A construção de calçadas e ciclovias às margens do Rio Bengalas, na Avenida Governador Roberto Silveira, no distrito de Conselheiro Paulino, está começando a sair do papel. Em alguns trechos, operários do consórcio responsável pela execução da obra realizam escavações, serviços de terraplanagem, instalação de bueiros para escoamento de água da chuva e até uma grade verde de proteção já foi instalada na altura do bairro Prado. Mas a demora dos serviços tem causado insatisfação e estranhamento em muitos moradores da região.
Na altura da Faol, em Conselheiro, as calçadas ainda não foram construídas pelo consórcio. O mato cresce e, em dias de chuva, poças de água da chuva se formam, dificultando a passagem de pedestres pelo local. “Isso é uma falta de respeito e de segurança com todas as pessoas que fazem este percurso. Não existem calçadas, acatamento e grades na beira do Rio Bengalas”, reclama o empresário Roberto Abreu.
O trecho em que as calçadas e ciclovias estão sendo construídas começa na altura do depósito de bebidas da Ambev. No local, uma carreta tombou, no início do ano, por causa do desnível à margem do rio. Um carro desgovernado também caiu dentro do Bengalas no mesmo ponto, em abril deste ano. Neste trecho, que vai da Ambev até a ponte do bairro Jardim Ouro Preto, a avenida está sendo alargada, o meio-fio da calçada e da ciclovia foi colocado em metade do percurso e os operários trabalham em máquinas que fazem a terraplanagem do local. Apesar disso, alguns moradores acham que a obra está muito devagar. “Para mim tem alguma coisa errada, porque eles estão a mais de um mês trabalhando nesta calçada. Não é possível que demore tanto tempo”, disse um vendedor, que pediu para não se identificar.
No outro lado da ponte do bairro Jardim Ouro Preto, sentido Centro, as obras continuam paradas e mal sinalizadas. Para chegar ao ponto de ônibus próximo à ponte, passageiros se arriscam ao passar por uma calçada que está pela metade. Um descuido e o pedestre cai direto dentro do rio. Neste trecho, não há faixas de isolamento ou sinalização de segurança para quem precisa embarcar nos ônibus.
As obras de controle de inundação e recuperação ambiental do Rio Bengalas vêm sendo realizadas em Nova Friburgo pelo Consórcio Rio Bengalas, formado pela EIT Engenharia e a Ferreira Guedes, vencedoras da licitação para a criação do parque fluvial. Os trabalhos devem ser concluídos em abril de 2016 e foram investidos R$ 195 milhões no projeto pelos governos estadual, por meio da Secretaria de Ambiente e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e federal, com verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
O projeto prevê desassoreamento, dragagem e canalização do rio que margeia o eixo rodoviário de Nova Friburgo, o reflorestamento das margens e a urbanização do entorno, com a criação de ciclovia e áreas de lazer para as comunidades como forma de frear a ocupação desordenada com o consequente estrangulamento do leito. A obra visa evitar uma nova catástrofe em decorrência das chuvas, como a que aconteceu em 2011, quando o Bengalas transbordou inundando ruas, invadindo casas e o comércio local.
A reportagem de A Voz da Serra entrou em contato com a assessoria de imprensa do Inea para saber por que a obra, segundo moradores, está lenta. Em nota, o órgão informou que as obras no Rio Bengalas, em Nova Friburgo, têm como prioridades a proteção das margens e o escoamento do rio. “Em seguida, começa a etapa de reurbanização, que incluiu a construção das calçadas”, informa o Inea.
Deixe o seu comentário