Garimpo de talentos
Longe dos estúdios, Izabella Bicalho forma futuros atores
por Louise Araujo / PopTevê
Quando Izabella Bicalho dava seus primeiros passos no mundo artístico, o mundo dos atores-mirins era bem diferente. Prestes a completar 30 anos de carreira, a Zuleika de “Negócio da China” não tinha à disposição os muitos cursos de teatro infantil que hoje proliferam nas grandes cidades. “Cursos para crianças é um fenômeno relativamente recente. E, quando a gente começava a trabalhar, não existia um trato diferenciado”, relembra a atriz, que fez algumas participações televisivas até ganhar seu primeiro papel em “Água Viva”, exibida em 1980.
O fato de ter usado mais da intuição do que de um conhecimento concreto quando criança dá um certo ar de “ironia do destino” ao fato dela ter se transformado em professora de teatro para crianças e adolescentes. “Comecei há três anos por acaso”, revela. A turma comandada por Izabella agrupa alunos, com idades entre 7 e 14 anos, que aprendem as primeiras manhas das artes cênicas na Casa e Companhia de Artes Avancini, fundada pela atriz Andréa Avancini na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. “A Andréa é minha amiga e, um dia, me disse que precisava de uma professora. Eu me ofereci, comprei alguns livros específicos e comecei a fazer o trabalho”, explica.
As crianças que adentram as aulas de Izabella, porém, encontram bem mais do que conceitos pedagógicos e artísticos. Uma das características da professora é o perfil disciplinador. Mesmo diante de crianças bastante novas, ela não se comporta como a “tia” boazinha. “Tenho um jeito ‘espartano’, mesmo. Sou absolutamente incisiva. Quero que eles entendam que isso é algo a que precisam se dedicar. Não basta ir com a intuição”, justifica, usando como argumento a enorme lista de atribuições de um ator quando está se apresentando. “Tem de se concentrar, ver a hora de entrar, saber a fala, olhar para o colega... é muita coisa. Até o profissional adulto fica com a cabeça louca. Então, eles precisam ter responsabilidade”, enfatiza.
Mas não é só de seriedade que se faz o curso ministrado pela atriz. Desde as primeiras aulas, as crianças são estimuladas a desenvolver a criatividade através de jogos de improvisação. “As crianças adoram “soltar a franga”, se expandir. Quando começam os ensaios para a apresentação de fim de ano, os jogos são suspensos. Então elas reclamam”, diverte-se a professora, que a cada ano escolhe um texto diferente para montar com os alunos. Já foram apresentados, por exemplo, os clássicos “A Menina e O Vento”, de Maria Clara Machado, e “Os Doze Trabalhos de Hércules”, de Monteiro Lobato. “Eu acabo sempre mudando um pouco, dou uma adaptada. Acho que o texto está velho e mudo”, brinca.
O resultado dessa mistura de rigidez e brincadeira tem efeitos diretos sobre o comportamento dos alunos. Crianças agitadas se tornam mais calmas, enquanto as tímidas aprendem a se soltar mais – em um processo aprovado pelos pais. “Eles vêm falar comigo sobre como o filho ou a filha melhorou na escola. Isso é muito bacana”, empolga-se Izabella, que abre outro sorriso largo ao falar do retorno à tevê, depois de um período dedicado ao teatro – principalmente aos espetáculos musicais. “As gravações são deliciosas, deliciosas, deliciosas! Está sendo um prazer monumental trabalhar na novela”, derrama-se.
A animação, ela não nega, tem muito a ver com os colegas de trabalho. Afinal, Izabella voltou ao batente televisivo sob a batuta de Roberto Talma – que a acompanhou em suas primeiras novelas. “E o meu núcleo também tem vários “coleguinhas” de teatro musical: Cláudia Netto, o Sandro Christopher, o Frederico Reuter. A gente se diverte muito”, conta ela, mencionando os atores que interpretam, respectivamente, Dalva, Odilon e Zé Boneco na trama de Miguel Falabella. “Com certeza, esse é um momento muito bom. Pra mim, o astral está conspirando muito a meu favor, e eu só posso agradecer”, encerra.
Em busca da excelência na odontologia (2)
David Massena
les nasceram em Niterói, mas escolheram Nova Friburgo para realizar o sonho profissional. Estudaram na antiga Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo (Fonf), hoje Universidade Federal Fluminense (UFF) e, após a graduação, foram em busca do aprimoramento profissional. Irmãos biológicos e parceiros na profissão, os jovens Leandro e Glauber Mathias não se cansam de investir na formação e na informação, cada qual em sua área específica. Apaixonados por Nova Friburgo, nunca mais abandonaram a cidade, construindo aqui a base de todo o trabalho que desenvolvem. Leandro é especialista em prótese dentária pela Faculdade São Leopoldo Mandic e pós-graduado em prótese sobre implante em Campinas; Glauber é pós-graduado em dentística restauradora pela Universidade Gama Filho e especialista em odontologia estética pela Faculdade São Leopoldo Mandic. Nesta entrevista eles falam sobre a odontologia brasileira do novo século e seus avanços tecnológicos.
LIGHT – O que mudou e
quais os principais avanços
na odontologia?
LEANDRO – A história se encarrega de mostrar claramente as evidências de forma dinâmica. Modificações substanciais ocorreram nos últimos 40 anos, marcadas essencialmente pelo conhecimento da etmologia das doenças cáries e periodontal. Além do surgimento dos sistemas adesivos e implantes, da compreensão das disfunções craniomandibulares e o melhor domínio das técnicas cirúrgicas em tecidos moles e estruturas ósseas. Os resultados levaram a uma profunda revisão e ampliação das modalidades de tratamento.
GLAUBER – Na minha área específica foram o clareamento dental a laser ou doméstico (indolores), as facetas e blocos de porcelana; o desgaste cosmético (plástica dental), as placas reabilitadoras de dimensão vertical, as próteses metal free (sem metal) e a odontologia adesiva.
LIGHT – Como a odontologia
é vista no novo século?
LEANDRO – Acredito que a odontologia do novo século dependerá de sua capacidade de responder às necessidades da saúde bucal e da saúde geral da população e agir de maneira preventiva para incorporar de forma eficaz as novas tecnologias e conhecimentos à prática clínica.
GLAUBER – Vejo como uma forma de promover saúde, seja prevenindo, diagnosticando ou tratando. Vale salientar que alguns estudos com células tronco estão em andamento visando à terceira dentição.
LIGHT – Qualidade de vida
e saúde bucal: é possível
traçar um paralelo?
LEANDRO – O aumento da longevidade do ser humano é uma realidade. Segundo a Associação Médica Americana, os cidadãos idosos estão vivendo mais e em condições mais saudáveis do que em qualquer tempo do passado da humanidade. Com esse aumento real de expectativa de vida, somado à prevenção, à tecnologia no desenvolvimento de materiais e ao surgimento dos implantes, há uma maior previsibilidade de excelente qualidade de vida somada à saúde bucal.
GLAUBER – Se hoje uma das principais preocupações do ser humano é a qualidade de vida, essa preocupação deverá se estender à saúde bucal. Sabemos que a saúde começa pela boca, porta de entrada de alimentos saudáveis e deletérios. Portanto, é importante higienizar adequadamente, disciplina ao se alimentar e consultas periódicas ao dentista.
LEANDRO – Hoje é real a possibilidade de reabilitação com sucesso da boca de um paciente, devolvendo sua dentição e equilíbrio muscular, possibilitando uma boa mastigação.
LIGHT – Como a odontologia
brasileira é encarada frente
à odontologia mundial?
LEANDRO – Nós não perdemos mais espaço para nenhum outro país. Somos uma potência. Uma das características dos profissionais brasileiros é a busca incessante pelo conhecimento.
GLAUBER – Somos muitos respeitados. Pela primeira vez um latino-americano, brasileiro, professor doutor Roberto Vianna, foi eleito para presidir a World Dental Federation - FDI - e uma brasileira foi eleita para presidir a International Association of Dental – IADR, maior entidade em pesquisas odontológicas do mundo.
LEANDRO – Além do mais, nossos dentistas, perante as dificuldades, desenvolveram destreza manual e intelectual, o que os torna superiores.
GLAUBER – É uma pena que no Brasil a distribuição de profissionais não consegue atender à população e que esta não tenha acesso a essa odontologia de ponta, devido às desigualdades sociais.
LIGHT – Como convivem
as diferentes especialidades
num mesmo tratamento?
LEANDRO – Na odontologia moderna sabe-se o quanto é importante a parceria de vários profissionais num mesmo tratamento. Assim como na medicina, o odontólogo busca aprofundar seus conhecimentos na especialidade de seu interesse sem descartar os outros setores e segmentos.
GLAUBER – Sou da opinião de que o profissional deva possuir um amplo conhecimento sobre todas as especialidades da odontologia para que possa precisar um diagnóstico e encaminhar o paciente para a especialidade adequada.
LIGHT – O que seria um
tratamento de excelência?
LEANDRO – Devolver ao paciente características estéticas e funcionais. Reestabelecer junto a outros profissionais e especialidades todo o sistema estomatogmático, isto é, trazer o equilíbrio dentário e muscular ao paciente, respeitando as regras de uma reabilitação oral.
GLAUBER – Acredito no tratamento preventivo. A boa orientação, desde cedo, sobre como se alimentar, higienizar a boca, consultas periódicas ao dentista etc... É o tipo do conhecimento que ninguém esquece ou, pelo menos, não deveria.
O máximo e as máximas de Machado de Assis
Reunindo o melhor da genialidade do Bruxo do Cosme Velho, o livro O máximo e as máximas de Machado de Assis é uma excelente oportunidade para conhecer mais o grande escritor fluminense. Em dezembro do ano passado, o Ministério da Cultura contemplou este livro-projeto no concurso cultural Pontos de Leitura 2008: Homenagem a Machado de Assis, cuja premiação está prevista para o próximo mês de março.
De maneira bem didática, o leitor encontra no livro as várias vertentes da obra de Machado. Há alguns poemas conhecidos e outros bem diferentes do traço de sua pena. Encontram-se também comentários e curiosidades sobre todos os romances e os trechos mais significativos de cada um deles, além de contos, crônicas e filmografia completa.
Este trabalho pode ser apreciado por professores, alunos e leitores, especialistas ou leigos, em sala de aula, no metrô, no ônibus, em casa ou na praia. Para quem nunca leu, ou pouco leu Machado de Assis, esta pode ser a ocasião para compreender a importância de Machado em nossa literatura. Para quem já é fã e leitor voraz, é um roteiro para ratificar a essência do conjunto de sua obra. No livro Andrey do Amaral convence o leitor de que Machado de Assis não se restringe a leituras obrigatórias, e sim a momentos prazerosos de intensa reflexão. Mostra-nos um Machado humano, que subiu degrau por degrau e atingiu o ápice em sua carreira literária, começando com textos mais simples e chegando a obras geniais.
Sobre o autor
Andrey do Amaral (1976) nasceu em Brasília (DF). É professor de Literatura Brasileira, com pós-graduação em Língua Portuguesa. Atualmente, trabalha com revisão de textos e agenciamento literário, prestando consultoria para autores que querem entrar no mercado editorial. É autor de Cuidado: Eu Te Amo (Ao Livro Técnico), O máximo e as máximas de Machado de Assis (Ciência Moderna), Novo e Divertido Acordo Ortográfico (Ciência Moderna) e Mercado Editorial - Guia para Autores (Ciência Moderna). Mais detalhes no site www. andreydoamaral.com
Serviço
O máximo e as máximas de Machado de Assis
Autor: Andrey do Amaral
Prefácio: Ubiratan Machado
Orelha: Artur da Távola
Editora: Ciência Moderna
ISBN: 978-85-7393-719-0
368 págs.
Preço médio: R$ 49
Editora Ciência Moderna
Rua Alice Figueiredo 46
Riachuelo – Rio de Janeiro – RJ
CEP: 20950-150
www.lcm.com.br
lcm@lcm.com.br
fone (21) 2201-6662
fax (21) 2201-6896
Banda Madre grava primeiro CD demo
Diego Aguiar Vieira
banda de rock’n’roll Madre terminou recentemente as gravações de seu primeiro CD demo. Com quatro faixas, todas de composição própria, o CD apresenta músicas já conhecidas, como Sofá, que já havia tocado em rádios numa versão anterior, e Infância Perdida, que junto à primeira vem sendo divulgada há algum tempo na internet, além das inéditas Encruzilhada e Pra mim tanto faz.
Formada por Rafael Monteiro (baixo), Beatriz Teixeira (vocal), Filipe Bonan (bateria) e Pedro Friedrich (guitarra), o grupo surgiu na vizinha cidade de Cordeiro, em 2007. Com a proposta de produzir músicas com letras em português – algo raro entre as bandas do gênero, o quarteto tem como objetivo expandir as apresentações para divulgar seu trabalho, que recebe influências do blues, progressivo, rock psicodélico e da rica música brasileira.
Há de tudo no som da banda. De Beatles e Led Zeppelin a Secos e Molhados e Mutantes. “Nosso lance é rock em português”, diz Rafael, baixista e idealizador da banda. “Encruzilhada, por exemplo, começa com uma batida afro-brasileira, uma batucada, algo entre os ritmos do candomblé e baião. Mas a letra é inspirada na lenda de que Robert Johnson (famoso cantor de blues) teria vendido a alma ao demônio”, explica.
No repertório dos shows, o grupo, que já se apresentou em Nova Friburgo, Teresópolis, Cordeiro e Rio das Ostras, prioriza suas composições, mas também inclui releituras de músicas consagradas de bandas como The Beatles, Led Zeppelin e Deep Purple. Em suas apresentações é possível encontrar um público heterogêneo, de diferentes culturas e faixas etárias. Isso se deve à influência musical variada de seus membros. “Nas diferentes formações que tivemos até chegar a esta, a principal preocupação sempre foi encontrar pessoas que vestissem a camisa da banda”, diz Rafael, referindo-se ao evidente gosto musical do conjunto.
O CD demo está programado para ser lançado em março, mas, por enquanto, é possível conferir um pouco do som da banda Madre em seu endereço no MySpace: www. myspace.com/bandamadre.
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