A série de erros contidos nas provas do concurso público realizado no último domingo, 13, foi abordada em matéria publicada na edição desta quarta-feira, 16, no jornal A VOZ DA SERRA e causou grande repercussão entre candidatos que concorreram a vários cargos. Prova disso foi a quantidade significativa de e-mails, telefonemas, mensagens e comentários no site do jornal e nas redes sociais de pessoas das mais variadas idades que fizeram as provas e criticam o conteúdo de determinadas perguntas.
Além do conteúdo incorreto em questões da prova para inspetor de alunos, candidatos a cargos como merendeira e auxiliar de creche também se sentiram prejudicados com erros na formulação de algumas questões. “Fiz a prova azul para auxiliar de creche, onde tinha uma pergunta sobre qual estado do Nordeste se apresenta o boi Garantido e Caprichoso?", disse a leitora Joseni Ouverney, demonstrando indignação com os erros crassos, já que todas as opções traziam estados do Norte, região onde fica o Amazonas, onde a tradição ocorre. A exemplo dela, outros leitores também se manifestaram ao longo de toda quarta-feira sobre o conteúdo errôneo de determinadas perguntas e os prejuízos que isso acarretou aos candidatos, contribuindo para confundi-los.
A reportagem do jornal entrou em contato com o educador Ricardo Lengruber para saber a opinião dele a respeito das reclamações dos candidatos e se as questões formuladas incorretamente prejudicam a imagem do concurso. “Isso é muito sério. Primeiro, porque desmoraliza o próprio concurso; segundo, porque desconcentra o candidato”, observa ele, que já ocupou o cargo de secretário de Educação do município.
Na opinião do educador, o conteúdo das provas de concursos públicos como o da prefeitura de Nova Friburgo são primordiais para um eficaz processo de seleção. “Um concurso público existe para que haja isenção e transparência na escolha do servidor público, mas, acima de tudo, para que os candidatos sejam submetidos a um exame de sua proficiência e formação. Por isso, exige-se competência de quem elabora os instrumentos de avaliação num concurso. Uma prova mal feita é tudo que não pode ocorrer”, destaca ele.
Para Lengruber, a escolha da banca organizadora do concurso municipal deveria ter sido mais criteriosa. “Não conheço os detalhes jurídicos da questão, mas vale a pena uma discussão sobre a seriedade do concurso e da empresa contratada para realizá-lo. A licitação que ocorre para escolha de tal empresa não pode se basear apenas na questão econômica ou logística. É preciso levar em consideração a capacidade técnica de uma instituição para que a mesma possa enfrentar o desafio de aplicar uma prova séria para mais de quarenta mil pessoas. De novo, está Nova Friburgo diante de um problema envolvendo concursos. Foi assim em 1996, em 1999, em 2007 e, agora, em 2015“, conclui o educador.
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