MARIA JOSÉ BRAGA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE

quinta-feira, 15 de outubro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

(1916-2009)

Faleceu ontem, 14, Maria José Braga – dona Zequinha, como muitos carinhosamente a chamavam. Uma das mais renomadas professoras friburguenses, trabalhou ativamente pela educação de Nova Friburgo, tanto na rede pública quanto na particular. Guiada por seu ideal de magistério, foi uma das fundadoras do Colégio Santa Mônica, referência, durante anos, de um ensino que unia tradição e modernidade.

Inspirada poetisa e cronista, Maria José Braga escreveu vários livros, entre eles Tempo Anterior, em que conta, em versos, a viagem e a chegada dos suíços às terras do Morro Queimado. Outros livros de poemas e crônicas – Viagem e Diga um verso bem bonito, por exemplo – deixam clara a sensibilidade dessa mulher que, um dia, se descreveu na “condição privilegiada de antiga hóspede deste planeta azul, amável, deslumbrante.”

Maria José Braga nasceu em Bom Jardim, no dia 21 de dezembro de 1916. Seus ancestrais suíços eram Bersot (do Jura Bernois) e Murith (do Cantão de Fribourg). Transferiu-se para Nova Friburgo com 3 anos. Aprendeu as primeiras letras com Maria Helena Ramos Bizzotto. Cursou o primário com as professoras Hermínia de Moura e Helena Coutinho. Em 1928 ingressou no Colégio Nossa Senhora das Dores e um ano após consegue aprovação para o exame de admissão à Escola Normal. E em 1932 concluiu o curso.

Maria José Braga exerceu o magistério público em Barra Alegre (Bom Jardim) e em Nova Friburgo. Diplomou-se em educação física trabalhando durante 25 anos no Grupo Escolar Ribeiro de Almeida (atual Ienf). Com Jamil El-Jaick e outros professores colaborou na fundação e manutenção do Ginásio Rui Barbosa (atual Ceje). Com a professora Maria Helena Nicolau fundou o Curso Santa Mônica, no desejo de inovar o ensino primário em Nova Friburgo. Lecionou matemática, matéria pela qual era apaixonada, em vários colégios.

Em 1946 Maria José Braga conheceu o doutor Cláudio Cavalcanti de Albuquerque. A ele se ligou para a mais bela criação de sua vida: o filho Alexandre.

Maria José Braga foi membro da Academia Friburguense de Letras. Ao serem estruturados os Jogos Florais de Nova Friburgo, pelos poetas Luiz Otávio e J. G de Araújo Jorge, integrou, juntamente com o marido, o grupo de sete mantenedores da entidade, segundo a tradição medieval.

Às irmãs de Santa Dorotéia ela devia a visão religiosa do mundo, a abertura para os prazeres da inteligência, o culto à verdade e a exacerbação do sentido de justiça. Dona Zequinha, como era chamada, foi professora de várias gerações de friburguenses dando aulas de matemática e educação física em colégios como o Cêfel, Ginásio Nova Friburgo da Fundação Getúlio Vargas e Ginásio Rui Barbosa. Ultimamente dedicava-se a ler e escrever, caminhar, tocar piano e ir aos encontros na Academia Friburguense de Letras.

O corpo de Maria José Braga está sendo velado na Capela do Cemitério São João Batista, para onde o sepultamento está marcado para as 13h de hoje, 15, coincidentemente Dia do Professor.

À família enlutada e aos muitos amigos, direção e equipe de A VOZ DA SERRA enviam seu pesar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade