Matérias - 8 de agosto

sexta-feira, 07 de agosto de 2009
por Jornal A Voz da Serra

O Sistema Nacional de Cultura e a inserção da cidadania cultural dos municípios

Thiago Mello

O Sistema Nacional de Cultura (SNC) é um processo de articulação, gestão e promoção conjunta e coordenada de iniciativas, na área cultural, entre governos federal, estaduais e municipais e destes com a sociedade civil, com o objetivo de implementar uma política pública de cultura democrática e permanente visando o desenvolvimento do setor, com pleno exercício dos direitos e acesso às fontes da Cultura Nacional.

Nesse sentido se busca o estabelecimento de um Acordo de Cooperação Federativa, que se trata de um instrumento que estabelece condições institucionais e instrumentais para a implantação do Sistema Nacional de Cultura (criador de órgão gestor específico na área de cultura - secretaria, sub-secretaria, fundação, departamento; criação de um Conselho Municipal de Cultura, órgão de consulta que tem por finalidade assessorar o prefeito na definição da política cultural e na articulação dos programas; criação de um Fundo de Apoio Municipal à Cultura, que tem por objetivo dar apoio financeiro a ações e projetos que visem à produção, à preservação e à divulgação de bens e manifestações culturais no município; e, realização regular de conferências municipais de cultura que têm o objetivo de levantar subsídios para os respectivos órgãos coordenadores da política cultural.

Nova Friburgo se encontra hoje na organização da II Conferência Municipal de Cultura com a necessidade específica de fortalecimento de três dentre os pontos específicos do Acordo de Cooperação Federativa: 1 - a consolidação da atuação do Conselho Municipal de Cultura que proporcione a representação plural e significativa da comunidade cultura da cidade, na propositura, elaboração e fiscalização das políticas públicas de cultura; 2 - viabilização do Fundo de Apoio Municipal à Cultura, com a realização de editais públicos de fomento e apoio a projetos culturais; 3 - aprovação da Lei Municipal de Incentivo à Cultura que propicie a captação de recursos junto aos empresários e cidadãos para o financiamento da cultura.

Para tanto, será necessária a adesão e participação de todos aqueles que buscam o reconhecimento da cultura como elemento essencial para o desenvolvimento econômico e social de nosso povo. Em todo o Brasil há a mudança de paradigma e compreensão do papel da cultura na dinâmica do desenvolvimento e essa mudança já provoca resultados expressivos no grau de investimentos, emprego e renda gerados pela cultura.

Assim, os interessados em maiores informações podem acessar http://conselhode culturadenovafriburgo.blogspot.com/ e, também, podem solicitar informações pelo e-mail cmculturanovafriburgo@ymail.com, assim como, participar da Pré-conferência e II Conferência Municipal de Cultura de Nova Friburgo.

Jornal Impresso

Valfredo Melo e souza (*)

O grande número de informações confunde, por que a sabedoria não reside em acumular conhecimento, mas em escolher a qualidade dele. Boas palavras serão sempre melhores do que um sem-fim de conversas com pouca base para sustentá-Ias.

Em nosso cult jornaleiro a banca estremece com uma polêmica discussão se o jornal impresso vai ou não desaparecer. Ziraldo afirmou que o jornal, nos moldes hoje, vai morrer, disse um. O jornal é um armazém de secos e molhados no pensar de Millor Fernandes, disse outro. Ele será sempre uma construção do presente, rebati. Ainda é o melhor espaço para se plantar e colher uma notícia com total liberdade da imprensa, opinam outros debatedores. O jornal de papel jamais morrerá enquanto se mantiver como uma forte nutrição da mente humana ou como uma eloquente formação intelectual de uma consciência critica, comentou um senhor aposentado.

Entusiasmado, salta um dos mais intelectuais jornaleiros que conheço neste Distrito Federal (poliglota, por sinal) e vocifera:

- O senhor quer cinco boas razões para não se comprar jornais?

E foi enumerando:

- Seu cachorro pode comê-Io.

- Você já é sábio o suficiente.

- Suas bugigangas tecnológicas (Black Berrys, iPhones, Smartphones, Palm Pre)

vão ficar com ciúmes.

- Jornal não vem com controle remoto.

- Alguém lhe falou em casa: educação não fará bem a você.

Desculpe doutor, o povão tem um medo danado de ser socialmente inaceitável.

Daí se asfixia na Internet, mas é chique contrair um crack bcrry por estresse de conexão obsessiva.

Um atencioso pai - filhinha ao lado - diz que aprendeu com ela que “tinta no papel é arte”, logo, jornal impresso é arte. Arte de colher o fruto do conhecimento.

Com as devidas ressalvas, é natural que o papel impresso não atinja a chamada geração Harry Potter - a geração dos desejos rápidos - que tudo quer como num passe de mágica. Geração que pesquisa no Orkut, idolatra cultura pop. Sabem tudo sobre os aplicativos do Iphone. Domina todos os recursos parafernálicos da Informática. São criados pela TV a cabo e educados pela Internet. Uma cultura rasa como uma poça d’água onde não cabem história e filosofia. O grande número de informações confunde, porque a sabedoria não reside em acumular conhecimento, mas em escolher a qualidade dele. Boas palavras serão sempre melhores do que um sem-fim de conversas com pouca base para sustentá-Ias. Ah! As salas de bate-papos. Muitas culturas pseudocientíficas embasadas em httpll.www.com servem de bibliografia, sem muita responsabilidade, para os que negligenciam os jornais impressos, revistas ou livros, específicos ou não.

Valete fraters! O ritual de folhear um jornal, o prazer de se informar, o prazer da leitura, jamais sucumbirá. Sobreviverá intacto na alma humana para preencher horas livres de um rebuscar saudável da literatura e da expressão política mundial. Será sempre um complemento da alma de compulsivos leitores para ampliação de suas percepções.

Será sua extinção uma consequência da crise? Pode ser. Na realidade a crise do homem na sociedade. A sociedade será o que ela quer ser. O jornal será, sem dúvida, um agente dessa transformação social.

É hora de almoço. Vou embora levando meus jornais embaixo do braço e com eles a esperança de uma longa vida para a imprensa escrita.

(*) – Escritor e acadêmico

reside em Brasília.

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