Dicionário Político Moderno
Antônio Carlos da Conceição (*)
Anistia – Perdão para crimes praticados por aliados políticos extremistas, contra a ordem pública, não valendo para repressores adversários, acusados da prática de crimes políticos.
Câmara dos Deputados – 1) Confraria eleita para ratear o Tesouro Nacional, atendendo aos interesses dos grupos representados, de forma que nada sobre para as necessidades do povo; 2) Casa onde os acordos são processados, de modo a pacificar os diversos interesses, inclusive quanto à compensação financeira de cada um, no sentido de cobrir todas as despesas inerentes à vida particular, estendendo-se a banquetes e turismo, sem que seja preciso usar os próprios salários, que são considerados dinheiro sagrada; 3) Casa do Poder Legislativo, onde as crises não têm relação com problemas do povo, nem com o seu bem-estar.
Corrupção – Enriquecimento ilícito de políticos, seus familiares ou correligionários, mediante desvio de verbas públicas, quando não somos beneficiados.
CPI (Consenso Pro Indulto) – Comissão formada para indultar deputado ou senador, processado por quebra de Decoro Parlamentar.
Crime contra a humanidade – Ousadia de usar as armas destinadas ao manejo dos adversários, quando vitoriosos na luta pelo poder.
Decoro Parlamentar – Respeito absoluto às normas da confraria que garantem o sigilo, no resguardo da corrupção.
Democracia – Sistema de governo que disponibiliza um dia para o povo assinar procuração, transferindo todos os seus direitos para representantes plutocratas.
Direitos Humanos – 1) Atendimento irrestrito às necessidades pessoais de criminosos encarcerados; 2) Direito que não contempla familiares das vítimas dos criminosos; 3) Direito ainda não alcançado pelo cidadão que se encontra na força do trabalho.
Ditadura – 1) Sistema de governo, sob comando absoluto de grupo político, do qual não fazemos parte; 2) Governo discriminatório, que não tem origem sindical.
Eleitor – 1) Cidadão cadastrado para ratificar e legitimar a farsa que se apresenta travestida de democracia; 2) Cidadão que concede direitos e privilégios especiais, sem a contrapartida dos deveres, a uma classe de profissionais da política.
Escândalo – Uso do dinheiro público em benefício de pessoas ou grupos políticos aliados do Governo, prática enxergada somente pela oposição, quando os efeitos benéficos não chegam até lá.
Golpe – Tomada do Poder por movimento armado não liderado por milícias de esquerda ou sindicalistas.
Renúncia – De cargo político: Fórmula mágica para o parlamentar processado obter o indulto, limpando a ficha, e voltar com a dignidade restaurada, sem ser preciso trocar a ficha (entenda-se: abdicar do crime).
Senado Federal – Ver Câmara dos Deputados.
Vereador – Servidor público bem pago, para cuidar do plano de empregos, preconizando ampliação do quadro, de modo a comportar o encaixamento dos excedentes do concurso eleitoral.
Voto Direto – 1) Forma indireta de tirar o povo da jogada; 2) Pegar o trem andando; 3) Pedra marcada; 4) Eleger candidato que o povo não escolhe; 5) Voto que não vale no momento de aprovar projetos de lei. – Aí não vale o voto do povo (direto).
(*) – Jornalista e escritor
Grupo de teatro promove Círculo de Dramaturgia e seleciona novos autores
O grupo teatral Cômicos Anônimos, com o objetivo de incentivar a literatura dramática e o surgimento de novos talentos, promove o Círculo de Dramaturgia em agosto no Centro de Arte. E a partir de agora, autores de cidades fluminenses estão convidados a encaminhar textos de sua autoria para que sejam selecionados pelo grupo, que fará leitura posterior de dois textos no dia 18 de setembro. Um deles será escolhido para montagem em data a ser definida.
Os novos dramaturgos devem ser maiores de 18 anos e os textos direcionados ao público jovem e/ou adulto, de preferência inéditos e de curta duração (no máximo 30 minutos), digitados e perfeitamente legíveis. Todos os textos encaminhados farão parte do acervo particular do grupo Cômicos Anônimos, que disponibilizará para outros grupos que queiram consultá-los e, em caso de interesse para montagem, deverão entrar em contato com o autor. Portanto, é fundamental que o autor inclua rodapé da última página do texto com nome completo, endereço, telefone, e-mail, blog ou site.
Durante o Círculo de Dramaturgia, com entrada franca, o Cômicos Anônimos (formado por Nívea Semprini, Suely Soares, Jerônimo Nunes, Daniela Santi e Scheila Santiago) fará leitura dramatizada de textos de autores nacionais e internacionais, nos dias 6, 13, 20 e 27 de agosto (quintas-feiras, sempre com início às 19h19). Menores de 18 anos, somente acompanhados dos pais e/ou responsável.
Os textos devem ser postados no Correio ou entregues durante o Círculo de Dramaturgia até 27 de agosto. O resultado da seleção será divulgado no dia 18 de setembro, às 19h no Centro de Arte. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 9258-9086 e 9234-4336, ou pelos e-mails epecriat@yahoo .com.br e semprinivea@gmail.com.
O endereço para correspondência é Círculo de Dramaturgia – Grupo Teatral Cômicos Anônimos - Rua Eugênio Gripp, 216 – Braunes – Nova Friburgo/RJ – CEP 28.611-300. O apoio inicial é de Ateliê Nívea Semprini, Instituto Flor de Lótus, CulturaNF (www.culturanf.com.br), Epecriat - Espaço de Pesquisa e Criação Teatral, Programa Pisa que eu Chuto (sextas-feiras, 20h às 22h - Rádio Comunidade Friburgo FM 104,9) e Prefeitura de Nova Friburgo – Secretaria de Cultura e Centro de Arte.
Maçonaria para leigos
Valfredo Melo e Souza (*)
Um primeiro passo para examinar a concepção da secular ordem será a apreciação minuciosa do ser humano, essa pessoa criativa que é caracterizada por virtudes: pessoa generosa, altruísta, ética, solidária, amorosa, capaz de partilhar seus bens e seus dons. Mas é assim composta a humanidade? Claro que não. Ao longo da vida, por defeitos de postura social, de conduta, deformidade moral e outros desvios de caráter, o homem desenvolve imperfeições e às vezes tornam-se bandidos, corruptos, mentirosos, oportunistas, segregadores, machistas, cínicos e preconceituosos. O homem do novo tempo não fica estranho às influências dessa sociedade. Assim é o produto social a ser pesquisado para seleção e admissão à maçonaria. Uma leitura imperdível para os interessados em geral (de dentro e fora do templo): O homem sem qualidades, edição Nova Fronteira, mais de mil páginas, um romance de Robert Musil (1880-1942), escritor austríaco que, numa linguagem nietzschiana do inconsciente desenvolve uma genealogia do homem sem qualidades. A virtude é literatura muito conhecida de todos – somos pretensiosamente, quase sempre, virtuosos. A propósito, o sinólogo Paul Demiéville, na tradução das lições de Lin Tsi, mestre de uma seita budista do século XI, considera o homem uma entidade indefinida e arremata: “toda definição do homem verdadeiro é imprópria, escapa a toda e qualquer definição”. O papel da maçonaria no mundo moderno é conscientizar homens no papel da sociedade.
“A maçonaria é uma associação de homens sábios e virtuosos que se consideram irmãos entre si e cujo fim é viver em perfeita igualdade, intimamente unidos por laços de recíproca estima, confiança e amizade, estimulando-se uns aos outros, na prática das virtudes”. Definição imperfeita, por certo, mas nos dá a convicção que a ordem maçônica foi sempre, e deve continuar a ser – a união consciente de homens inteligentes, virtuosos, desinteressados, generosos e devotados. É um sistema e uma escola não só de moral, como de filosofia social e espiritual reveladas por alegorias e ensinadas por símbolos, orientando seus adeptos à prática e ao aperfeiçoamento dos mais elevados deveres do homem, do cidadão, do patriota.
Para o rito escocês antigo e aceito – um dos muito praticados - a maçonaria é progresso continuo, por ensinamentos em uma série de graus – trinta e três no total – visando por iniciações ou comunicações sucessivas, incutir no íntimo dos homens a luz celestial, espiritual e divina, afastando os sentimentos de materialidade e invocando sempre a ajuda do grande arquiteto do universo, que é Deus, para que se tornem dignos de si mesmos, da família, da pátria e da humanidade. Maçonaria não é religião, entretanto, abriga em seus templos todas as crenças praticadas no mundo. Abstém-se do ateu.
A maçonaria é acessível aos homens de todas as classes sociais e de todas as crenças políticas, com exceção daquelas que privem o homem da liberdade de consciência, do livre pensamento e restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana. Não permite em seus Templos a discussão político-partidária ou sectarismo religioso. Assim, “para elevar o homem aos próprios olhos e torná-lo digno de sua missão sobre a Terra, a maçonaria erige em dogma, o mais precioso dos bens – a liberdade – patrimônio da humanidade inteira, cintilação divina, que nenhum poder tem o direito de obscurecer ou de apagar, pois que é a fonte de todos os sentimentos de honra e dignidade”. Para tanto, resume nesta máxima, sua doutrina: ama teu próximo.
(*) Escritor, acadêmico e
conferencista radicado em Brasília
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