai)
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“Percebe-se nos seus textos o anseio por promover a causa da justiça, dar visibilidade aos problemas sociais, extrair das pessoas o que elas têm de melhor…” (Antônio Carlos Costa)
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“Mauro Ventura é o cronista do afeto.” (Daniel Becker)
Sobre o autor
Mauro Ventura começou a carreira como jornalista em 1985. Trabalhou como repórter, repórter especial, editor e colunista em veículos como IstoÉ, Jornal do Brasil e O Globo, onde assinou, de 2007 a 2018, a coluna Dois cafés e a conta. Com a reportagem Tribunal do tráfico, venceu os prêmios Esso e Embratel, duas das principais distinções do jornalismo brasileiro. É autor do livro O espetáculo mais triste da terra — O incêndio do Gran Circo Norte-Americano, um dos vencedores do prêmio Jabuti, o mais tradicional do país. Escreveu os contos “A dor oficial”, publicado no livro Brasil-Haiti ―101 histórias, e “AVC”, que integrou a coletânea 25 cronistas falam de superação. Como professor, deu aulas e oficinas de crônica e de jornalismo literário. Na TV, fez o roteiro do programa De conversa em conversa, apresentado por Fernanda Montenegro, Carlos Heitor Cony e Artur Xexéo. Ocupou a direção geral de Comunicação e de Difusão do Conhecimento do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. É diretor de Impacto Social do Grupo Dadivar e diretor de conteúdo do movimento Contém Amor.
Veja fotos da noite de autógrafos na galeria abaixo:
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