Matérias do Light 11-10-08

sexta-feira, 10 de outubro de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Saudades de Pretinha, Sorriso, Risadinha...

Pretinha, Sorriso, Risadinha... Assim você era conhecida nas ruas da cidade. Assim te batizaram e muitos amigos se encantaram contigo e cuidaram de você, certamente atraídos pela sua meiguice, humildade, bondade, sensibilidade... Graças a todos esses quesitos, você foi chegando de mansinho, até que um dia conseguiu um lar. Aumentou a família e passou a divertir a todos, chegando até a dividir a cama com a Camila, que partiu precocemente em 16 de abril de 2001.

É, Pretinha, Sorriso, Risadinha... você foi mesmo só alegria e amor, principalmente depois que a querida Mila se foi. Depois dessa perda, você nos preencheu com ainda mais carinho, mais alegrias e mais brincadeiras para que não sofrêssemos tanto. Infelizmente, você também nos deixou no último dia 24 de setembro e com certeza já deve ter encontrado a Mila e outros tantos amiguinhos, inclusive seu grande amor, o Cabeção, que também era tão querido como você.

Obrigada, Pretinha, pelos anos que passamos juntos. Agora só nos resta a solidão e o vazio total. Quando chegamos em casa e não encontramos aquele seu sorriso e sua alegria com o rabinho abanando para nós é uma tristeza imensa. Descanse em paz, querida! A nossa dor só o tempo fará amenizar, mas você jamais será esquecida. Adeus, querida...

Seus amigos, donos e companheiros

Fofoca: a arma dos inseguros e infelizes

Dalva Ventura

Vamos combinar. Ninguém escapa de fazer uma ou outra fofoquinha, nem que seja só de vez em quando. Atire a primeira pedra quem nunca falou mal de alguém por trás, passou adiante um segredo ou mesmo espalhou um boato, ainda que sem a intenção de atrapalhar a vida dos outros. De uma forma ou de outra, todos estamos sempre envolvidos em fofocas, seja como vítimas ou como agentes.

Não estamos falando de grandes mentiras ou difamações, mas das pequenas fofocas e intrigas que compõem o dia-a-dia de todos os mortais. Aquelas que aparentemente nem fariam tão mal assim, mas, na verdade, são capazes de azedar relacionamentos, destruir a reputação de uma pessoa e deixar qualquer ambiente negativo e tenso, sobretudo no trabalho.

Quer ver um exemplo? A secretária Marise C. A. foi demitida repentinamente e, por conta disso, seus colegas começaram a se preocupar com os próprios empregos, passando a conversar sobre quem seria o próximo a ir para a rua. Não demorou para o pessoal descobrir, por vias secretas, que ela havia tido um caso com um de seus chefes. A partir daí, o bochicho começou, prejudicando em muito a vida da moça, inclusive fora da empresa.

A verdade é que o ser humano tende a acreditar em fofocas e, por isso mesmo, este mal se propaga com uma rapidez espantosa. A fofoca é, normalmente, uma conversa reservada entre duas ou mais pessoas, em tom de conspiração, tendo como tema uma terceira, que em geral não está presente.

Fofoqueiros não

inspiram credibilidade

nem confiança

Tem gente tão fofoqueira, que chega a sentir coceiras na língua de tanta vontade de passar adiante as informações que, por um ou outro motivo, tenham chegado a seu conhecimento. Extremamente destrutivas, elas contaminam relações familiares, pessoais e profissionais, podendo prejudicar – e muito – a reputação de homens ou mulheres, assim como a imagem de organizações públicas ou privadas.

Mas é no ambiente de trabalho que as fofocas fazem mais estragos. Quando elas invadem este reduto, começa a pairar um tremendo sentimento de desconforto, insatisfação e suspeita. Afinal, é muito difícil alguém ser produtivo e eficaz quando percebe que está sob o fogo cruzado de calúnias e maledicências.

Impressionante é que nada nem ninguém parece ser capaz de deter esta prática. Sempre existe alguém que se deleita em falar dos outros por trás ou está disposto a confirmar informações que podem não ser verdadeiras. E, como “quem conta um conto sempre aumenta um ponto”, a tendência é que até as pequenas intrigas do dia-a-dia acabem se transformando em bolas-de-neve.

As fofocas são inerentes à vida de qualquer sociedade, atacando a todos, indistintamente. Na verdade, todos são ou já foram vítimas dos fofoqueiros de plantão que, além de sentirem prazer em destilar seu veneno falando mal de quem não está por perto, geralmente modificam e enfeitam suas histórias e fantasias ao transmiti-las, até para torná-las mais verossímeis.

Mas que ninguém se engane: além de não inspirarem confiança, essas pessoas também não transmitem credibilidade. Quem, em sã consciência, tem coragem de fazer confidências ou transmitir informações importantes a um bisbilhoteiro? Assim, mais cedo ou mais tarde suas invencionices acabam sendo descobertas.

Em seu livro Tratado geral sobre a fofoca, o psiquiatra José Angelo Gaiarsa afirma que somente 20% das informações trocadas entre os indivíduos são realmente úteis. Segundo ele, a fofoca está diretamente ligada à insatisfação que as pessoas sentem com relação às suas vidas. “Uma coisa é certa: as pessoas infelizes são as que mais espalham fofocas, pois não conseguem se segurar diante do sucesso, da beleza, do talento e da vitória dos outros”, diz.

É só prestar atenção: algo na linguagem corporal ou no tom de voz do fofoqueiro sugere um julgamento moral sobre as informações que ele está transmitindo. Quando falam mal de alguém, por trás, estão, na verdade, se comparando a esta pessoa e passando uma imagem de superioridade sobre ela. Por isso mesmo, basta alguém se dar bem na vida para começar a ser alvo de todo tipo de falatório.

Mas, por outro lado, a fofoca é algo tão corriqueiro, que algumas pessoas falam dos outros sem sequer se dar conta de que não deveriam fazer isso. Outras fazem fofocas só para se distrair ou desabafar. É o caso de pessoas desocupadas, que estão sempre prontas a passar adiante histórias da vida alheia, de preferência bem picantes e maliciosas.

Há um certo prazer por trás do hábito de fazer fofocas. Há uma palavra de origem alemã – schadenfreude – que significa a satisfação obtida com a desgraça alheia, que define bem esta mania. Além disso, tem gente que espalha fofocas negativas para aumentar seu próprio status social à custa dos outros.

Apesar de tudo, as fofocas, de alguma forma, reforçam os vínculos entre os indivíduos envolvidos. Estes passam a fazer parte de um grupo e os demais ficam fora dele. Representam, também, uma demonstração de confiança mútua. As pessoas escolhidas para ouvir uma fofoca são aquelas que não usarão contra o fofoqueiro aquilo que está sendo contado.

Impossível acabar com ela, mas...

Não é possível eliminar a fofoca, mas, com alguns cuidados, é possível reduzir significativamente este mal.

* A melhor atitude para desencorajar a prática da fofoca é não dar ouvidos a ela.

* Não conte a ninguém o que lhe foi dito sigilosamente.

* Nunca passe adiante uma informação se não tiver certeza absoluta de que a mesma é verídica e que sua divulgação não poderá prejudicar alguém.

* Aumentar uma história também é uma forma de mentir. E isso deve ser evitado a qualquer custo, se ambicionamos um mundo melhor, mais justo e mais seguro.

* Seja franco, não fale das pessoas pelas costas. Quando tiver algo a dizer sobre alguém, fale diretamente.

* Não fale sobre seus problemas pessoais com aquelas pessoas que não poderão lhe ajudar em nada, sequer com uma palavra amiga. É preferível chorar sozinho a fazer isso nos ombros da pessoa errada.

* Se tiver que confrontar alguém, faça isso em particular e não em público, até para não se expor desnecessariamente.

* Procure conter o ímpeto de expressar suas opiniões e versões publicamente. Bem diz a sabedoria popular: “Em boca fechada não entra mosquito”.

* Não julgue as pessoas e seu modo de agir.

* Não dê ouvidos a fofocas e fofoqueiros, mesmo que seja por curiosidade ou brincadeira.

* Ocupe-se e preocupe-se com aquilo que contribui para o desenvolvimento do seu caráter e de sua carreira. Ou seja, mind your own business, que, em bom português, significa “Cuide de seu próprio negócio”.

Fofocas: condenáveis sob todos os pontos de vista

Quase todas as religiões do mundo alertam contra a fofoca e o ato de espalhar boatos. Está no livro de Levítico, encontrado na Bíblia cristã e na Torá judaica: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo”. A fofoca também é contrária ao conceito de palavra correta, que faz parte do caminho para o esclarecimento, que é a base do budismo. Da mesma forma, muitos textos islâmicos proíbem contar ou escutar fofocas.

Nem precisa ir tão longe. Os livros de auto-ajuda e de psicologia ensinam que as pessoas devem evitar a fofoca a todo custo, assim como os especialistas em gerenciamento empresarial. Estes apresentam a fofoca como uma ameaça à saúde e à estabilidade das organizações, porque estas diminuem a moral e desperdiçam o tempo dos funcionários.

Horário de verão vigora a partir do dia 19, mas mudança de hábitos já deve começar

Médicos explicam que um adulto

saudável leva de dois a cinco dias

para se adaptar ao novo horário

O Horário Brasileiro de Verão começa à zero hora do próximo domingo, 19, quando os relógios deverão ser adiantados em uma hora. A medida, criada para economizar energia elétrica nos horários de pico, será adotada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país e vai vigorar até 15 de fevereiro, uma semana antes do carnaval. O principal objetivo da alteração do horário é a maior utilização da luz natural, diminuindo o gasto de energia em empresas, indústrias e municípios. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a expectativa é reduzir o consumo de energia de 4 a 5%, principalmente entre 18h e 21h.

Além dos benefícios para o setor elétrico, o horário de verão significa uma melhor qualidade de vida, mais tempo dedicado ao lazer e ao ar livre e uma maior segurança ao anoitecer para o cidadão. Pesquisas realizadas em anos anteriores pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram a boa aceitação da medida entre os moradores dos estados onde vigora o horário.

Apesar dos altos índices de aprovação, o horário de verão ainda gera reações apaixonadas e reclamações. Enquanto algumas pessoas adoram, outras odeiam. Os médicos são unânimes em um ponto: a medida altera o relógio biológico e prejudica, principalmente, a qualidade do sono, gerando uma série de conseqüências nocivas às pessoas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% da população brasileira sofre de insônia, um dos distúrbios do sono mais comuns e que é gravemente afetado durante o horário de verão. De acordo com os especialistas, há uma quebra do ritmo de dormir e despertar, o que é extremamente prejudicial à saúde. Além da perda de uma hora de sono, a ansiedade de levantar mais cedo e a inquietação na tentativa de antecipar o horário de adormecer também são fatores que prejudicam a qualidade do sono.

Para se adaptar ao novo horário, médicos explicam que um adulto saudável leva de dois a cinco dias. Para minimizar os incômodos que o horário de verão proporciona, a principal recomendação dos especialistas é alterar gradativamente alguns hábitos cerca de uma semana antes da medida vigorar. O horário de dormir deve ser antecipado de 5 a 10 minutos em escala crescente diariamente. O mesmo deve ser aplicado ao momento de despertar. Outras indicações importantes são evitar a ingestão de café, bebidas alcoólicas e refeições pesadas, que são estimulantes. O uso de tranqüilizantes e remédios para dormir também são contra-indicados pelos médicos.

televisão

Pela lente

do humor

Rael Barja, o Caju de “Malhação”, sempre foi introspectivo ao extremo. Tanto que, quando o ator completou sete anos de idade, foi levado pela mãe ao psicólogo. O objetivo era tentar vencer a timidez, que o impedia até de fazer amigos na escola. “Eu não conversava com ninguém, batiam em mim, roubavam meu lanche... Fui até diagnosticado como autista”, recorda, aos risos. Mas nem a terapia adiantou. Foi quando seus pais resolveram matriculá-lo em um curso de teatro. E veio a “salvação”. “Melhorei muito e me apaixonei por aquele universo”, conta o paulistano de 22 anos.

Provando que deixou a timidez de lado, Rael encarna um dos personagens mais cômicos da atual temporada. Afinal, o ajudante de faxineiro do Múltipla Escolha passa pelas mais inusitadas situações, que sempre garantem boas risadas. Isso sem contar no sotaque carregado, que inclusive já foi absorvido por seu intérprete. “Muitas vezes me pego falando com os ‘erres’ carregados do Caju, e incorporei até a ingenuidade dele”, diverte-se o ator, que já nos primeiros minutos de conversa revelou uma pronúncia digna de interior.

Seu primeiro personagem na tevê aconteceu graças ao concurso “Casal Malhação 2008”, promovido pelo “Caldeirão do Huck”. Depois de desbancar 21 mil candidatos, Rael e Caio Castro, que vive o Bruno, garantiram as duas vagas da novelinha – uma delas deveria ser de alguma atriz novata. “Não sei explicar como, mas no fundo sabia que ia passar, porque fiquei calmo demais durante quase todo o processo. Só desabei no último dia”, entrega.

Contratado pela Globo até o fim do ano, Rael pretende voltar a cursar Cinema em 2009. Os planos do ator incluem, além da sétima arte, a volta ao teatro, tanto na interpretação quanto na produção. Como foi nos palcos que deu seus primeiros passos na atuação, ele confessa que tinha um certo preconceito com tevê. Mas, com aulas diárias de expressão corporal, fonoaudiologia, literatura, história do Teatro, entre outras, sua opinião mudou. E muito. “Hoje vejo como tinha um pensamento errado! Estou aprendendo muito, inclusive em relação à disciplina. Estou regrado com horários. É muito difícil fazer tevê”, conclui.

Nome: Rafael Almeida Barja.

Nascimento: 27 de março de 1986, em São Paulo.

Na tevê: “Novelas e filmes.”

Ao que não assiste na tevê: “Programas de auditório e futebol.”

Nas horas livres: “Leio, ouço músicas e crio cenas na minha cabeça.”

No cinema: “Na Natureza Selvagem”, de Sean Penn.

Música: “Sou eclético, ouço de tudo, mas adoro a banda Strokes.”

Livro: “A Dança”, de Cláudio Vianna.

Prato predileto: Capeletti.

Pior presente: “Uma bermuda azul, horrorosa.”

O melhor do guarda-roupa: “Uma camisa vermelha xadrez e uma calça marrom.”

Perfume: Dolce & Gabbana.

Mulher bonita: Eva Green.

Homem bonito: Marlon Brando.

Cantor: Cartola.

Cantora: Janis Joplin.

Ator: Marcos Caruso.

Atriz: Patrícia Pillar.

Escritor: Plínio Marcos.

Arma de sedução: “Minha espontaneidade.”

Programa de índio: “Odeio rave, festas com música eletrônica.”

Melhor viagem: “Para Trancoso, em 2003.”

Sinônimo de elegância: Educação.

Melhor notícia: “Saber que eu não precisaria fazer transplante de coração quando fiquei doente, aos 17 anos.”

Inveja: “De quem tem disposição para malhar.”

Ira: Trânsito.

Gula: Brigadeiro.

Cobiça: “Ter uma caminhonete.”

Luxúria: “Mulher perfumada.”

Preguiça: “De andar no sol.”

Vaidade: “Estou começando a ter agora, por causa da tevê. Passo remédio para pele, uso xampu... Antes usava sabonete para lavar o cabelo.”

Mania: “De desvirar sapatos com a sola para cima.”

Filosofia de vida: “Haja ou não haja frutos, é pelos sonhos que vamos.”

O mistério de Tutancâmon

Mario de Moraes

xistem muitos mistérios de todo tipo que até hoje os mais renomados estudiosos não conseguiram decifrar. Um deles, referente à múmia de Tutancâmon, tem diversas versões, mas nenhuma definitiva. A mais divulgada afirma que, após a abertura do seu sarcófago, aconteceram diversos fatos sobrenaturais, tidos pela maioria dos arqueólogos como lenda. Para começar, o mecenas de Howard Carter, o descobridor do túmulo, Lord Carnarvon, faleceu a 5 de abril de 1923, não tendo tido a oportunidade de ver nem a múmia, nem o túmulo. No exato momento do seu falecimento, as luzes da capital egípcia apagaram sem explicação, e a cadela do lorde teria uivado e caído morta no mesmo momento, na Inglaterra. Nos meses seguintes morreriam um meio-irmão do lorde, a sua enfermeira, o médico que fizera as radiografias da múmia e vários visitantes do túmulo. Tem mais, para deleite dos crédulos: no dia em que o túmulo foi aberto de forma oficial, o canário de Carter foi engolido por uma serpente, animal tido como protetor dos faraós. O assunto, acredito, deve interessar aos nossos leitores, ou a TV Globo não repetiria, quase toda semana, o assustador filme A Múmia, um primor em efeitos visuais. Alguns estudiosos da matéria afirmam que tudo não passa de coincidências e que o ódio de Tutancâmon por terem interrompido o seu sono secular nada mais é do que um vírus que atacou todas as pessoas que tocaram na sua múmia. Curiosamente, aquele que devia ser o mais visado pelo ódio do faraó, Howard Carter, viveu ainda 13 anos depois da sua descoberta.

Afinal, quem foi, em vida, Tutancâmon (ou Tutankhaton)? Faraó do Antigo Egito, apesar de sua fama que chega até os dias de hoje, ele faleceu muito moço. Acredita-se que era filho e genro de Akhenaton, o faraó que instituiu o culto ao deus Sol. Quando tinha 10 anos o casaram com Ankhsenpaaton (mais tarde chamada Ankhsenamon). Aos 12 anos assumiu o trono, restaurando os antigos cultos aos deuses, e faleceu aos 19 anos, sem deixar herdeiros.

Embora seu túmulo não seja dos mais suntuosos, ele é o que mais fascinou os arqueólogos ao ser descoberto, pois era uma rara sepultura quase intacta. O sarcófago foi aberto em 1922, contendo, além da múmia, peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos com histórias sobre o Egito de 3.400 anos atrás. Um dos mistérios relacionados a Tutancâmon é quem eram seus pais. A única coisa que se sabe é que ele pertencia à realeza. Alguns estudiosos do Egito Antigo afirmam que seu pai fora o rei Amen-hotep III, mas outros o colocam como filho deste e seu sucessor Amen-hotep IV. É bom lembrar que essas informações foram tiradas de inscrições dos muros do templo de Luxor, mas é preciso explicar que naquela época pai podia ser relativo a um avô ou até mesmo a um antepassado longínquo.

Tutancâmon sucedeu, aos 9 anos de idade, a Semenkhkhare, rei sobre o qual praticamente nada se sabe. Tentaram matá-lo em Amarna a mando do vizir na época, que desejava o trono para si. Ay ordenou que assassinassem todos os habitantes de Amarna, mas Tutancâmon e sua irmã conseguiram salvar-se milagrosamente. Levados para Tebas, os dois foram coroados e se casaram. Ele, com 9 anos; ela, com 11. No quarto ano de reinado, Tutankhaton mudou seu nome para Tutancâmon, que queria dizer imagem viva de amor. Sua esposa fez o mesmo e trocou o antigo nome por Ankhesenamon, ela vive para Amon. Tutancâmon procurava restaurar a adoração aos deuses antigos. Por isso, durante a fase final do seu reinado, mandou que destruíssem todos os nomes de outros deuses que se encontrassem em inscrições, menos o de Aton, a divindade mais importante do Egito.

O Egito, nesse tempo, encontrava-se numa situação muito difícil. Os templos estavam em ruínas e, segundo os crentes, raivosos, os deuses teriam lançado a confusão no país. Preocupado, Tutancâmon mandou construir novas estátuas dos deuses e restaurar todos os templos, bem como voltar aos cultos, que neles eram realizados pelos sacerdotes.

Tutancâmon faleceu aos 19 anos, em 1.324 aC. Na época ninguém soube explicar de que ele morrera. Em 1925, o médico Douglas Derry fez uma autópsia na múmia e concluiu que ele falecera vítima de tuberculose. Tempos depois, em 1968, uma equipe da Universidade de Liverpool, liderada por R. G. Harrison, realizou exames de raio X na múmia e encontrou uma ferida perto da orelha esquerda do faraó, que penetrava no crânio e produzira uma hemorragia. Este fato foi apontado como a verdadeira causa da morte. Daí a versão de que ele teria sido assassinado a mando do vizir Ay. Futuros estudos, porém, descartaram essa hipótese. Em janeiro de 2005 a múmia foi retirada do túmulo no Vale dos Reis e lhe fizeram um exame de tomografia computadorizada (TC), que levou 15 minutos e produziu 1.700 imagens. Esse novo estudo descartou a hipótese de assassinato. Em novembro de 2006, o médico Ashraf Selim confirmou esse fato. O osso encontrado no seu crânio teria sido provocado durante o processo de embalsamamento do corpo.

A face do faraó foi reconstituída em maio de 2006 por cientistas americanos, franceses e egípcios, a partir de imagens de tomografia computadorizada. Atualmente, o sarcófago do faraó Tutancâmon encontra-se no Museu Egípcio, o mais importante museu do Egito, situado no Cairo, a capital do país. De suas 136 mil peças, a mais procurada pelos turistas é a de Tutancâmon.

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