Matérias - 6 de fevereiro.

sexta-feira, 05 de fevereiro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Distúrbios mentais em idosos podem ser evitados com uma boa hidratação

Desidratação é mais comum na terceira idade e suas consequências podem levar até a morte

De acordo com Arnaldo Lichtenstein, 46, a confusão mental em idosos é causada, na maioria das vezes, não por fatores como tumores no cérebro ou mal de Alzheimer, como acreditam muitas pessoas. Ele, que é clínico-geral e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), atesta: “Sempre que dou aula a estudantes do quarto ano de Medicina lanço a pergunta: quais as causas mais comuns da perturbação mental em pessoas idosas? A turma se espanta quando dou a resposta. Os três maiores responsáveis são diabetes descontrolada, infecção urinária e o mais curioso deles: a pouca de ingestão de líquidos.”

Segundo o médico, na terceira idade, que se inicia aos 60 anos, o ser humano possui pouco menos de 50% de água em seu organismo, o que faz parte do processo natural de envelhecimento. No entanto, há outro agravante: mesmo desidratados, não sentem tanta vontade de tomar água, pois seus mecanismos de equilíbrio interno já não funcionam como antes.

“Além de distúrbios mentais abruptos, a desidratação pode causar queda da pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos, angina (dores no peito), coma e, em casos extremos, levar à morte”, afirma o médico.

Ainda de acordo com Arnaldo Lichtenstein, pelo fato de possuir uma reserva hídrica menor, mesmo que o idoso seja saudável a má ingestão de líquidos prejudica o desempenho das reações químicas e, consequentemente, de todas as outras funções do organismo. “O importante é tornar voluntário o hábito de beber líquidos, de preferência a cada duas horas. Ou seja, além de água mineral, sucos, chás, água de coco, leite... Alimentos como sopa, gelatina e frutas como melão, melancia, abacaxi e laranja, por exemplo, também são ótimas opções”, diz.

O especialista deixa um alerta aos familiares de um idoso: “Além de oferecer líquidos regularmente, as pessoas próximas devem ficar atentas a sintomas como rejeição constante do que é dado, irritação, falta de atenção e concentração, que são característicos da desidratação. Caso sejam percebidos, é importante entrar em contato com um médico, de preferência o mais rápido possível”.

Necessidade de Acompanhante

Thereza Freire Vieira (*)

Quando o idoso sente-se sozinho e precisa de alguém que esteja sempre ao seu lado, ou tem uma deficiência física que limita os seus movimentos, ele precisa com urgência de um cuidador, que na maioria das vezes deve ser pago.

Às vezes, porém o idoso não quer pagar o quanto é exigido, não porque não tenha meios, mas porque é apegado aos bens materiais, ao seu dinheiro, querendo controlá-lo nos mínimos detalhes, como se pudesse levá-lo consigo para o túmulo.

Seria bom se ele soubesse que isso acontecia no Egito, no tempo dos faraós, que construíam grandes templos, onde eram sepultados com as suas riquezas. Por que não usar os meios que se tem para viver melhor, com um bom atendimento?

Sempre que possível, viva em sua casa, mesmo sentindo-se sozinho, terá a visita de amigos, de vizinhos e agora pode contar também com o atendimento domiciliar

Na maioria das vezes, os familiares arranjam para eles uma pessoa sem recursos e sem ter onde morar, acham que são caridosos e resolvem o problema para os dois lados. Essa pessoa vai chegando e vai ficando, torna-se uma agregada da família. Acontece, porém, que depois de algum tempo vai se tornando dona da casa, das coisas e das pessoas e se for mais esperta vai conseguir que o idoso deixe um testamento, dando-lhe direito a tudo que tem.

Pode ser também que o idoso não tenha nada, viva de favor em casa de parentes. É uma maneira diferente de depósito, pois é confinado ao pior cômodo da casa e quando aparecem é para ver se está tudo limpo. Nesses casos melhor mesmo é estar em um asilo, que mesmo sendo um depósito de velhos, são obrigados a tomar alguns cuidados.

Sempre que possível, viva em sua casa, mesmo sentindo-se sozinho, terá a visita de amigos, de vizinhos e agora pode contar também com o atendimento domiciliar, que lhe dará assistência sempre que necessário e existem as voluntárias que poderão visitá-lo, fazer-lhe companhia, ajudá-lo e em seus problemas, escrevendo cartas e respondendo sempre que você mesmo não possa fazê-lo.

É preciso aprender a usar os recursos que tem à mão.

(*) – Médica Geriatra e escritora,

colaboradora de jornais e revistas do país.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade